Noite de abertura do ‘Rio Fantastik’ tem filme inédito e desabafo de Ivan Cardoso

Wilson Spiler

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16 de novembro de 2018

Foi realizada, na noite de ontem (15/11), no Cine Joia, em Copacabana, a noite de abertura do Rio Fantastik Festival 2018. Como previsto, o cineasta Ivan Cardoso, de “As Sete Vampiras” e “O Escorpião Escarlate”, foi o grande homenageado.

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Antes da exibição do último trabalho do diretor, “O Bacanal do Diabo” (que você terá a crítica em breve no BLAH!), o organizador do festival de terror, Mario Abbade, e o dono do Cine Joia, Rafael Aguinaga, falaram um pouco sobre o evento e o troféu Cramulhão, que será entregue aos vencedores.

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Mario Abbade com Ivan Cardoso (Foto: Bruno Giacobbo / BLAH CULTURAL)

Sem maiores delongas, após cerca de 62 minutos de projeção do filme “estrelado” por Wilson Grey, Jane Silk, Claudia Ohana, Cissa Guimarães e José Mojica Marins, houve a entrega do prêmio para o diretor Ivan Cardoso, que não escondeu a emoção.

– Do meu arquivo, eu nunca joguei fora nada. Quando eu tinha uns 17 anos, o Helio Oiticica me falou assim: “Ivan, tudo o que lhe disserem que não pode ser feito, pode”. Era tudo o que eu queria ouvir, né? Fico feliz de pode fazer esse tipo de filme – disse o cineasta.

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Ivan ainda fez um pequeno desabafo sobre o cinema brasileiro.

– Filmes falados em idiomas regionais só podem custar em idiomas regionais, em português, só podem custar half billions, meio milhão de dólares, mas tem filme de 10 milhões. Tem que dividir esse dinheiro com a gente. O dinheiro foi feito para todo mundo filmar. Eu passei 16 anos sem ganhar um tostão de leis de incetivo à cultura, prêmios. Será que eu sou tão ruim assim? Será que o cinema brasileiro tem tanta gente melhor que eu? – questionou o diretor.

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Ivan Cardoso com o troféu Cramulhão em mãos (Foto: Wilson Spiler / BLAH CULTURAL)

“O Bacanal do Diabo” é uma das histórias presentes na coletânea de filmes perdidos de Ivan Cardoso, com a proposta de ser um divertido terror experimental. Trata-se de um mix de cenas interrompidas feitas pelo próprio autor ao longo de 30 anos e uma sátira utilizando fragmentos que nunca chegam a ser completos, um terror psicológico em tom humorístico sobre frustrações cotidianas de atos, sonhos e projetos interrompidos.

O encerramento da 3ª edição do Rio Fantastik Festival terá festa e a premiação será realizada no Espaço Corcovado, no Cosme Velho, no dia 23, às 21h30, com a entrega do troféu Cramulhão para os vencedores, além dos prêmios da crítica e do público.

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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