AETERNO BLADE II

‘Aeterno Blade II’ | REVIEW

Felipe de Andrade

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18 de novembro de 2019

A Corecell Technology, estúdio com base em Bangcoc na Tailândia, lançou a sequência de Aeterno Blade, seu mediano jogo de ação 2.5D que saiu para várias plataformas há alguns anos. E parece que Aeterno Blade II vai pelo mesmo caminho, desperdiçando uma boa oportunidade de estabelecer uma franquia de qualidade.

Assim, o jogo começa bem, mas rapidamente parece se perder em sua própria fórmula, que é completamente inspirada por vários metroidvanias existentes, com dezenas de inimigos, mapas enormes para explorar, itens para coletar e destravar alguns poderes. Ademais, até mesmo locais que devem ser visitados novamente após conseguir um poder novo, com um dos 3 personagens jogáveis. Tudo está aqui, com adição de batalhas contra chefes em que a câmera muda para a movimentação livre em 3D.

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A saber, os 3 personagens presentes possuem golpes e habilidades próprias que os diferem um pouco entre si, permitindo combos exclusivos e acessar áreas diferentes com cada um. São eles: Freyja, com sua espada que permite combos aéreos; Bernard, com seu machado que executa os inimigos com ataques pesados que também podem quebrar algumas paredes; e Felix, que faz uso de uma espada-chicote que ataca à distância e pode ser usada como gancho para alcançar lugares mais altos – também é o responsável por dar um ar a mais de Castlevania ao jogo.

O estúdio tinha todas as ferramentas à mão para criar um jogo, no mínimo, divertido e que agradasse aos fãs do estilo, além dos que gostaram do primeiro jogo. Infelizmente o resultado passou longe do esperado, tanto que nem mesmo o mapa do jogo ficou bem-feito. O mapa é uma ferramenta que deve ser de fácil acesso e entendimento para que se possa localizar tanto a posição atual quanto dos próximos objetivos. Ao invés de seguir o básico, como os mapas de Symphony of the Night e Hollow Knight, para citar 2 exemplos, a Corecell achou melhor implementar um mapa todo em 3D do cenário, que confunde mais do que ajuda, já que a locomoção é basicamente para a esquerda ou direita o tempo todo.

GRÁFICOS

A parte gráfica é totalmente ultrapassada, mesmo para um jogo 2.5D, vide Trine 4 que é um dos jogos mais bonitos do ano. Muitos jogos de PS2 são mais bonitos do que Aeterno Blade 2. Os movimentos dos personagens parecem mais com gifs animados do que bonecos criados em 3D. Parece não haver peso ou impactos, e até a física não é bem-desenvolvida, causando estranheza em vários momentos. O visual simplório dos inimigos e a sua enorme repetição também passam a incomodar com o tempo, pois se repetem sala após sala conforme avançamos.

O INCÔMODO DA SONOPLASTIA E DA CÂMERA

A ausência de sincronia labial dos personagens durante os diálogos em tempo real também acaba depreciando o produto. Os lábios simplesmente abrem e fecham repetidamente, sem demonstrar o mínimo de emoção, com quase zero expressão no rosto de qualquer personagem.


 
 

A câmera também não fica pra trás. Ela funciona exatamente como em um jogo de 1996 chamado Pandemonium! As mudanças repentinas e o zoom – que aumenta ou diminui a todo momento – são coisas que se encaixavam perfeitamente ao jogo de aventura em plataforma do PS1 há mais de 20 anos. E além desses efeitos parecerem não se encaixar muito bem aqui, ainda existem os momentos em meio as batalhas em que a câmera muda de 2 para 3D, atrapalhando mais do que ajudando.

TRILHA SONORA

Com a linda música que rola no menu principal, criou-se a expectativa em cima de toda a parte sonora. Somada à péssima sincronia labial que citamos, a dublagem em inglês também é sofrível e dispensável. Tanto que, até para quem entende o idioma, existem muitos momentos em que não é possível entender o que está sendo dito sem as legendas em inglês. Aliados a esses fatores, estão efeitos sonoros e músicas pobres e repetitivos, tanto que chega a ser chato ficar muito tempo em um mesmo cenário, de tanto que as músicas se repetem.

JOGABILIDADE

Enfim, agora vamos ao melhor que Aeterno Blade II possui. Quer dizer, o menos pior, neste caso, jogabilidade e combate, que são apenas OK. Com comandos fáceis de executar e combos que podem passar de 50 hits com tranquilidade, trazendo 3 botões de ataque. Um desfere golpes normais para frente, outro que é usado para bater abaixado. Um terceiro ataque chamado de Launch Attack desfere golpes poderosos que lançam os inimigos ao ar possibilitando combos aéreos muitos úteis. Nesse ínterim, cada um dos 3 botões podem ser usados para golpes carregados ao segurar cada botão por alguns segundos, com cada personagem possuindo movimentos próprios. Há também os Time Skills, onde podemos utilizar habilidades de controle de tempo de cada um dos 3 guerreiros, como parar ou voltar o tempo, por exemplo.

Aeterno Blade II

Os combates são bem dinâmicos quando se está familiarizado com os comandos. Assim, como em um bom metroidvania, os inimigos ressurgem quando as telas são revisitadas. Mas esse não é o problema. Independentemente do tamanho ou da força, todos os inimigos precisam de 10 ou 20 – ou mais – golpes para serem vencidos. Ademais, a maioria dos combates se passa em salas que se tornam arenas com campo de força que somem apenas após a morte dos inimigos.

VEREDITO

Aeterno Blade II é a sequência mediana de um jogo mediano. Não acrescenta em nada ao estilo em que se encaixa, tornando dispensável para quem não é fã da franquia. Traz boas sacadas como os poderes de controle de tempo, mas nada que justifique o investimento.

Felipe de Andrade

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