‘Alex Rider’ tem ritmo lento, mas diverte

Guilherme Farizeli

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16 de novembro de 2020

Diversão sem compromisso. Foi assim que encarei a experiência de maratonar a primeira de temporada de Alex Rider, série do Prime Video da Amazon, que estreou na última sexta-feira (13) aqui no Brasil. A saber, Alex Rider é um fenômeno mundial, que já emprestou seu nome para 13 livros e vendeu mais de 20 milhões de cópias.

Nesse sentido, a história do autor Anthony Horowitz gira em torno das aventuras de Alex, um espião adolescente.

Em 2006, houve uma tentativa de adaptar a saga literária aos cinemas. O resultado, ‘Alex Rider Contra o Tempo’, foi desastroso. Ao passo que, dessa vez, a franquia ganha mais uma chance com a adaptação de Guy Burt para o streaming.

(Divulgação/ Prime Video)

A história

Em primeiro lugar, a trama dos oito episódios da primeira temporada é baseada no segundo livro, “Point Blanc”. Ela traz o personagem-título infiltrado em uma espécie de internato isolado nos alpes franceses.

Trata-se de um local para ondes bilionários enviam seus filhos rebeldes. Nesse sentido, a história da série começa justamente com o assassinato de um desses bilionários, pai de Parker Roscoe (George Sear), jovem que esteve em Point Blanc.

Contudo, a morte apresenta uma conexão com Ian Rider (Andrew Buchan), tio de Alex Rider (Otto Farrant). E, você sabe. Uma coisa leva a outra e Ian acaba sendo morto em circunstâncias misteriosas. Pronto. Era a motivação que o jovem protagonista precisava para iniciar sua jornada.

Alex Rider: nascido para espionar

Alex acreditou durante toda sua vida que seu tio trabalhava em um banco. Mas, se vê em meio a uma conspiração e descobre que, na realidade, ele era um espião do governo britânico.

Em meio ao luto, ele conhece os colegas de trabalho de seu tio, Mrs. Jones (Vicky McClure) e Alan Blunt (Stephen Dillane). Ao mesmo tempo que é convencido a participar de uma operação secreta como agente infiltrado em Point Blanc. Justamente o local que seu tio estava investigando antes de morrer.

(Divulgação/ Prime Video)

Ao longo da narrativa, vamos descobrindo que Alex possui algumas habilidades bem específicas para atuar como agente secreto. Parece que ele realmente foi treinado ao longo da vida para suportar tortura durante interrogatórios assim como arrombar fechaduras.

Entretanto, não vemos uma explicação muito convincente para isso ao longo da temporada.

Ritmo lento prejudica narrativa

Adaptações literárias podem ser complicadas. É verdade. Mas acho que, no formato de série, a tarefa fica menos difícil. Mesmo assim, Alex Rider peca em manter o espectador entretido ao longo dos episódios. Confesso que tive sono ao longo dos três primeiros. Afinal, uma série deste gênero precisa alternar o storytelling com alguma ação.

Do mesmo modo que franquias como Missão Impossível e 007 não seriam viáveis se fôssemos submetidos a diálogos intermináveis, descobertas sem sentido e personagens contemplativos.

Em suma, Alex Rider sofre com esse problema na primeira metade da temporada. A partir do quarto episódio, as coisas melhoram e o ritmo fica mais legal. É claro que era importante apresentar o personagem às pessoas que não o acompanham nos livros. Entretanto, o formato escolhido não funcionou.

A própria Amazon tem exemplos magníficos de séries do gênero super bem montadas e que prendem nossa atenção do início ao fim, como Hanna e Jack Ryan.

(Divulgação/Prime Video)

Síndrome de Thanos?

Um detalhe que pode passar despercebido, mas que me incomodou bastante foi a motivação dos vilões. Na visão de Hugo Grief, o planeta está superpopuloso e para que ele sobreviva aos estragos causados pela humanidade, é necessário dizimar boa parte da população.

O problema é que essa também é a motivação principal dos vilões de Utopia, outra série da Amazon que chegou a pouquíssimo tempo no Brasil. Enfim, uma repetição desnecessária.

Conclusão

O elenco enxuto talvez ajudasse a destacar a performance do protagonista. Mas, no geral, tivemos atuações na média. Algumas ruins, como os vilões exageradamente caricatos Eva Stellenbosch (Ana Ularu) e Dr. Hugo Grief (Haluk Bilginer). Ao passo que outras foram interessantes, como as de Jack Starbright (Ronke Adekoluejo) e Kyra Varshenko (Marli Siu).

Em conclusão, colocando na balança os erros e acertos, acho que o saldo ainda foi positivo. Não são poucas as séries que sofrem com um início ruim ou até mesmo com uma primeira temporada fraca e depois engrenam. Portanto, se os erros forem corrigidos, acho que Alex Rider tem tudo para melhorar em sua segunda temporada, já confirmada pela Amazon.

FICHA TÉCNICA

Título original: Alex Rider
Temporada: 1
Data de estreia: 13 de novembro de 2020
Criação: Anthony Horowitz
Elenco: Otto Farrant, Vicky McClure, Stephen Dillane, Brenock O’Connor, Ana Ularu, Haluk Bilginer, Ronke Adekoluejo e Marli Siu.
País: Estados Unidos/Reino Unido
Idioma: Inglês
Gênero: Ação, Ficção científica
Ano de produção: 2020
Classificação: 12 anos
Distribuição: Amazon Prime Video

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
7
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 7

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