ANTES QUE EU ME ESQUEÇA | Elenco e produção revelam que foram conquistados pelo roteiro

Giovanna Landucci

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18 de maio de 2018

Uma parte do elenco de Antes que Eu Me Esqueça conversou com a imprensa na última terça-feira durante uma coletiva que ocorreu em uma sala para eventos no Hotel Staybridge Suites, localizado no Itaim Bibi, em São Paulo, para promover o filme. Estiveram presentes na entrevista os atores Danton Mello, José de Abreu, Guta Stresser, Augusto Madeira, o diretor Tiago Arakilian, a roteirista Luisa Parnes e os produtores Carlos Saldanha e Silvia Fraiha.

Com bastante carisma, a equipe de produção e os atores do longa-metragem, que estreia no dia 24 de maio nos cinemas, receberam os jornalistas para falar da composição dos personagens, roteiro e outros detalhes sobre essa história envolvente.

Foi uma tarde produtiva onde parecíamos estar entre amigos conversando na sala de casa. Elenco e equipe falaram de suas impressões, com cada um colocando seus pontos de vista e complementando as frases uns dos outros, com os temas sendo abordados por eles naturalmente. Com bom humor, José de Abreu brincou que Guta Stresser se atrasou porque está se produzindo para nos receber, já que ela ainda não havia chegado até determinado momento.

Tiago abriu a coletiva comentando sobre os festivais que o filme foi apresentado e a repercussão no Festival de Xangai, mostrando-se orgulhoso por ser um dos maiores festivais da Ásia. Segundo ele, “o filme não é tipicamente de festival, de arte, mas também não é comercial, como é de costume do nosso público, e estamos precisando varia aqui (no Brasil), achar outros espaços para o cinema brasileiro. Essa foi nossa intenção, espero que a gente consiga botar bastante gente na salas de cinema para que abra essa via para um público novo e também pra todos nós que trabalhamos com cinema podermos trabalhar com filmes diversos”.

Foto: Giovanna Landucci / BLAH CULTURAL

José de Abreu viu o filme em Portugal e na Califórnia e sentiu a repercussão. Não chegou a assisti-lo na mostra aqui no Brasil, mas acredita ter sido a mesma reação. Ele complementa que as pessoas riem, se espantam e se emocionam com o filme.

“Eu acho que esse é o objetivo de uma obra de arte, emocionar as pessoas. O filme que consegue fazer chorar atingiu seu objetivo básico”.

“Confesso que eu quando li o roteiro para ler, não estava com a menor vontade de fazer cinema. Eu estava começando a morar fora do Brasil e a pessoa que me entregou o roteiro me explicou que era um filme de baixo orçamento e que a gente ia concentrar as filmagens e fazer em pouco tempo. Eu li, e achei genial, é muito bom. Um dos problemas no Brasil é o roteiro. Muito difícil você pegar um texto que te bata, e sem roteiro não tem filme”, afirmou o ator, que ainda completou: É um elenco formado por pessoas que se gostam muito. Acho que o Danton tinha 12 anos quando a gente se conheceu, arrancando risadas dele. E houve mais gargalhadas quando José de Abreu menciona sua amizade com Guta Stresser e Danton emenda “que está se maquiando ainda”.

Danton pega o gancho do assunto roteiro e escolha de fazer o filme para falar de suas impressões. “Quando a Silvia me ligou e fez o convite, eu estava com viagem marcada para fora do Brasil. Dias antes de embarcar, ela me mandou esse roteiro. Eu li no avião e tive uma crise de choro lendo, porque se trata de uma coisa que eu valorizo muito que é família. Acho que família é tudo que a gente tem de mais importante na vida. Valorizo minhas filhas, meus pais, enfim, e poder fazer esse filme, contar essa história… é muito bonito contar essa história sobre um pai e um filho que tem uma relação ruim e mostrar que não pode existir diferença, que tudo que a gente tem na vida são nossos filhos e nossos pais. Me tocou muito, mexeu muito comigo”.

Foto: Giovanna Landucci / BLAH CULTURAL

Luisa Parnes comenta como pensou no roteiro e construiu a história em 2012, quando havia acabado seu mestrado. Um amigo em comum deles trouxe uma ideia sobre explorar a sexualidade masculina com o passar do tempo, o que a intimidou um pouco por não conhecer muito do assunto sexualidade de um homem na terceira idade. Ela nem conhecia o Tiago, mas aceitou a proposta. Quando foi apresentada ao Tiago, ele lhe deu muito espaço para criar e, como ela estava morando nos Estados Unidos, eles se encontravam uma vez por ano ou se reuniam por Skype para discutir o roteiro.

O co-produtor Carlos Saldanha chega nesse momento e José de Abreu e Danton Mello o posicionam que estavam falando sobre roteiro. Saldanha então coloca suas impressões  dizendo que o que chamou sua atenção foi a história envolver emoção com comédia e sempre estando de papo com a Silvia e o Tiago sobre como seria tocar esse projeto. Era uma nova proposta, pois ele está acostumado a fazer animações (Saldanha é responsável por sucessos como “Rio” e “A Era do Gelo”) e agora seria uma produção com atores reais.

Augusto Madeira diz que vai puxar a sardinha para seu lado sobre o contexto musical de Antes que Eu Me Esqueça. Segundo ele, a película parece uma obra musical por ter um início impactante e ter um grand finale com todos os personagens participando. O diretor complementa dizendo que a música clássica foi colocada no roteiro com um personagem. Ela é tirada de seu contexto normal e inserida em uma boate, e passa por uma grande mutação, assim como todos os personagens na trama têm sua grande transformação.

Cena do filme “Antes que Eu Me Esqueça” (Foto: James Patrick O’Malley / Divulgação)

Guta Stresser, enfim, chega e os companheiros de elenco aplaudem. Entre risos, a atriz pede desculpas e Danton diz que ela tinha que fazer uma entrada triunfal. A artista complementa dizendo que estava se fazendo linda para nós. Tiago Arakilian fala sobre a escolha de ser uma comedia dramática e sobre a composição do personagem Polidoro, observando um senhor à beira da praia de Copacabana. A ideia da comédia dramática era de dar leveza ao tema do Alzheimer, e de como a família pode resgatar um lugar onde a terceira idade possa realizar coisas e não ficar sujeita a se isolar em um asilo.

Guta Stresser também fala um pouco sobre a composição de sua personagem nordestina. Segundo a atriz, muitas das frases não estavam no roteiro e boa parte das cenas gravadas foram de improviso junto a José de Abreu, o que garantiu boas risadas entre a dupla. José de Abreu também conta sobre Polidoro, sobre os trejeitos de andar na fase Alzheimer só de cueca na rua, e que quando você tem um diretor que é uma mãe, tudo sai melhor.

Augusto Madeira também afirma estar cada vez mais impressionado com a qualidade das edições e do som e imagem do cinema nacional, lembrando que antigamente realmente havia problemas e que isso mostra o resultado do investimento, da formação e da profissionalização. O diretor Tiago Arakilian finaliza mencionando todos que acreditaram e investiram nesse projeto Antes que Eu Me Esqueça. Ele fez um apelo e um pedido a nós para que possamos apoiar o cinema nacional, para que possam continuar crescendo e abrangendo as produções.

*Veja a galeria de fotos da coletiva de imprensa (Imagens: Giovanna Landucci / BLAH CULTURAL)

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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