Shows no metrô do Rio de Janeiro. Leia na coluna de Alvaro Tallarico.

(pixabay)

BÔNUS | A cultura pega o metrô e paga passagem

Alvaro Tallarico

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22 de janeiro de 2020

No Rio de Janeiro, a praia chama e a cultura clama. Em uma cidade com mais de 6 milhões de habitantes, o metrô está sempre cheio. As apresentações musicais dentro desse meio de transporte de massa foram proibidas, é o que diz a triste voz da locutora dentro do vagão. Mesmo assim, sempre há alguns guerreiros tentando a sorte. Essa semana um deles era um rapaz tocando handpan, um tipo de tambor diferentão. O cara entrou, pediu licença, explicou alguma coisa sobre a terapia a partir da música e como aqueles sons eram ótimos para o ser humano, em especial, os bebês. Começou a tocar, de olhos bem fechados, aquelas notas estranhas e peculiares que harmonizavam em algo bonito.Posteriormente, o público aplaudiu, ele passou o chapéu e tentou vender alguns CDs.

Outro dia, um rapaz fazia rima, em cima do clima, que esquentava, dinheiro, ninguém dava, mas com alma, cantava, com calma, tentava.
A cultura no Rio de Janeiro está em cada esquina, cada grafite perdido que a gente encontra se estiver atento. Um olhar pode trazer um gostoso alento.
O sol brilha e ferve o asfalto, parece benção lá do alto. Ou maldição, depende do ponto de vista, não insista.
Contudo, há quem reclame e prefira o frio. Para esses nada digo, apenas Rio.
Ah, não há nada como o calor, em especial, o humano. E essa tal de arte, que une o divino ao mundano.

Apresentações no Metrô

Qual o problema de alguém se apresentar no metrô? Incomoda alguns, alegra outros, ok. Já vi exibições de hip hop que realmente davam medo de voar um tênis e matar um idoso. Mas o talento dessa galera impressiona. Nossa, quantas habilidades nosso povo possui. Imagina se isso fosse estimulado, se tivéssemos uma educação que favorecesse as facilidades que temos para todas as artes. Se não fossemos somente celeiro de grandes potências e se o preconceito não imperasse. Que lindo seria que todos esses artistas conseguissem sobreviver dignamente e suas artes fossem valorizadas com palcos e casas espalhadas por todo o país.
Aliás, o Metrô Rio tenta fazer sua parte com o PalcoCarioca, onde recebe novos artistas, sem dúvidas é uma boa iniciativa que deve ser mantida. Qualquer espaço para arte e cultura há de ser resguardado. O povo precisa. O artista vive, sobrevive e nos presenteia. A justiça do Rio de Janeiro viu de outra forma. O direito de um acaba onde começa o do próximo. O debate continua. O que você acha?
*Afinal, se liga: a coluna BÔNUS, do jornalista cultural Alvaro Tallarico @viventeandante, sai toda quarta-feira no aqui mesmo BLAHZINGA! Por fim, acompanhe, sem mandinga!

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
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