As Bruxas do Oriente crítica do filme mostra de sp 2021

‘As Bruxas do Oriente’: o glorioso time japonês de vôlei de 64

Wilson Spiler

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3 de novembro de 2021

Disciplina e dedicação são palavras fáceis de associar a japoneses. Mesmo que soe como estereótipo algumas vezes. O documentário As Bruxas do Oriente (Les Sorcières de l’Orient) traz como exemplo dessa forte disciplina impressionantes vitórias do time japonês de vôlei feminino de 1964. Mas abordando também as consequências dessa super dedicação e como estão as jogadoras atualmente.

Dirigido por Julien Faraut, o filme As Bruxas do Oriente conta a incrível história de como uma equipe de trabalhadores de uma fábrica têxtil se tornou o time principal do Japão nos Jogos Olímpicos de 1964. A saber, a equipe conquistou 137 vitórias seguidas em suas história e ganhou um certo misticismo sobre essas ‘bruxas do oriente’.

Tufão do Oriente

Agora com mais de 70 anos, conhecemos algumas das gloriosas jogadoras desse time japonês e ficamos sabendo como era a rotina, bem como os hábitos, as disciplina e  os treinos.

Com uma equipe formada por trabalhadoras de uma fábrica têxtil, os treinos já eram pesados. O treinador fazia uma preparação bem austera, com treinamentos na madrugada e com poucos – ou nenhum – intervalos. As imagens de arquivo deixam claro como essa preparação era rígida e como as jogadoras precisavam se dedicar bastante.

Depois de ganhar todos os jogos domésticos no Japão, a equipe foi eleita pela Federação Japonesa de Vôlei para representar o país no Campeonato Mundial de 1960. Mas, mesmo com algumas poucas derrotas, a equipe já chamava atenção, recebendo o nome de ‘Tufão do Oriente’.

De fato, durante as Olimpíadas de 64, já era uma das equipes favoritas. Contudo, se esperava o time soviético como o grande medalhista de ouro no vôlei feminino. Mas, com um jogo histórico, as jogadoras japonesas venceram a equipe soviética e, assim, passaram a ser conhecidas como ‘bruxas do oriente’.

Treinamentos duros

Devido às impressionantes vitórias, muito mito se criou sobre o time japonês. Em especial o treinador, que passou a ser conhecido por seu temperamento sério e duro, tal qual seus treinos. Além disso, o técnico tinha fama de ter sobrevivido à selva durante a Segunda Guerra Mundial, ajudando com que todos os homens sob seu comando também saíssem vivos.

Seguindo as façanhas das “bruxas”, houve um boom de mangás, bem como desenhos animados e animes sobre o glorioso time japonês. Abordando sempre o chocante e exaustivo treinamento ao qual as jogadoras eram submetidas e o abusivo treinador, assim como a necessidade de uma ‘arma secreta’.

No entanto, as ex-jogadoras contam que não viam esse tratamento abusivo, nem essa dureza. Como muitas não tinham famílias ‘tradicionais’, algumas sem pai, sem mãe, essa figura de obediência era o treinador, sendo uma espécie de pai. Outras até idealizavam o treinador como sendo o tipo de homem para se casar, um bom exemplo.

Recuperação do Japão

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão planejava se reerguer após a grande destruição que atingiu o país e os efeitos dessa grande guerra em sua população. Logo, visaram, as Olimpíadas de 1964 como forma de mostrar a recuperação dos poderes do Japão e projetar sua nova imagem para o mundo. Inclusive, a primeira transmissão dos jogos foi entre Estados Unidos e Japão, selando a paz nesse pós guerra.

A derrota no judô pelos japoneses desencadeou uma sentimento de frustração e decepção. Mas o triunfo do vôlei feminino reergueu a imagem do país. Além disso, a entrega de uma grande performance, um recorde de 258 vitórias sem nenhuma derrota que permanece até hoje, trouxe o orgulho aos japoneses novamente.

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Trailer do filme As Bruxas do Oriente

As Bruxas do Oriente: elenco do filme

Guadalupe Gutiérrez
Carmen Valverde
Isabel Mendoza

Ficha Técnica

Título original do filme: Les Sorcières de l’Orient
Direção:
 Julien Faraut
Roteiro: Julien Faraut
Onde assistir ao filme As Bruxas do Oriente: Mostra de SP 2021
País: França
Duração: 100 minutos
Gênero: documentário
Ano de produção: 2021
Classificação: livre

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
8
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 8

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