CRÍTICA | União feminina, poder e crítica social dão o tom de ‘As Viúvas’

Paola Jullyanne

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13 de novembro de 2018

No filme dirigido por Steve McQueen, As Viúvas (Widows), nem tudo é o que parece. Apesar de o elenco apresentar atores de peso e já bem conhecidos por grande público, como Liam Neeson, Colin Farrell, Robert Duvall e Daniel Kaluuya, quem rouba a cena mesmo são as mulheres. O foco da história é completamente direcionado a elas, uma  trama sobre mulheres fortes em seus altos e baixos, superação e união.

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O elenco escolhido para representar essas mulheres não poderia ter sido melhor, fomos presenteados com uma personagem brilhante interpretada por ninguém menos que Viola Davis. Como essa combinação poderia ter dado errado? Em As Viúvas, Viola assume o papel de uma “chefe do bando”. Michelle Rodriguez, conhecida principalmente por sua atuação nos filmes da saga “Velozes e Furiosos”, nos traz uma personagem totalmente diferente do que estamos acostumados a ver, sendo dessa vez uma mulher mais frágil e insegura. Temos ainda Elizabeth Debicki interpretando uma mulher que foge totalmente do estereótipo criado pela sua aparência. Completando o time, temos Cynthia Erivo, surpreendendo com a força e determinação de sua personagem, que por sinal são indispensáveis para a conclusão do plano.

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O filme se desenvolve a partir da história de um grupo formado por quatro homens que estão realizando um roubo, mas algo dá muito errado e eles morrem durante um confronto com a polícia, pois a van em que estavam explode queimando todo o dinheiro roubado.  A vítima do roubo foi o candidato a vereador Jamal Manning (Brian Tyree Henry), que logo após o enterro do chefe do bando, Harry Rawlings, (Liam Neeson) vai procurar a viúva Veronica Rawlings (Viola Davis) para cobrar o dinheiro perdido no assalto.

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Veronica, que não sabia nada a respeito dos negócios do seu marido falecido, se vê perdida naquela situação, onde ela tem o prazo de um mês para devolver o dinheiro que ele e sua equipe roubaram. Ao encontrar o caderno de anotações onde Harry detalhava seus antigos trabalhos e planejava os próximos, Veronica decide reunir as outras viúvas para que elas deem continuidade ao trabalho de seus maridos, podendo assim sanar a dívida e retomar suas vidas, já que elas ficaram completamente sem dinheiro após este fato.

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Convencê-las a embarcar nesse plano não é uma tarefa tão fácil para Veronica, mesmo que Linda (Michelle Rodriguez) tenha tido sua loja  invadida por bandidos cobrando a dívida do seu marido e que Alice (Elizabeth Debicki) esteja precisando trabalhar com o corpo para manter o padrão de vida que tinha antes de ficar viúva. Só quando elas percebem que estão mesmo correndo risco de vida é que aceitam. A quarta viúva, Amanda (Carrie Coon), é a única que não se junta ao grupo e nem desconfia do que elas pretendem.

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As Viúvas é uma produção que mistura ação e drama na dosagem certa. É necessário aos cinemas atuais, visto que não estamos acostumados a ver com tanta frequência essa representatividade de personagens femininas em produções do gênero. Além das impecáveis cenas de perseguição policial, temos crítica social e mensagens de empoderamento muito bem construídas. Impossível vai ser você desgrudar os olhos das telonas depois o play.

*Filme visto no 20º Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Widows
Direção: Steve McQueen
Elenco: Viola Davis, Elizabeth Debicki, Michelle Rodriguez, Cynthia Erivo, Carrie Coon, Liam Neeson, Colin Farrell, Robert Duvall, Daniel Kaluuya
Distribuição: Fox
Data de estreia: qui, 29/11/18
País: Estados Unidos
Gênero: suspense
Ano de produção: 2018
Classificação: a definir

Paola Jullyanne

Pernambucana/carioca, cinéfila de carteirinha e viciada em séries. Curto uma boa música e uma boa leitura, não sou apegada a padrões e adoro um desafio.
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