Conte!

Conte! Missão muito além da música

Monique Ferreira

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29 de janeiro de 2021

Cada vez mais, a relação entre o artista e seu público se estreita e, assim, fica evidente a influência da música em questões como autoestima e saúde mental. Por isso, a banda Conte! decidiu abraçar essa missão e criar um movimento de apoio para pessoas com depressão através de suas composições.

Baseada em Fortaleza (CE), a Conte! foi formada em 2019 por Chris Almeida (vocal), Matheus Campos (backing vocal e guitarra), Artenio Trajano (guitarra), Anselmo “Fishman” (contrabaixo), Paulo Aguiar (bateria) e conta com a produtora Jeisa Falcão nos bastidores, considerada pelos rapazes como uma integrante da banda.

O nome da banda já entrega, o grupo tem muita coisa para contar. Portanto, conversamos com os integrantes sobre a luta contra a depressão, a influência da tecnologia na música e os planos da banda para o futuro.

Confira!

A Conte! já possui algumas conquistas bem poderosas. Quais foram as experiências mais marcantes que vocês viveram como banda?

Jeisa: Temos uma história curta, porém de realizações. Tocamos alguns eventos de Fortaleza e também de outras cidades do Ceará, fizemos um público fiel que estão conosco não só pela música, mas também pela causa do #contesuahistória. Apesar desse período de pandemia por um lado ter tirado algumas oportunidades, por outro ela nos abriu portas que, talvez, se fosse de forma presencial, não conseguiríamos participar de forma tão imediata.


Tivemos a oportunidade de tocar em lives internacionais, de tocar na live de um dos maiores eventos do Ceará e de darmos uma entrevista pra um programa da maior emissora do nosso estado que nos rendeu bastantes frutos. E antes disso, tocamos em um evento na Praia de Iracema e lotamos um bar com pessoas que cantavam nossas músicas. Temos muitos sonhos e planos, e estamos trabalhando para conquistar todos eles e muitos outros que estão por vir.

Nesse sentido, como foi o impacto de dar entrevista em uma rede de TV aberta?

Matheus: A melhor possível. A quantidade de público em nossas redes sociais dobrou. Não parávamos de receber mensagens e começamos a ser convidados por outras emissoras. E não só de TV bem como de rádio. Enfim, foi uma loucura muito boa.

Existiu por muito tempo um conceito errôneo de que o Sudeste do Brasil é o lar das bandas de rock, mas nos últimos anos eu tenho visto cada vez mais artistas de outras regiões do país ganhando visibilidade nacional. Como vocês enxergam a importância da tecnologia para reduzir as distâncias neste país tão grande?

Anselmo: A tecnologia nos uniu nacionalmente a uma só voz, não somente ao rock propriamente dito, mas a uma nova liberdade de expressão. A informação, a comunicação via sinal ótico nos conectou de uma forma avassaladora, onde hoje em dia é irrevogável que no nordeste não se escute apenas forró, e que sim há amantes de outros estilos, como nosso rock n’ roll feito com amor. E não somente isso, mas que além da música temos um propósito bem maior, a vida e a saúde mental nos unindo de norte a sul e de leste a oeste do nosso país como uma família BR.

Além de ajudar a levar o nosso trabalho para outras pessoas, a tecnologia também contribui com que outros trabalhos cheguem até a gente. Quais são as referências mais interessantes que vocês acreditam que não teriam se não fosse pela internet?

Matheus: São tantas! Marcos Kleine (Ultraje a Rigor), Marcelo Barbosa (Angra) e cremos que a mais importante, Monique Ferreira (produtora), que hoje em dia faz muita diferença em nossas vidas.

https://www.youtube.com/watch?v=stDR1le_zIM

E se vocês pudessem tocar hoje em qualquer lugar, em qualquer momento da história (sem pandemia, claro), que show seria esse?

Matheus: Acho que toda banda de rock mira o mesmo festival, Rock in Rio.

Vocês estão produzindo um álbum, previsto pra sair em março. Falem um pouco sobre a evolução da banda, quais são as mudanças que podemos esperar para esse próximo registro?

Paulo: As músicas possuem algo que, independentemente do gosto musical do ouvinte, estamos dispostos a alcançá-lo com a nossa mensagem. O principal objetivo é fazer as pessoas refletirem sobre o mundo e seu papel como pessoa.

A expectativa é de que reconheçam a Conte! de antes, mas com um som mais robusto, rebuscado. A mudança mais nítida é quão sérias e maduras estão as músicas. Não só na questão musical, mas na parte reflexiva também.

O movimento #contesuahistória é um posicionamento importantíssimo na luta contra a depressão. Qual vocês acreditam ser o papel da música na vida de pessoas com transtornos psicológicos?

Christian: Bem, não podemos falar com dados o real impacto psicológico nas pessoas, mas podemos falar sobre o que vivemos ou ouvimos. Acreditamos no poder que a música tem de inspirar e conscientizar as pessoas. Fazemos o nosso melhor, com o propósito de ajudar o máximo que podemos do nosso jeito.

Contudo, para quem estiver lendo, se você tem depressão ou sinais referentes a algum desses distúrbios mentais, procure ajuda profissional. Esse é o melhor conselho que damos.

Banda Conte! (Divulgação)

Minha vez de usar a hashtag! Contem alguma história do movimento que vocês criaram.

Matheus: Vamos contar a mais recente. Um rapaz pediu nossa ajuda porque a namorada estava muito triste e queria uma razão pra viver. Nós nos compadecemos e cada um enviou um vídeo motivacional a ela e, por ser muito nossa fã, se sentiu inspirada e conseguiu sair dessa “bad”.

Como rola o relacionamento da Conte! com outras bandas da cena, local e nacional? Vocês conseguem enxergar um núcleo sólido de artistas no nicho de vocês?

Paulo: A Conte! respeita bastante todas as bandas do cenário local e nacional, gostamos sempre de manter contato e deixar claro que parcerias são sempre bem vindas como forma de se ajudar mutuamente, pois sabemos que o mercado musical não é fácil e toda ajuda é importante.

Por fim, quais são as três bandas da cena nacional que vocês levariam pra contar umas histórias em volta da fogueira?

Matheus: Poxa, é difícil escolher apenas três bandas porque, se dependesse de nós, a cena do rock em Fortaleza estaria no topo do país. Temos um panorama riquíssimo e com excelentes artistas. Entretanto, como precisamos indicar três, elas serão: Rocca, A Nossa Casa e Jack the Joker. Todas essas bandas são cearenses e, se pudéssemos, indicaríamos todas.

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Maré do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Monique Ferreira

Monique Ferreira é produtora artística, de eventos e audiovisual. É CEO da agência Na Beira do Palco, que realiza eventos no mercado independente do Rio de Janeiro e atua com lançamentos e produção artística de bandas e músicos. Se dedica à produção de conteúdo web sobre music business para artistas independentes.
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