Betty Milan analisa o futebol atual em O País da Bola

Vanesca Soares

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1 de abril de 2014

A Editora Record está lançando uma nova edição de O País da Bola, que também foi editado na França. A obra da escritora paulista Betty Milan atravessa o país da bola, indicando o que fez do football inglês o futebol brasileiro e dos nossos jogadores figuras lendárias. Ainda mostra que há uma relação entre a cultura popular brasileira – a cultura do brincar – e o jogo inventivo de que somos capazes. Para Betty Milan, nós, brasileiros, somos treinados para a improvisação desde a infância, e o brincar é o elemento-chave da nossa cultura.
Desde 1995, o futebol mudou muito. Como disse Michel Platini em entrevista de dezembro de 2013, as regras foram alteradas e o jogo se acelerou. “Ninguém mais perde tempo para buscar a bola quando ela sai do campo — há outras no entorno. Por outro lado, o goleiro não está mais autorizado a pegar com a mão a bola passada por um jogador do time dele; é obrigado a reenviá-la chutando. O estilo do futebol se globalizou. Depende menos do jogador do que do técnico e do time ao qual ele pertence.”

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Nesse contexto, Betty Milan pergunta se faz sentido ainda falar de um estilo brasileiro. As jogadas de Neymar e as pedaladas de Robinho permitem responder afirmativamente. Não brincam como Garrincha, mas, como este, se valem do jogo para se divertir. O brincar é uma característica nossa, que tende a se perpetuar, pois a nossa cultura não se realiza sem a brincadeira. Antes de pertencer a um time estrangeiro e ser formatado pelo técnico do mesmo, o jogador brasileiro se forma na cultura do brincar.
Em O País da Bola, Betty Milan focaliza o jogo para nos dizer quem somos e enfatiza a importância do futebol “pois no seu espaço vigora a democracia e a palavra lei faz sentido”. Além de ser um divertimento, o futebol ensina a respeitar os limites e portanto tem um grande valor educativo.
Betty Milan é autora de romances, ensaios, crônicas e peças de teatro. Suas obras também foram publicadas na França, Argentina e China. Colaborou nos principais jornais e revistas brasileiros. Em março de 1998, foi convidada de honra do Salão do Livro de Paris, cujo tema era o Brasil.

Vanesca Soares

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