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BGS 2019 | Executivos da SAGA falam sobre participação no evento

Thiago Alexandre

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21 de outubro de 2019

A Brasil Game Show (BGS) 2019 aconteceu entre os dias 9 e 13 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, a maior feira de games da América Latina. Fãs de videogame, entusiastas, jogadores profissionais e amadores tiveram à disposição centenas de atrações relacionadas ao universo dos games, incluindo estandes das mais importantes empresas do segmento. Quem também esteve presente foi a SAGA.

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A rede de escolas de artes digitais com 10 unidades espalhadas pelo Brasil estreou no evento como patrocinadora diamante da Brasil Game Cup, campeonato nacional de jogos eletrônicos realizado pelo terceiro ano consecutivo na BGS. Além do apoio financeiro à BGC, a empresa participou da feira com um estande onde apresentou trabalhos de alunos do Playgame, seu curso de desenvolvimento de jogos.

Nossa equipe entrevistou Rafael Nogueira, coordenador de Projetos e Eventos; e Gustavo Galvão, diretor de Criação da escola. Confira a entrevista abaixo na íntegra:

Poderia falar um pouco mais sobre a empresa? Vimos que é uma escola de artes voltada para criação de jogos. Recentemente tivemos jogos como Cup Head e Hollow Knight que chamaram a atenção por serem desenhados a mão. Na escola vocês ensinam esse tipo de técnica e outras voltadas para o uso de Unreal Engine?

A SAGA hoje não é apenas uma escola de games. Como o nome diz, nós somos School Arts Game Animation. Então, também temos a parte de animação e de artes. O pessoal está aqui com os professores que criaram todas as artes, seja do Street Fighter, do Mortal Kombat, Atari etc. Eles criaram a fim de justamente puxar para esse lado que a gente quis fazer diferença na BGS. Já que aqui é sempre game, briga de grandes, colocar o Playstation brigando com o Xbox.

Partimos de um princípio que a BGS é a maior feira de games da América Latina e a SAGA é a maior escola de games da América Latina, onde temos diversas unidades espalhadas pelo país e dia 15 inauguramos em Porto Alegre. Ou seja, a SAGA está em crescente ampliação. Na BGS, o nosso foco era de levar a família, já que você vê pais com filhos caracterizados de cosplay e games. Então, aqui temos uma pegada muito de o pai vir e jogar Atari com o filho, e depois o filho mostrar ao pai como é o Mortal Kombat, que já é da geração dele.

Assim, tentamos agregar ao máximo no nosso estande, puxando para artes, que o pessoal ao jogar ganha o cartaz, como os games que aqui temos, desde o retrô até os mais modernos. Além disso, tem animação, que você pode ler o QR Code do cartaz e, se for até o nosso website, vai ter acesso a todo o processo de criação através da animação que foi criada. Tudo o que tem dentro da escola a gente apresenta aqui. E o mais legal de tudo é que, em todos os anos de BGS, nunca teve um “Arts Alley”. E foi a SAGA que trouxe isso para o evento.

Essa mudança de conceito é apenas para o evento ou para a escola como um todo?

Não, a gente na escola está lançando um novo curso que é o “Start 5.0”. E além desse curso, que é o “Start”, ele tem o “Play Game”, em que a gente começa desde o processo de criação, que é desenho, e tem o processo de desenvolvimento em máquina. Após isso, vai para a parte do “Play Game”, que é desenvolver realmente os jogos. E daí parte para os jogos Indies, para os jogos mais modernos, com a Unreal, que é parceira nossa.

Então os adolescentes seria o público-alvo que já possuem uma base para absorver o conhecimento?

Exatamente. Mas não apenas os de 17, 18 anos. Com 13, 14 anos a pessoa já apta a entrar na escola, pois a gente sabe que hoje a gurizada tem acesso a internet mais rápido, a jogo mais rápido, tudo mais rápido. Um exemplo disso pode ser o Minecraft…

Pois é, o pessoal dá até risada do Minecraft, mas é um jogo igual o Fortnite, que até um tempo atrás ninguém dava nada e agora está com um estande de 1000 metros quadrados na BGS. Então, estamos muito felizes e satisfeitos de ver essa integração de família dentro do nosso estande. Também há a integração dos artistas com o público, autografando e ensinando, falando dos processos que são feitos para os alunos dentro de sala de aula. Então, a pessoa que quiser saber mais pode estudar conosco e, por que, não se tornar um artista que tem a sua arte aqui no estande.

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A escola já tem algum aluno que conseguiu ir para o mercado e fez sucesso? (aqui temos a participação do Gustavo Galvão, que estava no ambiente na hora da pergunta).

Não temos esse número aqui, mas podemos falar do caso da Letícia Reinaldo. Ela foi modeladora 3D na Blizzard no time de Overwatch e hoje está na Pixar. Temos mais um caso de um aluno chamado Rafael, que participou do God of War.

(Então o Gustavo aproveita para nos dar mais uma visão de como funcionam os cursos da SAGA)

O curso da SAGA dá toda a base para tornar o aluno um generalista com uma visão bastante ampla com conhecimentos que se complementam. O aluno passa a saber de todo o processo envolvido na criação do jogo. Ele pode, por exemplo, fazer a direção de arte sem ser um especialista, sabe fazer orçamento. Quando se tem conhecimentos das técnicas, você tem condições maiores e melhores de publicação dentro do estúdio. Muitas vezes, o aluno não quer, não enxerga isso, ele quer “Photoshop”. E aqui no Brasil o super-especialista é difícil. Seria muito bom. Então, a pessoa ser um generalista, poder fazer um atendimento com capacidade de atender coisas diferentes, é melhor para qualquer profissional do mercado.

Falando de mercado, o que impede o mercado brasileiro de alavancar e ter vários casos de sucesso, como acontece lá fora?

Em jogos, na parte de produção visual, estamos bem atrás no tempo em relação aos outros mercados. Mas a produção de games cresceu muito. A produção Indie está muito grande, com estúdios que começam a receber dinheiro de fora. Por exemplo, o Diorama, que recebeu incentivo do governo para o jogo Anarí. Então, se olhar aqui, vai ver coisas muito boas. As produtoras de fora estão de olho, ainda mais agora que existem as feiras de negociação, como a GDC. Assim, você vai para os Estados Unidos e participa de feiras como a GDC, faz reuniões, mostra o seu material para produção de “outsourcing”, para produção de arte.

Eu mesmo trabalhei durante 7 anos para o time da Sony, fazia “outsourcing” para a Sony, fazia veículos, personagens. Então, tem muito brasileiro atuando de forma direta em produção de grandes estúdios, em estúdios locais na forma de “outsourcing” e já tem pessoas que conseguem canais diretos por conta das redes sociais.

É muito legal isso, pois a gente não tem essa visão que tem gente daqui produzindo para fora. Hoje não tem mais barreira física. Então, você pode ser um artista digital muito bom, provar a qualidade e entrega. Precisa provar essa questão e realmente entregar, cumprir prazos. E com o dólar do jeito que está, você vai ganhar bem, já que US$ 5.000 são mais de US$ 20 mil. Outro ponto é que o fuso horário do Brasil para eles também é muito bom em relação ao da Índia, ao da China. Eles podem ter mais de 200 pessoas trabalhando lá, mas fica ruim. Assim, essa questão do fuso horário gera procura, pois é muito mais fácil trocar informação. O brasileiro gosta da cultura americana. Ou seja, produzir para fora tem todas essas vantagens.

Thiago Alexandre

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