BIENAL DO LIVRO RJ 2019 – Rapper Projota causa sensação na plateia da Arena #SemFiltro

Leandro Stenlånd

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3 de setembro de 2019

A Arena #SemFiltro, na BIENAL DO LIVRO RJ 2019 transbordou em público, inspiração e animação neste domingo (01/09), com o painel “Poesia Compra Sapato!”, que reuniu o rapper Projota, a atriz Yasmin Gomlevsky, da novela “Bom Sucesso”, da TV Globo, o poeta Allan Dias Castro e contou ainda com mediação do executivo Bruno Levinson. Juntos, eles discutiram o novo lugar da poesia na sociedade e falaram sobre suas inquietações artísticas, bem como as diferentes formas nas quais a poesia aparecem em seus trabalhos.

De forma geral, todos os convidados tiveram suas questões mais íntimas desveladas durante o bate-papo: a descoberta de seus talentos, a negação deles e, finalmente, o orgulho que os permitiu abraçar aquilo que mais tarde reconheceriam como dom. Ao longo desse processo, colocando a poesia como gênero e forma de expressão no núcleo de suas obras, puderam mais tarde dar segmento às suas carreiras. Neste sentido, olhar pra si e encarar a própria verdade, confrontar o passado, possibilitou o rumo ao futuro.

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“Eu perdi minha mãe com sete anos de idade por causa de um AVC. Ela era talentosa, fez até fotonovela, mas, infelizmente, só me passou a poesia de forma hereditária, como dom”, comentou José Tiago Sabino Pereira, o Projota, ao falar da perda precoce da mãe.

“Há 18 anos, o hip-hop no Brasil era diferente. Pra um adolescente, o rap era um sonho distante. Sempre me falavam que eu tinha que arrumar um trampo de verdade”, complementou.

Allan Dias Castro, poeta gaúcho radicado no Rio de Janeiro, comentou sobre os desafios de seu início e de sua autodescoberta como poeta, chegando a considerar sua habilidade uma “coisa ruim”, pois pensava que seria mais fácil ter uma profissão “normal”.

“Eu não sabia o que eu tinha a ganhar, mas eu sabia o que tinha a oferecer”, comentou.

Autora de “Fogo Frio – Poemas de Trás da Geladeira”, Yasmin Gomlevsky comentou que escreve como forma de exorcizar suas inquietações:

“Eu nunca tenho muito filtro, comecei a escrever como catarse. Também não tenho pudor de falar as coisas”.

A atriz conta ainda que esse processo mudou e anda até investindo em outras formas de linguagem, como vídeos nas redes sociais, mas seu conteúdo segue norteado pela poesia:

“Hoje me interessa o autoconhecimento. Meu livro foi escrito num momento da vida que eu estava mais ‘louca’, mais underground, com referências como Bukowski”, desabafou.

A conversa passou por como a poesia é transposta no fazer profissional e de que forma cada um se organiza para fazer o que faz.

“Eu já escrevi sobre a perda precoce da minha mãe, sobre relação amorosa, sobre a minha depressão. Quando eu dava uma oficina de rima uns anos atrás, eu falava: mano, canta a sua verdade, fala sobre o que você quiser. Se você quiser, você faz uma música sobre o seu tênis, mas quando eu terminar de ouvir seu rap, eu tenho que querer calçar esse sapato”, comentou Projota

“Eu não sei quando de fato a música que eu faço fica pronta, mas a poesia fica pronta em 15 minutos, eu simplesmente a ‘vomito’ e tá pronto”, pontuou o cantor de rap.

Ao fim do bate-papo, o público interagiu com perguntas e declarações emocionantes sobre como a poesia e a escrita, de modo geral, influenciaram suas vidas. Ao responder o comentário de uma fã, Projota declarou emocionado:

“Vocês não imaginam o quanto isso é importante pra mim. Muda a minha vida de verdade quando vocês falam isso. Quantas vezes eu tava mal pra caramba, coisas estavam me deixando pra baixo e eu pensei em largar isso tudo, quantas vezes… E aí eu vou lá, abro minhas mensagens diretas ou leio os comentários mesmo e aquilo me levanta”.

Crédito das imagens: Bienal do Livro Rio – Felipe Panfili

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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