Entrevista com Danielle Meniche Cruz (autora)

Anna Cecilia Fontoura

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15 de outubro de 2014

‘Breves Coisas da Vida’ é o novo livro de  Danielle Meniche Cruz. A obra, que reúne crônicas, traz o cotidiano sob a ótica da escritora. Formada em Propaganda e Marketing, Danielle decidiu que a literatura é o seu propósito de vida. ‘Palavras que Tocam o Coração’ (Clube de Autores) foi seu primeiro livro, lançado em 2011, e reúne crônicas do Blog da Meniche. No ano seguinte, o conto ‘O Guarda-Roupa’ foi lançado. Em 2013, a escritora participou das antologias ‘Livre para Voar’ (Andross Editora), ‘Palavra é Arte’ (Cultura Editorial), ‘Mulheres e Ponto’ (Litteris Editora) e ‘O Tempo Não Apaga’ (Celeiro de Escritores).

Vale destacar que Danielle Meniche Cruz é colunista do BLAH CULTURAL. Toda quinta-feira é publicado um texto novo pela autora.
Sem mais blah blah blah, vamos então a entrevista!

BLAH CULTURAL -Como nasceu seu amor pela literatura?

Danielle Meniche Cruz -Bom… eu não gostava muito de ler quando era criança. A minha tia Ivete, que trabalhou em uma grande editora, trazia livros cuja impressão não saia conforme o padrão e assim foi crescendo meu gosto pela literatura. Tenho até hoje o primeiro livro que li do começo ao fim e foi ‘Sete Histórias da História’, do Daniel Fresnot. A partir desse momento eu não desgrudei dos livros.

 BC -A literatura é seu propósito de vida. Como você decidiu que seria escritora?

 DMC –Eu lia muito, mas não lia literatura nacional. Enquanto os jovens da minha época se interessavam pela coleção Vaga Lume eu não estava nem aí e lia Agatha Christie, Sidney Sheldon, Frederic Forsyth e Harold Robbins. Ia ao sebo e voltava com uns 10 livros. No começo fui muito influenciada pelas estórias de Miss Marple (personagem de Agatha Christie) e decidi criar o meu próprio conto policial. Eu escrevia e mostrava para os professores que sempre me incentivaram, porém a literatura virou propósito de vida a pouco tempo, quando percebi que poderia fazer alguma diferença compartilhar essa riqueza do cotidiano com as pessoas. Desde então passei a ler referências da nossa literatura, como Machado de Assis, Rubem Braga, Fernando Sabino e Clarice Lispector. Comecei a ler os livros com os olhos de uma escritora.

BC -O gosto por escrever crônicas surgiu com o Blog da Meniche ou você já escrevia as crônicas e resolveu compartilhá-las através do seu blog?

DMC -Eu criei o Blog da Meniche para mostrar a minha escrita para as pessoas. Sempre escrevia os textos à mão e deixava-os guardados, mostrava a alguns amigos, professores e só, mas um dia tomei coragem de postar essas histórias. Com relação às crônicas… Como disse, no começo eu contava estórias, contos, coisas fantásticas, e hoje conto histórias, causos, pois percebi que a vida real é a melhor matéria prima que existe para uma escritora. O dia a dia, aquele corte no dedo que a folha de papel fez, a senhora séria que escuta Hot Stuff da Donna Summer no player do celular, essas coisas simples, a beleza dos detalhes.

BC -Em 2011, você lançou ’Palavras que Tocam o Coração’, seu primeiro livro, lançado pelo Clube dos Autores. Como foi essa experiência?

DMC -Foram meus primeiros passos para entender como funciona o mercado editorial e tudo que um autor iniciante precisa fazer para divulgar seu trabalho. Palavras que Tocam o Coração foi uma autopublicação e me deu as diretrizes para moldar o meu propósito de vida.

Foto: Divulgação / Blah Cultural

Foto: Divulgação / Blah Cultural

BCVocê está lançando o seu novo livro ‘Breves Coisas da Vida’ pela Chiado Editora. Como surgiu a ideia dessa nova publicação?

DMC -‘Breves Coisas da Vida’ é o nome de um texto que tem retalhos do cotidiano, fala de tudo um pouco, daquelas coisas que estamos apressados demais para perceber, sabe? Conforme eu amadurecia minha escrita, me tornava ainda mais observadora com relação ao que via no cotidiano e daí surgiu a idéia de reunir crônicas sobre a beleza dos detalhes.

BC -Quais são os autores que você mais admira? Eles têm alguma influência nas suas produções literárias?

DMC – Gosto muito da Lygia Fagundes Telles, Fabrício Carpinejar, Carlos Drummond de Andrade, mas sou influenciada pela obra do Dalton Trevisan, Rubem Braga e Fernando Sabino, estes últimos como referência para o estilo que desenvolvi.

BCVocê lançou, em 2012, o conto ‘O Guarda-Roupa’. Esse ano publicou na sua coluna, no BLAH CULTURAL, o texto ‘Lembra? Ou poema para Sabrina’.

DMC -Lançar um livro de poesia e/ou um romance estão nos seus planos?
Bom, meu foco são histórias curtas, mas penso em retomar a poesia e quem sabe lançar um livro no ano que vem. Tenho planos de escrever um livro somente com crônicas sobre o universo feminino.

BC -Você é bem eclética na sua produção literária. Tem algum gênero que você goste mais de escrever? E tem algum que considere mais complicado?

DMC -Eu gosto de escrever crônicas, porém utilizo o gênero que melhor expõe meus sentimentos naquele momento.

BC – Como você analisa o mercado editorial hoje para os novos autores?

DMC – Estou muito feliz em constatar que os novos autores ganham cada vez mais espaço através de editoras que estimulam estes talentos e ferramentas de autopublicação. Acredito que é importante para os novos autores participarem de concursos, antologias, colunas em blogs e sites, para que possam criar sua plataforma de leitores a fim de mostrar à editora seu próprio potencial e da obra.

Anna Cecilia Fontoura

Jornalista graduada pela Universidade Estácio de Sá e pós-graduada pela Universidade Cândido Mendes. Além de jornalista cultural, é redatora freelancer. Escrever é sua verdadeira paixão! Se considera uma pessoa determinada e criativa, porém um pouquinho sonhadora...
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