Blah Entrevista: Rodrigo Andrade, ator e cantor
Thiago Gomes
O ator Rodrigo Andrade é conhecido atualmente por seu último trabalho na TV como Daniel da novela “Amor a Vida”, da Rede Globo. Mas isso logo deve mudar.
O BLAH CULTURAL conversou com ele sobre seus trabalhos como ator e recentemente seu lançamento como cantor sertanejo. Rodrigo interpreta canções de sua própria autoria e também de compositores além de sucessos consagrados da música sertaneja.
Como foi a receptividade do Daniel perante o público?
Rodrigo Andrade: A receptividade foi sempre muito boa. É sempre uma resposta muito positiva do público. Ainda mais um personagem que defendeu uma classe que sofre preconceito, que é a classe mais obesa e por outro lado a que ele defende a irmã que é autista, ou seja, ele é um personagem coringa do bem que está sempre batendo algum tipo de preconceito. Isso ganha a simpatia do público, então todos gostaram bastante, elogiaram nas ruas.
As pessoas falam com você na rua? Elas se identificam com o personagem?
RA: Se identificar nem tanto porque é meio atípico, não é tão comum ver alguém da mesma relação como Daniel se relaciona com uma autista, se relaciona com uma pessoa obesa, mas as pessoas se identificam porque todo mundo já viu isso no dia-a-dia, com amigo, com parente.
O personagem Daniel de “Amor à Vida”, assim como Eduardo de “Insensato Coração” trataram de assuntos polêmicos como no caso do Eduardo de homossexualismo, a relação que o Daniel tem com sua Irmã, com a esposa. Como você lida com essa questão? Você acha importante o personagem ter uma função social?
RA: Eu acho importante ter uma responsabilidade social, eu gosto. Eu sou muito feliz assim, tenho muita sorte de ser escalado para personagens polêmicos, tanto o Eduardo, o Daniel, até mesmo o Berto de Gabriela que era um vilão que mostrava tudo que não se deve fazer. São personagens que têm história para contar.
E falando no Berto Leal de “Gabriela”, como foi participar de uma trama de Jorge Amado?
RA: Eu já tinha vontade de fazer uma minissérie, já era algo que eu desejava muito. Fazer Jorge Amado era algo que eu desejava mais ainda, interpretar um personagem de época e um personagem rural. Todos os meus desejos estavam no Berto que foi o melhor personagem que já tive até hoje, que além de me colocar num outro lugar como ator, tanto na casa, como na sociedade, como no meio artístico, foi um personagem que marcou muito a minha vida. Foi muito bom. A equipe de direção me deu muita liberdade para criar, para dar o tom que eu desejava. Me estimulavam a cada vez criar mais.
Você acha importante o ator ter uma certa liberdade?
RA: A gente tem que ter uma direção pois tem uma visão diferente, mas ter uma liberdade é muito bom também. Eu gosto de poder criar, poder ousar. Se não ficar bom, eu faço de outro jeito, mas gosto de experimentar, sou ousado. Às vezes faço algo que fica ruim, por isso que o diretor está ali, para falar que aquilo não serve, vamos por outro caminho, daí eu mudo.
O Berto foi o personagem que você mais gostou?
RA: Cada um tem um peso, desde o Téo de “Caras e Bocas”, que me tirou do anonimato e começou a me dar projeção, depois veio o Eduardo, me lançou de uma forma incrível no país inteiro e aí ganhei vários prêmios de ator revelação pelo personagem, e logo depois veio o Berto concretizando isso e colocando num local mais acima ainda. E agora o Daniel consolidando isso.
E antes do “Téo” (personagem de “Caras e Bocas”)?
RA: Já havia feito várias outras coisas, várias participações em novelas, em programas humorísticos, o Téo foi o que me deu mais projeção, que fez eu ser contratado pela Globo.
Você já fez cinema?
RA: Fiz esse ano o filme chamado “Atrás da Porta”, que lançou há pouco tempo. Tenho mais três longas para fazer ano que vem. Faço um vilão incrível de um filme chamado “Barão da Noite”, que será rodado no Tocantins e têm mais 2 propostas bem interessantes: um filme para rodar na Itália e um para rodar no Sul em Santa Catarina. É algo que eu desejo muito fazer: cinema.
Como cantor você lançou a música “30 anos” no programa da Ana Maria Braga recentemente. Está lançando também nas rádios do Brasil. Fale um pouco para a gente da sua carreira como cantor.
RA: Uma carreira que começou antes de eu ser ator. Sempre gostei de música. Comecei na música antes de ter noção que poderia chegar a fazer televisão um dia. Por conta dela, eu virei ator e depois passei a cantar até melhor. Lançamos o disco “Sete”, fizemos muitos show pelo Brasil. O trabalho começou a criar um corpo, a criar bases, estrutura e agora vem o disco “30 anos”, com a música que já está tocando nas rádios que é pra crescer mais ainda, que é pra mudar a estrutura, para fazer shows maiores.
Seu primeiro desejo era ser cantor? O que te despertou?
RA: Não sei dizer, isso nasce com a gente.
Nesse CD “30 anos” têm alguma composição sua?
RA: Tem. Já temos 3 faixas que são de amigos, outros compositores, e agora eu gravo mais 3 músicas, nessas próximas, duas serão de minha autoria.
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É um desafio para você conciliar essas carreiras de ator e cantor?
RA: Não é um desafio, é cansativo, a gente para pra pensar se aguenta. Chega uma hora que começa a prejudicar a saúde, a prejudicar outras coisas.
Você têm preferência por alguma carreira?
RA: Eu acho que preciso das duas, uma complementa a outra. Como todo bom brasileiro eu tenho duas profissões (rs). Trabalho nas músicas que tocam nas rádios e clássicos do sertanejo.
Quais artistas que você gosta?
RA: Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel. têm os clássicos mais antigos além da atualidade que tá rolando no momento que a gente não pode deixar de fazer. No momento agora Jorge e Matheus, tem que fazer o atual mas sempre também uma pegada muito nossa, de um jeito próprio para não copiar o som. A gente tem que criar da nossa maneira.
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Como está sendo a receptividade do show? As pessoas se surpreendem ao saber que você canta também?
RA: Eu fiquei conhecido primeiro como ator. A Globo tem uma progressão muito grande, aí todo mundo me conheceu como ator. No início tinha essa surpresa mas hoje em dia não muito. Hoje em dia o público já conhece, as pessoas já sabem, têm as músicas.
O que podemos esperar para 2014?
RA: Se Deus quiser, muitos shows, muito trabalho, é o que eu quero, muita saúde. Existem conversas para uma novela nova, mas eu ainda não fechei nada.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Rodrigo Andrade, acesse o site oficial do cantor e ator.