Cats filme

‘Cats’ | CRÍTICA

Wilson Spiler

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26 de dezembro de 2019

Cats é certamente um dos maiores sucessos de todos os tempos da Broadway. Embora tenha sido criado em Londres, foi em terras norte-americanas que o musical ganhou fama mundial. Em cartaz desde 1982 (até setembro de 2000), foram mais de 30 prêmios recebidos, incluindo sete Tony Awards e um Grammy. Para se ter uma ideia do sucesso do espetáculo, até 2012, adaptado para diversas línguas, ele já havia arrecadado US$ 3,5 bilhões ao redor do mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=QHnUG_SIYYo&t=2s

Expectativa x Realidade

Aliás, Cats já teve a sua versão tupiniquim encenada por aqui no já longínquo ano de 2010, tendo, como principal protagonista, a cantora Paula Lima. Além disso, ele também já havia ganho uma adaptação audiovisual britânica em 1998.

Mas Hollywood não seria Hollywood se ficasse quietinha. A saber, o filme vinha sendo cotado para chegar aos cinemas desde a década de 1990. No entanto, apenas em 2018 o musical teve seus direitos comprados pela Universal Pictures. E tinha tudo para dar certo, visto que o diretor escolhido para dar vida ao espetáculo na telona foi Tom Hooper, responsável pela premiada adaptação para o cinema de “Os Miseráveis” (2012). Eu disse tinha.

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Cats filme 2019
Escolhas bizarras

A verdade é que, diferentemente da versão de 1998, quando tínhamos basicamente o espetáculo filmado (ao estilo Cirque du Soleil), aqui, o cineasta decidiu transformar os atores em verdadeiros gatos. Mas, calma, não estamos falando de felinos criados em computação gráfica sendo devidamente dublados. Hooper decidiu fazer pior: usar uma bizarra computação gráfica, onde os intérpretes têm a textura, os pelos e os movimentos dos animais, mas os rostos, corpos e dentes humanos.

Embora seja um adaptação bem fiel do espetáculo, com as grande maioria das músicas originais sendo encenadas na ordem, inclusive com uma abertura de “Jellicle Songs” durando quase oito minutos, a verdade é que Cats é constrangedor. Fazer atores do calibre de Jennifer Hudson, Taylor Swift, James Corden, Jason Derulo, Rebel Wilson, Ray Winstone, Idris Elba, Ian McKellen e Judi Dench se prestarem à tamanha vergonha chega a ser cruel. Seria menos vexatório colocá-los em roupas de gatos. Não que o CGI esteja mal-feito. Definitivamente, não está, mas a escolha visual é de encher os olhos… de lágrimas de tristeza.

Cats 2019

De fato, não se sabe se foi uma decisão própria do diretor ou os atores optaram por serem reconhecidos diante de efeitos especiais, digamos, excêntricos. O que sabemos é que, certamente, foi a pior escolha possível .

Atuações teatrais

Quanto às atuações, obviamente, são bem teatrais. Contudo, vale destacar o trabalho corporal e musical dos atores. Nesse quesito de dança e canto, são interpretações que valem a pena. O duro é assití-las diante de um escolha visual tão precipitada. São 120 minutos de projeção onde o maior feito é do espectador. Afinal, sentar-se por duas horas para assistir Cats é um verdadeiro ato de heroísmo.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Cats
Direção: Tom Hooper
Elenco: Jennifer Hudson, Taylor Swift, James Corden, Jason Derulo, Rebel Wilson, Ray Winstone, Idris Elba, Ian McKellen, Judi Dench
Distribuição: Universal
Data de estreia: qui, 26/12/19
País: Estados Unidos
Gênero: comédia
Ano de produção: 2018
Duração: 120 minutos
Classificação: Livre

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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