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‘Chemtrails Over The Country Club’: Lana Del Rey em seu lugar mais pessoal

Cadu Costa

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29 de março de 2021

Fato: Lana Del Rey é hoje uma das cantoras mais conhecidas e originais da música. Desde seu espetacular lançamento homônimo em 2010 e seu timbre único, Lana é a figura central do movimento ‘sadcore’, uma definição livre sobre as batidas lentas do rock alternativo. Com temas sobre drogas, sexo e o amor e suas dores, a norte-americana vem provando cada vez mais seu valor com uma indicação ao Grammy de Álbum do Ano por Norman Fucking Rockwell!, de 2019.
Agora, ela surpreende mais uma vez. No último dia 19, foi lançado Chemtrails Over The Country Club, novo álbum de Lana Del Rey. E temos, mais uma vez, a cantora criando um mito em torno de si e de sua música.
Musicalmente falando, Chemtrails estende o som de NFR!, ainda até aqui seu melhor trabalho. Lana também volta a trabalhar com o compositor e produtor Jack Antonoff, que co-escreve e co-produz quase todo o material. Assim como Rick Nowels, seu parceiro criativo em trabalhos anteriores, escreve e produz uma faixa. Então, como em 2019, os tempos são lentos e os arranjos são minimalistas, comandados por piano ou violão.

Experimentos vocais de Lana Del Rey

As reviravoltas mais atraentes aqui são seus experimentos vocais. Lana se tornou uma cantora com mais recursos ao longo dos anos. Portanto, em muitas dessas novas canções, ela usa o limite superior de seu alcance de maneiras novas, transmitindo uma nova vulnerabilidade. “White Dress”, que abre Chemtrails, a encontra neste modo. É uma de suas melhores músicas até agora, olhando para sua vida aos 19 anos (ela tem 35 agora), quando ela estava servindo mesas e vivendo o momento sem nenhum indício do que estava por vir.
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A voz mais alta de Lana Del Rey carrega em “White Dress” aparece regularmente em Chemtrails Over The Country Club, e nunca a ouvimos soar assim antes. Em NFR! ela frequentemente parecia secamente divertida e, às vezes, até entediada com o desfile de homens em sua vida. Bem como suas rebatidas improvisadas adicionavam momentos de leviandade. Agora, cantando com um tom mais frágil, a artista soa como alguém para quem um caso potencialmente condenado representa um risco real. Uma pitada de verdades num mundo recheado de mentiras.
Também vemos “Tulsa Jesus Freak”, que satisfaz o fascínio da Sra. Del Rey pelo amor e luxúria entre os pobres e “Yosemite”, sobre um casal romântico que se isola do mundo e se torna obcecado um pelo outro.

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Parcerias femininas

Nas últimas músicas de Chemtrails Over The Country Club, Lana Del Rey encontrou consolo não na solidão, mas na solidariedade. Especificamente com outras mulheres. O álbum abre para participações como a artista country Nikki Lane em uma música que a própria escreveu, “Breaking Up Slowly”. Além disso, Zelia Day and Weyes Blood encerra o disco com “For Free”.
Por fim, em Chemtrails Over the Country Club, Lana Del Rey deixa Los Angeles e chega a um lugar mais pessoal, ansiando por um tempo perdido. Uma grande contadora de histórias, a cantora consistentemente mostra quem, o quê, onde e quando acontecem as músicas.

Sucessor de ‘Chemtrails Over the Country Club’

E ela não para:  Lana mal acabou de lançar seu novo trabalho de estúdio e já engatilhou outro disco. Via Instagram, ela anunciou o sucessor de Chemtrails Over the Country Club, que vai se chamar Rock Candy Sweet. Nos stories, a cantora falou sobre o conceito do álbum que chegará às lojas e serviços de streaming musical em primeiro de junho. Mais “sad but true” vindo por aí.
Mas o realmente indiscutível é o fato de Lana Del Rey ter se tornado uma das melhores artistas de sua geração. Com um toque lírico e melódico que incentiva um investimento emocional em sua música muito além de tudo, o que ela reflete em sua vida real.  Isso está ainda mais explícito em Chemtrails Over the Country Club.

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
8
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 8

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