COLETIVA | Paula Fernandes lança novo CD ‘Amanhecer’

Laura Udokay

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20 de outubro de 2015

Na última segunda-feira (19), a cantora Paula Fernandes concedeu entrevista, em coletiva de imprensa, para divulgar seu mais recente trabalho, o álbum ‘Amanhecer’. Trajada alegremente de roqueira e, talvez, não por acaso, com a frase “Good Vibes Only” (Somente Boas Vibrações) estampada na blusa, posou para as fotos aos sorrisos.

‘Amanhecer’ é uma obra com cara despojada e dançante, reflexo de seu amadurecimento artístico. Ela, que em todos seus discos sobe degraus de aprendizado musical e pessoal, teve muito a contar. Apresenta canções de uma mescla de country e pop, que vai, também, do xote ao eletro. Em suas abordagens estão explícitas as próprias ideologias, a consciência ecológica, como fala a letra em Água no Bico, e o amor ao campo, prefiguração de suas raízes. “A natureza é passiva, mas cobra em algum momento”, alerta.

Então, qual a madureza cujo Paula está no momento? Com muita segurança, responde: “Muito boa! Estou contente e mais leve. Acho que esse disco retrata bem isso. Eu não tenho nada de acomodada, meu espírito estava muito ansioso para saber como seria a estrada para uma vida que mudou tanto. Construí carreira sólida, sempre querendo oferecer o melhor para o meu público”. As novas canções, segundo a artista, trouxeram boas notícias, sendo um disco que tem mais a cara do Brasil, retrata bem por onde ela passou. “Mostra o quanto sou versátil e livre de rótulos. Pois embora minha raiz seja sertaneja, me sinto uma cantora de música universal”.

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Ela admite que é muito observadora, assim, aprende com facilidade. “Estou desenvolvendo esse trabalho com tanta dedicação, afinal, são vinte e três anos de carreira. Eu enxergo meus erros e acertos, e esse disco é o resultado de vários laboratórios. Creio, também, que é mais leve e traz um frescor da minha vida”, explica.

O CD tem doze canções escritas por Paula, e desde Meus Encantos, não fazia algo tão autoral. Mas conta com grandes parcerias, dentre as quais, vale citar, Almir Satter. “Aproveito, mais uma vez, para agradecer publicamente. O Almir é um espelho, que admiro como pessoa e profissional”, declarou.

Sobre os elementos eletrônicos do novo trabalho, conta que tirou as influências de sua personalidade aberta: “Pois é, sou muito eclética para música. Nesse período todo, tive a oportunidade de ouvir bons compositores, e modéstia à parte, mas tenho um produtor que sou fã, é o Márcio Monteiro. E ele, como sempre, respeitou o que a música pediu”, revela. Nesse disco, foi pedido ao produtor, que se fizessem arranjos simples de viola com violão e, em outras, foi possível inovar conforme a necessidade da composição.

Além de expressivas parcerias, Paula gravou com sua banda tradicional. Algo que permite aproximar ao indefectível, uma vez que, todos estão entrosados musicalmente. “Eu tenho muito respeito pelos meus músicos, estão comigo há muito tempo. Começamos juntos, prezo para que estejam ao meu lado em todos os projetos”. Como já estão habituados ao ritmo de cada um, Paula disse que facilita a compreensão do que o Márcio Monteiro quer trabalhar. “São bons profissionais, que têm muito talento para oferecer. E, particularmente, gostei muito do resultado”, elogia, com um sorriso.

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“Amanhecer tem uma unidade, mas nenhuma musica se parece entre si”, explica. A capa do CD, afirmou, representa bem a fase atual, como mulher e compositora. Estampada em tons de azul, transmite a sutileza autoral e pessoal, e o arrojo de arriscar novos recursos sonoros.

Por outro prisma, um assunto recorrente e comentado durante a coletiva, foi o mal furtivo chamado depressão. Doença admitida abertamente pela cantadora. Paula contou em como considera a música uma espécie de cura. “Estudos comprovam que o som das notas musicais somadas possui poder incrível. Como se a música transportasse para outra atmosfera”, comparou. “Não tenho vergonha de falar sobre a minha depressão. Pois acredito que tenha sido o melhor momento da minha vida, embora tenha sido o pior. Comecei a construir essa Paula Fernandes que sou hoje em um ponto onde descobri estar deprimida”, desabafou. O apoio familiar, a fé, que, em suas palavras, é essencial, além de uma visão mais oportunista diante da doença, pode auxiliar em direção à luz. Sim, a mensagem é que a pessoa, posteriormente, tenha a chance de aprender com o problema vivido. “Sabe, porque foi o que eu fiz”, disse.

Em resumo, após tantas reflexões e revelações, só resta fazer o convite para apreciar esse ‘Amanhecer’ de Paula Fernandes, um disco repleto de canções autobiográficas, que contam a cada nota, um pouco dessa menina-mulher. “A vida é bela para quem sabe sonhar”.

 

Laura Udokay

Laura Udokay é dessas garotas que tiveram uma infância de “garoto”. Skate, fliperama e rock. Cresceu no universo dos desenhos e livros. Hoje, faz as duas coisas: desenha e escreve. É autora de “Martini, o Pequeno Demônio”, trilogia que terá o segundo volume publicado em breve
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