Convenção das Bruxas 2020 filme crítica

‘Convenção das Bruxas’ (2020) é um remake respeitável

Jorge Feitosa

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16 de novembro de 2020

Refilmagens de produções cinematográficas tendem a ser uma incógnita quanto aos seus resultados. Aliás, não raro, rendem menos sucesso que os originais. Isso porque é difícil realizar uma abordagem nova sobre uma história que ficou enraizada no imaginário popular e que passa a ser mostrada com carinho às novas gerações.

A saber, Convenção das Bruxas (The Witches) de 2020 é o remake do sucesso homônimo de trinta anos atrás, estrelado por Angelica Huston e baseado no livro de Roald Dahl. Na obra, um garotinho perde seus pais e acaba se hospedando com sua avó em um hotel onde um grupo de feiticeiras realiza sua convenção anual e traça um plano para transformar todas as crianças do mundo em ratos.

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Mudanças

Aposta arriscada do diretor Robert Zemeckis e do produtor Guillermo Del Toro. A dupla reescreve a história original mudando a ambientação da Inglaterra para o Alabama. Ademais, também introduziram protagonistas negros. No entanto, eles não mudam tanto a história original.

Algo que se percebe desde logo é a mudança na narrativa. Ela consegue dar melhor ritmo para as plateias atuais, que poderiam achar a explicação sobre as bruxas do primeiro filme arrastada. Além disso, a relação da avó do protagonista com as bruxas e sua Grande Bruxa-Mor é mais bem explicada, algo que havia ficado um tanto vago no filme original.

Elenco impecável

O elenco dessa versão 2020 de Convenção das Bruxas está tão bem quanto é possível. Afinal, Anne Hathaway está à frente engolindo as cenas como vilã. Ainda vem acompanhada da simpática Octavia Spencer e do sempre competente Stanley Tucci. Por fim, também há um acréscimo considerável na narração em off de Chris Rock

A direção de arte e seus cenários também melhoraram. Estão mais suntuosos e coloridos, mas sem exagero. São mais bem enquadrados pelo diretor, que, certamente, conta com outro nível de tecnologia. No entanto, o aproveitamento dessa novidade é ótimo, especialmente nas cenas que exigem foco nos garotos transformados em ratinhos.

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Efeitos visuais

Por outro lado, quanto aos efeitos visuais, as bruxas têm um visual diferente. Garras e bocarras inseridas digitalmente substituem a maquiagem. E funcionam porque são discretas, mas sem deixar de serem horripilantes.

Contudo, os ratinhos são personagens de computação gráfica que mais parecem personagens de animação mesmo, ficando muito aquém dos charmosos animatrônicos do filme de 1990. Só se salvam por conta da direção de Zemeckis. O cineasta consegue inseri-los da melhor forma possível nas cenas.

Aliás, o produtor Del Toro, notoriamente conhecido por preferir os efeitos práticos, preferia que o filme fosse feito em stop motion. Se esse recurso fosse aplicado ao invés do CGI, talvez o resultado fosse melhor.

Não compromete

A versão 2020 de Convenção das Bruxas, enfim, é uma refilmagem que consegue agregar algo à história original sem comprometê-la. De fato, poderia ter sido melhor executada. No entanto, com certeza, é uma boa adaptação aos tempos atuais e será apreciada pelas novas gerações. 

TRAILER

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FICHA TÉCNICA

Título original: The Witches
Direção: Robert Zemeckis
Elenco: Anne Hathaway, Octavia Spencer, Codie-Lei Eastick
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 19/11/20
País: Estados Unidos
Gênero: aventura
Ano de produção: 2019
Duração: 104 minutos
Classificação: 10 anos

Jorge Feitosa

@jorgefeitosalima
8
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 8

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