CRÍTICA | ’12 Heróis’ mostra o lado humano da guerra

Giovanna Landucci

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15 de março de 2018

O longa metragem 12 Heróis foi inspirado no livro “Horse Soldiers” escrito por Doug Stanton. Baseado em fatos reais ocorridos após o atentado terrorista de 11 de Setembro, conta a trajetória de 11 soldados que, seguindo seu capitão, embarcam em uma missão considerada suicida.

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Essa equipe de soldados das Forças Especiais dos Estados Unidos, poucas semanas após o atentado terrorista, se junta a aliados do pais no Afeganistão, chamados Aliança do Norte, para lutar contra o regime Talibã.

Com a produção do aclamado Jerry Bruckheimer (de longas como “Armageddon”, franquias como “CSI – Crime Scene Investigation” e a saga “Piratas do Caribe”) e protagonizado por Chris Hemsworth (o personagem Thor dos filmes da Marvel), e que inclusive, um comentário a se fazer é que exatamente ele conseguiu deixar o herói de lado para viver na pele Mitchell , o capitão da tropa, dando vida ao personagem.

A trama possui fotografia, trilha sonora e enquadramentos que se encaixam perfeitamente, encaminhando o espectador a viver cada momento.

Os flashes documentais do inicio da película trazem um ar realista. A história começa com recortes de cenas que parecem filmadas manualmente pelas famílias para, talvez, deixar um apelo emocional ao espectador e fazer com que ele entre na trama e se ambiente com o tema que foi vivenciado por cada uma das famílias que perderam entes queridos no atentado terrorista.

Mitch Nelson abandona sua família e licença que havia recebido para exercer seu papel patriota quando vê na televisão as cenas das torres gêmeas sendo derrubadas. Ele se apresenta novamente como voluntário para liderar sua equipe, porém, encontra alguns obstáculos, pois ele, por ter pedido licença, não tem mais oficialmente sua equipe e é colocado de escanteio, mesmo afirmando que quer ir para a guerra e ser atuante, recebe uma mesa e documentos para cuidar.

Mas sua equipe e seu segundo capitão – tenente, mais velho e com mais experiência, “dá sua cara a bater” e consegue que Mitch seja encaminhado ao coronel, assumindo de volta sua equipe como capitão. Porém, a luta inicial não termina por aí. Ele tem pouca experiência, sendo que nenhuma em campo, e isso traz leve desconfiança de que colocaria em risco a operação. Mas Mitchell não deixa barato e demonstra com todo seu conhecimento que conseguiria ir a campo.

Eles têm poucas semanas para conseguir o quase impossível: adentrar as zonas de guerra do Afeganistão, contra atacar e entrar na cidade de Mazar – I – Sharif para deter o inimigo Talibã.

Ele precisa conquistar a confiança do Comandante aliado dos Estados Unidos, a chamada Aliança do Norte e, é nesse encontro, após conseguir levemente conquistar sua confiança, que Mitch descobre que terão que ir a essa missão à cavalo pelas áreas montanhosas e estreitas, sem deter conhecimento de território e com poucos recursos.

Eles se deparam com muitos riscos, muitos obstáculos e muitas surpresas ao longo do caminho. Estão com uma diferença de 1 para 40 em numero de homens.

Com alguns pedaços maçantes, mas ao mesmo tempo um thriller eletrizante e envolvente, a trama ganha corpo e começa a mostrar para que veio: não ser um filme clichê e ir além de atentado terrorista e guerra.

Em determinado momento temos um revés: o que se pensava ser uma rendição era na verdade uma emboscada! Os closes dado nos personagens principais, a areia esvoaçante, a luz natural, dão bastante vida às cenas. Entre piadinhas, brincadeiras que os soldados fazem temos uma quebra na tensão natural do tema e, junto com a linguagem militar utilizada durante todo o filme, conseguimos nos situar e sentir proximidade, como se estivéssemos lá.

Existe uma grande lição de moral na trama. Mitchell ouve do comandante da Aliança do Norte que ele parasse de ser soldado e passasse a ser um guerreiro. Nesse momento Mitch revê suas táticas e avança de outra maneira, podendo ouvir um “agora sim, guerreiro!”

12 Heróis vai muito além de retratar a guerra entre Al Qaeda e Estados Unidos e nos mostra um lado muito humano, família, sentimento de patriotismo que os americanos têm enraizados em si, coragem e bravura. Com momentos emocionantes e, ao som de “It Goes On”, 12 Heróis se encerra nos trazendo a mensagem de nunca nos darmos por vencidos, que sempre há uma saída.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: 12 Strong
Direção: Nicolai Fuglsig
Elenco: Michael Shannon, Chris Hemsworth, Michael Peña
Distribuição: Nicolai Fuglsig
Data de estreia: qui, 15/03/18
País: EUA
Gênero: Guerra
Ano de produção: 2018
Duração: 130 minutos
Classificação: 14 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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