CRÍTICA #2 | ‘Liga da Justiça’ ganhou um filme à sua altura

Guilherme Farizeli

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15 de novembro de 2017

Liga da Justiça é o primeiro momento de clímax do universo da DC que Zack Snyder ajudou a construir nos cinemas. De certa forma, os momentos e decisões que aconteceram em seus predecessores (O Homem de Aço, Batman Vs Superman e Mulher-Maravilha especialmente) culminam na história que vemos no longa. Ele apresenta uma mudança no seu tom, mas ela é muito mais natural do que se previa: depois da tempestade, vem a bonança. Sim.

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O mundo se ressente da ausência do Superman e o primeiro ato do filme serve para situar o espectador nesse contexto e apresentar melhor os protagonistas, sem, no entanto, prejudicar seu ritmo. Dessa forma, o filme fica igualmente divertido para os fãs de quadrinhos e para o espectador eventual.

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As escolhas do roteiro nesse sentido foram muito boas. Os personagens secundários como Henry Allen, Silas Stone e Mera ajudam a contextualizar o público no que diz respeito ao sentimento e um pouco da personalidade de Flash, Ciborgue e Aquaman, respectivamente, inserindo-os mais profundamente no contexto da história. Ao contrário do que normalmente vemos em filmes de herói (ou filmes de equipe), o time não nasce pronto e entrosado logo de cara. As personalidades são diferentes e os atores realmente fizeram a integração da equipe ser bem natural e tênue. Eles aprendem a trabalhar juntos e a lidar uns com os outros ao longo do filme. Mesmo Bruce e Diana têm seu momento de estranhamento, mas todos trabalham com um objetivo em comum. E todos são gente-fina.

A trama do filme é simples e nem de longe isso é um problema. O roteiro é bem escrito, bem executado e a beleza do filme fica realmente para o que importa nesse caso: a interação entre os personagens e as cenas de ação. Ah, as cenas de ação. Essas são um capítulo a parte. Liga da Justiça apresenta algumas das melhores sequências de ação de filmes do gênero. Não apenas as que envolvem o time contra o Lobo da Estepe, mas a luta do vilão contra as Amazonas é qualquer coisa de outro mundo! A escolha do vilão também se justifica no filme, em termos de escala: foi um grande desafio para um time em formação, mas deixa espaço para o surgimento de ameaças maiores nos próximos longas. Ouvi alguns comentários sobre problemas na execução do CGI no Lobo da Estepe, mas não vi nenhum tipo de problema. As cenas de luta foram incríveis e a voz de Ciarán Hinds aproximou bastante o vilão do que ele é nos quadrinhos.


 

Liga da Justiça tem tantos momentos incríveis que eu poderia passar alguns dias falando do filme. Mas destaco aqui alguns pontos que me agradaram muito. A história, que é muito boa, linear e sem tempo pra bobagens. O elenco. Os intérpretes dos personagens principais mandaram muito bem, conseguiram representar com maestria a personalidade de cada um desses ícones dos quadrinhos. Sim, temos encarnações clássicas da trindade, assim como representações excelentes dos três “novatos”: Flash, Ciborgue e Aquaman. Os coadjuvantes não ficam atrás. Amy Adams, Diane Lane, Connie Nielsen e J.K. Simmons são perfeitos em suas aparições. Cada um na sua seara: emoção, humor-cínico-tradicional-de-Gotham e mais ação; eles são o tempero que arremata o longa, para não deixar faltar nada mesmo.

E como eu disse antes, as cenas de ação e luta são magníficas. Temos muitos elementos clássicos do Zack Snyder, com um visual impressionante mas sem deixar de lado o background dos personagens e principalmente seu senso de heroísmo.

A equipe de heróis mais amada do mundo ganhou um filme à sua altura. Não perca tempo, assista o quanto antes e se possível, mais de uma vez. Vale muito à pena!

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Justice League
Direção: Zack Snyder, Joss Whedon
Elenco: Gal Gadot, Jason Momoa, Henry Cavill, Ben Affleck, Amy Adams, Ray Fisher, Ezra Miller, Amber Heard, Diane Lane, J.K. Simmons, Jeremy Irons
Distribuição: Warner Bros
Data de estreia: qua, 15/11/17
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Aventura
Ano de produção: 2017
Duração: 121 minutos
Classificação: 13 anos

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
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