CRÍTICA #2 | Se assim a Disney desejar, ‘Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar’ fecha com chave de ouro a saga de Jack Sparrow

Bruno Giacobbo

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24 de maio de 2017

Desbravando águas nunca antes navegadas, o pirata mais icônico da cultura pop está de volta. Claro, vocês já perceberam que estou falando de Jack Sparrow, o personagem que conseguiu a proeza de abrilhantar e ofuscar a carreira de seu polêmico intérprete, Johnny Depp. Foram longos seis anos desde a última aventura e os fãs que estavam com saudades, podem começar a contar os segundos para a estreia, pois mesmo sem ser algo exatamente original, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of Caribbean: Dead Men Tell no Tales) desenvolve o gancho deixado pela cena pós-crédito do terceiro capítulo (será que alguém ainda se lembra?) e, se assim a Disney desejar, fecha com chave de ouro a saga do nosso herói e dos seus principais amigos.

CRÍTICA #1 | ‘Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar’ tem trama previsível, mas consegue se manter no posto de uma boa sequência

Depois de navegar pelos sete mares com as mais variadas missões possíveis, ora atrás de um baú, ora em busca da Fonte da Juventude, ou apenas com o intuito de quebrar uma maldição qualquer, Jack sai, agora, à caça do tridente de Netuno, uma arma tão poderosa que dará ao seu dono o controle total dos oceanos. Só que, desta vez, até que ele estava quieto, no canto dele, fazendo coisas desimportantes como assaltar bancos. Contudo, ao cruzar o caminho de Henry (Brenton Thwaites) e Carina (Kaya Scodelario), o eterno capitão do Pérola Negra será arrastado para o centro deste maremoto de emoções.

Apesar de lembrarem bastante Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley), Henry e Carina não estão juntos e, a princípio, querem coisas  diferentes. Ele, quebrar uma maldição envolvendo seu pai; ela, decifrar o mapa contido no caderno de Galileu Galilei que herdou… isso mesmo, do seu pai. E ai, adivinhem? O que se encontra decifrando tal mapa? O tridente do Deus dos Mares. E qual é o único objeto capaz de desfazer a maldição? O artefato de Netuno. Logo, no final das contas, eles desejam a mesmíssima coisa. As identidades dos respectivos pais estão entre as boas surpresas da história, agradam feito chocolate na boca de crianças levadas.

Uma característica da série “Piratas do Caribe” que aqui se repete, é a presença de um grande inimigo e de grandes aliados. O nêmesis de Jack, desta vez, é Armando Salazar (Javier Bardem), capitão da Armada Espanhola. Amaldiçoado, ele vaga com sua tripulação em uma espécie de nau fantasma à espera de uma chance de se vingar. Ao explicar a origem desta raiva, o filme mostra também o protagonista bem novinho. Já o aliado da hora é o carismático Hector Barbossa (Geoffrey Rush). A relação de amor e ódio entre os dois piratas está mais viva do que nunca, rendendo, como de costume, excelentes cenas.

Mais parecido com a trilogia original do que com o quarto filme, este fato se deve ao longa ser cheio de elementos sobrenaturais que, simplesmente, tinham sido esquecidos no capítulo anterior. Do mesmo jeito que a esquelética tripulação de Hector Barbossa ou os marinheiros de Davy Jones, que se confundem com a estrutura do “Holandês Voador”, os homens de Salazar são, até segunda ordem, imortais. E os efeitos para dar vida (sem ironia) a estes personagens na telona são fantásticos. Em grande parte, o charme desta franquia sempre residiu em sua magia e na capacidade de nos enredar feito meninos em um parque de diversões, no melhor estilo ‘Magic Kingdom’.

Eficaz dentro da sua aparente proposta de encerrar a saga relendo alguns fatos dos filmes anteriores, não há nada o que criticar no roteiro de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar. Já a direção, entregue à dupla de noruegueses Joachim Rønning e Espen Sandeberg (escolha inicialmente inusitada, uma vez que nunca dirigiram uma obra desta grandeza), é segura e deixa o brilho para os intérpretes. Rush, Bardem e a graciosa anglo-brasileira Scodelario estão muito bem em cena, mas o destaque principal, sem dúvida alguma, é Depp. Se em outras produções ele foi bastante criticado por sempre viver uma variação de seu personagem mais icônico, aqui, para a nossa imensa felicidade, o astro pode ser livremente Jack Sparrow.

Desliguem os celulares e ótima diversão.

TRAILER:

FOTOS:

FICHA TÉCNICA:

Título original: Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales
Direção: Joachim Rønning e Espen Sandberg
Elenco: Johnny Depp , Kaya Scodelario , Brenton Thwaites , Javier Bardem , Geoffrey Rush
Distribuição: DISNEY / BUENA VISTA
Data de estreia: qui, 25/05/17
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Fantasia, Ação
Ano de produção: 2017
Classificação: 13 anos

Bruno Giacobbo

Um dos últimos românticos, vivo à procura de um lugar chamado Notting Hill, mas começo a desconfiar que ele só existe mesmo nos filmes e na imaginação dos grandes roteiristas. Acredito que o cinema brasileiro é o melhor do mundo e defendo que a Boca do Lixo foi a nossa Nova Hollywood. Apesar das agruras da vida, sou feliz como um italiano quando sabe que terá amor e vinho.
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