CRÍTICA | ‘A Maldição da Chorona’

Karinna Adad

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17 de abril de 2019

Se eu fosse qualificar A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona) em uma frase diria que: é um filme que vai direto ao ponto. Tendo como premissa uma conhecida lenda mexicana chamada “La Llorona”, a assistente social Anna Tate-Garcia (Linda Cardellini) e seus filhos Chris (Ramon Christou) e Samantha (Jaynee-Lynne Kinchen) passam a ser atormentados pelo espírito de uma mulher que tenta matá-los.

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Após uma visita à sua assistida Patricia Alvarez (Patricia Velasquez), Anna encontra os filhos de Patricia, Carlos e Tomas (Aiden Lewandowski e Jaydan Valdivia), trancados no armário. A suspeita de que a própria mãe poderia ser uma ameaça faz com que a assistente social leve as crianças para dormir em um centro assistencial. No entanto, durante a noite, La Llorona (Marisol Ramirez) aparece e afoga os dois meninos num rio próximo.

A presença de Anna, Chris e Sam na cena do crime servem para que a família entre em contato com a Llorona, seja de forma direta ou indireta. Nessa ocasião, Anna fica sabendo que foi o espírito da mulher que chora quem afogou Carlos e Tomas, ao mesmo tempo, Chris, após ouvir um choro, é atacado e perseguido por uma mulher de branco.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Apesar de não ter gostado dessa cena, dada sua pouca probabilidade de ocorrer na vida real – qual mãe protetora e atenciosa levaria seus filhos pré-adolescentes a uma cena de crime, podendo deixá-los em casa dormindo? – entendo que ela possa ter sido feita para dar dinamismo ao filme e não fazê-lo perder tempo desenvolvendo a lenda mexicana ou explicando como tal narrativa juntamente com o espírito chegou em Los Angeles.

Um outro exemplo desse dinamismo é a fala de Chris sobre o propósito da La Llorona. Enquanto o espectador só descobre a real intenção da Chorona quando Anna fica sabendo sobre a lenda mexicana, Chris, após sofrer alguns ataques do espírito maligno, saca que o objetivo dele é levar as crianças.

Dinamismo ou falha de roteiro, a verdade é que esses detalhes para A Maldição da Chorona, um filme que se propõe a garantir uns bons sustos com uma narrativa relativamente bem elaborada não constituem um defeito considerável. De modo inverso é uma outra cena em que a família Tate-Garcia, com a ajuda de um ex-padre (Raymond Cruz), já está em combate com a Llorona quando inexplicavelmente Patricia aparece na casa de Anna.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Apesar de Patricia ter um objetivo claro com a captura de Chris e Sam, a forma como a personagem aparece na casa da assistente social e a relevância dela no desenrolar da história me deixaram com a impressão de que a cena só existe para garantir mais alguns minutos e sustos adicionais, sendo, portanto, totalmente dispensável.

Seja como for, A Maldição da Chorona é um terror que, apesar de alguns clichês comuns a produções desse gênero – a saber: espírito refletido no espelho; luz que acaba ou falha nos momentos mais tensos; personagens com maquiagens perturbadoras; eventos inexplicáveis como porta batendo e objeto caindo –, não procura ser um filme que assusta por assustar. No final das contas, é uma produção que não tem uma história com profundidade, mas que entrega sem fazer rodeios o que propõe: sustos. Além de dar margem a uma possível continuação.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The Curse of La Llorona
Direção: Michael Chaves
Roteiro: Mikki Daughtry, Tobias Iaconis
Elenco: Linda Cardellini, Patricia Velasquez, Raymond Cruz
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 18/04/19
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2018
Duração: 93 minutos
Classificação: 14 anos

Karinna Adad

Tranquila, mas multitarefada. Sou daquele tipo de pessoa que sempre está fazendo alguma coisa e descobrindo outras tantas pelo caminho. Topo qualquer parada desde que tenha prazer nela e uma das que por mais tempo vem me enchendo de alegria é a escrita. E como boa leitora consigo escrever sobre quase qualquer coisa, por mais que, como uma cientista social em formação, não consiga deixar de fazer agir meu raio problematizador nos meus textos.
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