CRÍTICA | ‘Animais Fantásticos e Onde Habitam’ agradará aos que não procuram grandes surpresas

Luigi Martini

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17 de novembro de 2016

Baseado no livro da escritora britânica J.K. Rowling, Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them) é uma derivação independente do imaginário encantador e nostálgico da série Harry Potter. Diferentemente da franquia original, este filme se passa décadas antes do anterior (1920), em Nova Iorque e com personagens totalmente novos. Há obviamente menções importantes como de Alvo Dumbledore, o castelo de Hogwarts, mas sem muito apego e muito menos dependência para o desenvolvimento dos fatos que se passam aqui. Não obstante, o que nos é oferecido traz uma sensação agradável e familiar que gera simpatia e nostalgia, especialmente para os que acompanharam os antigos filmes.

A verdade de Eddie Redmayne (Newt Scamander) e o humor inocente de Dan Fogler (Jacob) formam uma dupla altamente carismática, um grande trunfo para a trama. A atriz Katherine Waterston (Porpetina Goldstein) se esforça para trazer mais graça e interesse a sua personagem, mas é quase sempre ofuscada por Alison Sudol (Queenie Goldstein) que o faz naturalmente, preenchendo a tela com empatia e delicadeza. A presença do humor constante não deixa de ser bem aproveitado e coerente – ao contrário do recente “Doutor Estranho” (2016), que tenta ser engraçado, mas esbarra em piadas fracas e fora de contexto. Por ser dirigido pelo mesmo diretor dos últimos 4 livros de H.P., roterizado pelo mesmo e estreando Rowling desta vez, a continuidade do enredo não possui falhas gritantes e os diálogos são mais modestos.

FANTASTIC BEASTS AND WHERE TO FIND THEM

Contudo, Animais Fantásticos e Onde Habitam não foge de contrapontos. O cenário mágico construído de Nova Iorque não provoca um terço do impacto do da Inglaterra, embora seja bem aproveitado nas possibilidades que tem, como no Central Park, no metrô e num bar de jazz de luz baixa numa típica boêmia madrugada cosmopolita. Além disso, não há grandes surpresas aqui, chega a ser previsível em muitos momentos tensão. É possível, pelo cenário mais amigável, a empatia com os personagens e os monstrinhos, e pelas pouca pretensão de ser uma grande obra, ter a sensação de estar vendo um filme “Sessão da Tarde”; o que não é uma falha, mas uma diferenciação. O que incomoda não é isso, mas a simples história. Parece que não há uma justificativa plausível para o retorno a esse mundo até aqui – a não ser, é claro, pelo apetite dos fãs histéricos.

De toda forma, a película certamente agradará aos fãs pela graça e despretensão do filme, porém não seguramente aos não familiarizados, dada a possível frustração de uma obra desprovida de grandes argumentações, revelações e arrepios.

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

Título original: Fantastic Beasts and Where to Find Them
Direção: David Yates
Roteiro: J.K. Rowlling
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Colin Farrell
Distribuição: Warner
3D
País: Reino Unido
Gênero: aventura
Ano de produção: 2016
Classificação: a definir

Luigi Martini

Estudante de publicidade e futuro professor em estudos da comunicação, tecladista de uma banda alternativa em desenvolvimento e alguém que procura pensar sobre a vida e seus pertences através de filmes.
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