Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco / Netflix

Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco / Netflix

CRÍTICA | ‘Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco’ (1ª Temporada) – Netflix

Fernando Coutinho

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12 de agosto de 2019

A série original dos “Cavaleiros do Zodíaco” (Saint Seya, no original) estreou no Brasil em 1º de setembro de 1994, pela extinta Rede Manchete. Com o sucesso imediato, transformou-se em um marco na TV, sendo considerado por muitos como o “pai” dos animes no Brasil.

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OS CAVALEIROS DO ZODÍACO, A ADAPTAÇÃO

Quando a Netflix anunciou que estaria produzindo uma nova versão do anime, muita gente torceu o nariz. Fato recorrente ao anunciarem produções que lidam com franquias que possuem legiões de fãs. Ao liberar o primeiro trailer, veio logo a primeira e – provavelmente – maior polêmica da nova adaptação: Shun de Andrômeda, que na produção original era homem – andrógino e sensível, mas sem indicação de ser homossexual – agora seria do gênero feminino.

Mas veio a estreia, com os 6 primeiros episódios (dos 12 da 1ª temporada) liberados, e, apesar de opiniões divididas, aparentemente, o saldo foi positivo. E a aceitação foi acima do esperado, segundo declarações dos próprios produtores.

Apesar de várias outras diferenças – lembrando que é uma adaptação, praticamente um remake do original – Cavaleiros do Zodíaco da Netflix, em linhas gerais, segue o clássico enredo-base: a cada 100 anos, a deusa Athena reencarna para continuar protegendo a Terra. Ela batalha contra os deuses Hades e Poseidon pela segurança da humanidade. Para protegê-la e lutarem por ela ressurgem também os Cavaleiros do Zodíaco.

Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco / Netflix

O QUE DE FATO MUDOU

A principal diferença visual é no formato adotado. A animação tradicional 2D deu lugar ao 3D/CGI. Além disso, tem um “traço” mais infantilizado. Por fim, há algumas diferenças pontuais em relação às armaduras, ao não uso de elmos/capacetes, bem como algumas atualizações conceituais como uso de celulares, entre outras tecnologias.

A infantilização da animação talvez seja uma consequência direta da tentativa de adequação à tendência atual mais politicamente correta. As batalhas, assim como os personagens, são mais leves, menos sombrios, violentos, e praticamente não há sangue, mesmo nos piores golpes.

Mas estão lá Seya de Pégasus, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne e Shun de Andrômeda – e com os dubladores originais na versão anterior. Com algum destaque para Seya e Shiryu. Temos em rápidos flashbacks ao longo dos episódios, partes da história e treinamento dos principais cavaleiros, bem como de outros personagens como Mitsumasa Kido, o rico empresário que “adotou” a encarnação de Athena como sua neta, Saori Kido, e de um novo personagem introduzido na história com vilão, Vander Guraad, antigo parceiro de negócios de Mistumasa Kido, que pretende formar um exército próprio de cavaleiros baseados em tecnologia, para superar e vencer os deuses.

Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco / Netflix

O QUE CONTINUA PARECIDO

Temos ainda o torneio que foi chamado de “Guerra Galáctica”. O evento foi patrocinado por Mistumasa Kido para decidir qual cavaleiro receberia a Armadura de Ouro de Sagitário. A ferramenta foi deixada em seu poder pelo Cavaleiro de Ouro Aioros quando o encontrou moribundo com a pequena Saori/Athena em seus braços. A diferença para o original é que antes o torneio era público, televisionado. Agora foi feito de forma secreta e com menos participantes (ao menos assim foi mostrado).

Outra característica marcante dos animes em geral que foi eliminada pela Netflix foram as sequências infindáveis de cada combate (que no original atravessavam em alguns casos vários episódios). Tudo é rápido e dinâmico – talvez até demais – e nos 6 episódios iniciais temos a apresentação básica da história, bem como dos principais personagens e de toda a Guerra Galáctica, finalizando com a aparição de Ikki de Fênix e do roubo da armadura de ouro.

Enfim, levando-se em conta que foi produzido como uma atualização para um novo público e não para dar segmento ao original, a Netflix encontrou um meio termo interessante para esse novo Cavaleiros do Zodíaco. Falta apenas encontrar o ponto certo de agilizar (o que é muito bem-vindo) a história e não de contá-la de forma apressada.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Saint Seiya: Knights of the Zodiac
Temporada: 1
Episódios: 6
Criador (es): Eugene Son
Diretor(es): Yoshiharu Ashino
Distribuição: Netflix
Produção: Toei Animation Company
Elenco: Bryson Baugus, Emily Neves, Blake Shepard
Data de estreia: sex, 19/07/19
País: Japão
Gênero: Anime
Ano de produção: 2019
Classificação: 14 anos

Fernando Coutinho

Profissional e professor de TI, é nerd desde antes do termo virar moda e da Internet ganhar o mundo. Antenado em tecnologia, literatura, filosofia, quadrinhos, filmes, séries, fotografia e boa música. Acredita que A Verdade Está Lá Fora e ao mesmo tempo dentro de cada um.
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