CRÍTICA | ‘Com Amor, Simon’ trata com muita sensibilidade e leveza temas como amizade e amadurecimento

Giovanna Landucci

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26 de março de 2018

Baseado no livro intitulado original de “Simon Vs. A Agenda Homo Sapiens”, de Becky Albertalli, Com Amor, Simon (Love, Simon) traz mais do que as confusões e dramas psicológicos comuns na adolescência, pois faz você se encontrar nos momentos marcantes, além de trazer uma moral da história que faz o espectador pensar e sentir.

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A trama começa com uma filmagem que parece manual, de momentos em família, para ambientar o espectador com a história. A irmã de Simon, Nora, dá um toque especial, bem fofo e pessoal, da relação familiar deles e todo carinho que essa família demonstra. O protagonista está passando por uma fase de descoberta de si mesmo e a escola Creekwood High tem um blog no Tumblr chamado Creek Secrets feito pelos próprios alunos onde publicam notícias, fofocas e até mesmo postagens secretas, sem assinatura, e sua melhor amiga, Leah, costuma ler e contar algumas das postagens para ele.

Num determinado dia, alguém com pseudônimo “Blue” escreve para o blog dizendo ser gay, contando um pouco que ninguém sabe sobre esse segredo dele e que precisa desse canal para se expressar. Cortes de cena mostram closes de partes do corpo e do quarto de “Blue” não revelando a sua identidade. Simon também inventa um pseudônimo e, através de uma conta de e-mail, começa a se corresponder, tomando coragem e falando sobre sua vida também. Seus amigos não sabem nada sobre isso.

A trilha sonora aparece nos momentos ideais e oportunos. A partir desses e-mails, Simon começa a se envolver cada vez mais com “Blue” e confidenciar sobre família, amigos, música, gostos pessoais, de forma hilária e profunda. A trama, então, deixa de ser algo que diz respeito apenas a família, amigos e escola, e passa a ser sobre dramas de como contar a todos eles sobre a verdade sobre si mesmo. Ele não tem dúvidas de quem é, mas não sabe como, onde e quando seria o momento ideal para se abrir para os seus entes queridos.


De uma forma meio desajeitada e dolorida, essa revelação acontece. Simon começa a ser ameaçado por um de seus colegas e, em meio ao ciberbullyng, o Creek Secrets é utilizado pra trazer uma notícia que abalará amizades e aí começam os dramas. O bobo da escola apaixonado por uma linda garota faz uma declaração e amor na frente da escola inteira, no jogo de futebol americano, trazendo uma referência direta de “10 Coisas que Eu Odeio em Você” (1999), estrelada pelo saudoso Heath Ledger, Julia Styles e Joseph Gordon-Levitt. Em meio a um momento de bullyng escolar e em alguns outros episódios da trama, Mrs Albright e o diretor da escola, trazem quebras de momentos de tensão. Utilizando closes para focar nas expressões dos atores, o diretor Greg Berlanti (Juntos pelo Acaso) acaba criando uma atmosfera bem próxima,  fazendo com que o espectador, em muitos momentos, se sinta dentro da narrativa. A peça de teatro que eles estão ensaiando “Cabaret” traz um ar de graça e tira o foco para que até o final não consigamos saber a identidade de “Blue”.

Com Amor, Simon trata com muita sensibilidade e leveza temas como amizade e amadurecimento. Mas, ao mesmo tempo, aborda uma grande história de amor. Assista e confira essa bela história e tente desvendar você mesmo. Você vai se encantar com esse mágico encontro de amigos e amores. O filme estreou nos cinemas no dia 22 de março.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Love, Simon
Direção: Greg Berlanti
Elenco: Nick Robinson, Katherine Langford, Alexandra Shipp
Distribuição: Fox
Data de estreia: qui, 22/03/18
País: Estados Unidos
Gênero: comédia dramática
Ano de produção: 2017
Classificação: 12 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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