Crítica de Álbum: Britney Spears – Britney Jean
Anderson Vidal
A cantora Britney Spears divulgou nesta segunda-feira (25) a audição de seu oitavo Álbum de estúdio, Britney Jean, no Itunes.
A opinião desde novo trabalho de Britney tem gerado opiniões diversas – assim como todo trabalho de qualquer cantor – mas para o dono desta crítica o resultado final deste disco se resume em amadurecimento.
Quando o primeiro single saiu, o Work Bitch, o meu ânimo para este oitavo trabalho desapareceu, a faixa não é ruim, comentarei sobre ela logo em seguida, mas não trazia algo de inovador para a carreira da Britney, ainda mais num Álbum intitulado Britney Jean – que segundo a própria, é como a sua família a chama – e o que prometia ser mais intimista.
Mas o resultado final me calou. É claro que ainda existe muito auto-tune e efeitos monstruosos em sua voz. Sou fã da Britney, mas não sou surdo, sei reconhecer aquilo que ouço. Porém isso não faz desse trabalho ruim, muito pelo contrário. Como seus álbuns anteriores, no qual esses recursos também foram utilizados, e mesmo assim resultarem em discos ótimos, Britney Jean segue o resto caminho. Aqui temos a vantagem de conseguir ouvir em algumas músicas, a voz da Britney mais crua, mais nítida. A voz que chega a ser melosa em alguns momentos, e isso é muito bom.
Britney Jean me lembrou a vibe boa do In The Zone com a doçura do …Baby One More Time, Desde o seu primeiro trabalho que Britney não trazia músicas mais calmas, mais românticas, e a era Born to Make You Happy, From the Bottom of My Broken Heart, I Will Be There e E-mail My Heart voltou neste oitavo trabalho.
Vamos dar uma conferida nas músicas:
1 – Alien – Teríamos aqui uma visão dela dos acontecimentos que ocorreram em 2006/2007? Talvez sim, até ela encontrar as estrelas que a guiaram. – os filhos? – Alien inicia a era Britney Jean de uma forma tão boa quanto Gimme More iniciou o Blackout. Deixando registrado desde a primeira música tudo aquilo que veremos ao longo das giradas do disco. E ainda temos o refrão que foi customizado carinhosamente pelos fãs: “Naralon naralon naralon”.
2 – Work Bitch – Esta música funcionaria perfeitamente no Femme Fatale ou no Blackout, levando em consideração que Britney Jean é mais pessoal, porém, a letra da música se encaixa na proposta. Quer ter o sucesso e tudo mais que eu tive ao longo desses anos? You betta work bitch! Então se trata do momento em que Britney se tornou o símbolo sexual e ela provando que ainda possui isso.
3 – Perfume – É a minha preferida. Aqui temos aquela voz crua e melosa. Gostosa de ouvir. A faixa possui um instrumental muito bonito composto por um piano e até violinos. E com a ajuda da talentosa Sia Furler, a letra também é muito bonita. E o som das gaivotas no inicio? Dando um ar de liberdade? Muito bom.
4 – It Should Be Easy (feat. Will.i.am) – Não sei qual é a “magia” que Will.i.am tem que faz com que as músicas dele sejam ruins. Não gostei de It Should Be Easy. Possui um instrumental eletrônico que já ouvimos em mais duas ou três músicas de outros cantores, é alguma espécie de sample? E a voz robótica da Britney, parece que a faixa está com problema no áudio, é muito ruim. A parceria dos dois já não havia funcionado no trabalho anterior, não sei o motivo de voltar aqui, mas enfim. Next.
5 – Tik Tik Boom (feat. T.I.) – Me fez esquecer completamente a canção anterior com essa intro que parece um jogo RPG do primeiro Nintendo. Curti muito, apesar de não entender a relação da faixa como algo pessoal, mas o refrão e a participação do T.I. funcionaram muito bem. Poderia ser trabalhada facilmente para single.
6 – Body Ache – O eletrônico desta possui a mesma situação que o ritmo já-ouvi-isso-antes de It Should Be Easy, porém foi utilizado de uma forma muito melhor. Eu também quero que ela dance até o corpo doer, todos queremos, e Body Ache talvez fale da época em que ela fazia isso. Certamente terá remixes de todos os tipos e estarei aguardando eles, curti demais esta faixa.
7 – Til It’s Gone – Não sei se foi o “came-ame-ame”, “place, ace, ace” no pré-refrão, mas me lembrou muito I Wanna Go, e a energia que a música tem é bacana, mas semelha muito com as do Femme Fatale. A letra parece ser de alguém que ela teve e por algum motivo ela deixou essa pessoa partir, ou o contrário. Algum antigo amor?
8 – Passenger – Assim como Tik Tik Boom, Passenger parece ter saído de algum jogo dos anos 80, e novamente com essa voz crua que me conquista. Parece ser aquela música que você ouve quando está de viagem, com uma paisagem bonita e se sentindo incrivelmente feliz. É a minha segunda preferida.
9 – Chillin’ With You (feat. Jamie Lynn) – Quando eu li que teria a participação da irmã da Britney neste Álbum, me animei bastante. Achei bonita a ideia de cantar com a irmã com a premissa deste trabalho, e a faixa me agradou muito. Principalmente o violão inicial, trouxe algo diferente para Britney, sendo realmente uma música de uma irmã para outra. Só achei descartável o refrão com “When I’m with you, I’m chillin’,I’m chillin’” a introdução de algo eletrônico nessa música foi desnecessário. E Jamie Lynn tem uma voz linda, torço que ela tenha uma carreia tão boa quanto à irmã.
10 – Don’t Cry – Não sei, não. Mas me pareceu muito uma resposta a Cry Me a River do Justin Timberlake, até o ritmo inicial me lembrou, sendo que numa versão mais acústica. Pode ser loucura, mas me passou a ideia de uma resposta para Justin com a letra desta música. Mas fora isso, Don’t Cry fecha a versão Standard do Álbum tão bem quanto Alien o abre. Não tenho certeza se essa ou Passenger ocupa a segunda posição das minhas preferidas.
Britney Jean é um Álbum bom, trazendo uma Britney que poucos conheciam. Só senti falta de mais músicas na versão Standard, dez faixas é pouco para uma artista do porte da Britney. E a versão Deluxe terá treze músicas mais um remixe de Perfume.
E a maturidade que comentei lá atrás e não conclui é que, pelo menos comigo, quando ela divulgou o primeiro single eu esperava algo no estilo In The Zone ou Blackout, uma Britney pra pista de dança. É claro que temos isso aqui em Britney Jean, mas também temos algo que não é de costume dela. Músicas com instrumentos de verdade e não sintetizadores, músicas que caberia, por exemplo, num projeto unplugged – sei que rola na rede um fan-made de unplugged e que ficou muito bom – mas as músicas deste lembram um unplugged sem ser um unplugged. Parece que ela realmente cresceu, se colocou no lugar de uma mulher de trinta anos com dois filhos e criou um Álbum mais forte, mais sólido. Mais maduro.
Coloco Repeat: Alien, Perfume, Tik Tik Boom, Body Ache, Passenger, Chillin’ With You e Don’t Cry.
Não coloco Repeat: It Should Be Easy.
Não é o melhor disco da carreira da Britney – tanto que a minha nota foi baseada neste trabalho sem comparar aos outros – mas cumpre seu papel e vai agradar muitos fãs ao redor do mundo. Britney Jean será lançado nas lojas físicas no dia 3 de dezembro, no dia seguinte ao aniversário da Princesa do Pop. E nós iremos torcer para ter uma boas vendagens.