Crítica de Álbum: Danielle Bradbery – ‘Danielle Bradbery’
Anderson Vidal
Danielle Bradbery, vencedora da quarta temporada do reality The Voice está lançando o seu álbum de estreia, utilizando o mesmo nome da jovem cantora.
Sabemos que vencer qualquer reality não é nenhuma garantia de sucesso, ainda mais quando o disco já é pré-produzido. Acredito que eles já possuem uma gravação para se um homem pop ganhar, ou uma mulher pop, um country ou alguém de rock. Tudo já esquematizado apenas para o vencedor colocar a sua voz nas músicas e lançar o disco o mais rápido possível.
Isso acontece neste Álbum, tanto que poderia facilmente se adequar a Holly Tucker, outra competidora do The Voice que era do mesmo grupo de Danielle, o Team Blake, e também country. Mas apesar dessa falta de identidade que temos da Danielle Bradbery em seu primeiro trabalho, temos um disco bom, bem produzido, com arranjos country impressionantes e modelando o tipo que artista que ela pretende se tornar. Danielle consegue se entregar nas músicas, por mais que nenhuma letra tenha sido escrita pela mesma, ela passa emoção nas que pedem uma emoção e convence.
Em alguns momentos, o álbum me lembrou bastante o Some Hearts, da Carrie Underwood, que também foi seu primeiro disco e que saiu da mesma “fábrica” de reality. E talvez seja esse caminho que Danielle quer seguir, uma vez que Carrie é hoje uma das artistas country mais respeitadas e premiadas. E aos dezesseis anos, Danielle prova que possui uma voz tão boa quanto a Carrie, é claro que ela precisa aperfeiçoar e melhorar, tudo por conta da idade, mas se for bem aproveitada, já sabemos o destino dela.
Veremos música a música:
1 – Young in America – A primeira faixa inicia de uma forma divertida e atrativa para o publico que Danielle e seus produtores querem. Somos jovens na América, vamos pegar um carro e sair dessa cidade pequena. É tudo aquilo que os fãs se identificarão. A música é boa, possui a identidade country, os arranjos, o violão, a bateira, o banjo – que estão presentes em muitas músicas. Funciona muito bem para iniciar a trajetória de Danielle.
2 – Wild Boy – Alguém conhece a música Do You Know da Jessica Simpson, cujo CD é do mesmo nome? Foi um trabalho country da cantora e o inicio dessa faixa me lembrou muito Do You Know. Não sei se é um som característico country, mas nunca ouvi o mesmo ritmo em outras músicas. Talvez por isso tenha me agradado. Daria um destaque especial a Wild Boy, possui um bandolim e uma guitarra muito interessante.
3 – The Heart of Dixie – O primeiro single de trabalho de Danielle possui a letra mais atraente deste disco. Acho interessante a letra das músicas country – ou a sua maioria – que narram uma história, geralmente triste. E The Heart of Dixie cumpre isso com louvor. Conseguimos mergulhar na história que Danielle conta junto com o incrível vocal dela nesta música.
4 – I Will Never Forget You – Essa faixa me conquistou logo de inicio. Talvez pela melodia inicial que parece com violinos juntos com uma bateria. A letra da música me conquistou também, é simples, mas me agradou bastante. E os vocais da Danielle me lembrou demais a Carrie, principalmente em seu refrão, quando ela atinge as notas altas. Pra mim, a melhor do Álbum.
5 – Endless Summer – Os arranjos desta faixa me lembraram Young in America, só que muito mais country. Não se destaca muito no Álbum, mas é boa de ouvir, dificilmente será pulada quando começar a tocar, mas também não será repetida.
6 – Talk About Love – Vamos falar de amor? Bom, todo o Álbum é sobre amor, mas aqui temos mais amor. Danielle narra uma história bonita entre ela e o seu amado, no qual, conforme o seu ótimo refrão, não será só sobre amor que falarão. Gostei da música, e o instrumental dela é ótimo.
7 – Never Like This – Talvez a faixa mais diferente deste Álbum. Tem uma pegada mais séria, mais forte, chegando a ser um pouco dark. Com a batida da bateria e uns arranjos de violão. Com uma letra muito boa também. Curte a música.
8 – Daughter of a Workin’ Man – Não conheço a fundo a vida de Danielle, mas essa parece ser a música que foi feita pra ela. Mas como disse anteriormente, poderia se encaixar também facilmente com outra cantora country, com uma história triste. A faixa é mais desprovida de todos os instrumentos que foram utilizados antes, mas isso não a deixa distante das outras, pelo contrário. Funcionou muito tem a gaita e um tom mais clean.
9 – Dance Hall – A letra é atrativa para o seu público, mas não me conquistou completamente. Possui arranjos ótimos, mas apenas o refrão me agradou. Passou despercebida por mim.
10 – Yellin’ From the Rooftop – Chegando perto do seu fim, são jogadas músicas apenas para preencher um espaço, é o que acontece com Yellin’ From the Rooftop, assim como Dance Hall, passa batido. Possui um arranjo já utilizado anteriormente e não conquista.
11 – My Day – Finalizando o seu primeiro trabalho, Danielle canta que esse é o dia dela, e certamente é sim. Fecha o Álbum de uma forma muito boa celebrando o grande dia dela, e uma grande realização.
Como já comentei, o álbum não traz a identidade de quem é Danielle Bradbery, mas isso não a desmerece em nos apresentar o seu potencial, e é com isso que fecho a minha nota para esse disco, se eu fosse avaliar como um trabalho realizado, certamente seria uma nota baixa, mas levanto em consideração que ela provavelmente não palpitou em nada aqui, valor considerar apenas o trabalho das músicas e como Danielle as executou.
As músicas em geral falam sobre amor, homens e tudo que conquista o público feminino. E nisso o disco acerta. Vai conquistar muitas adolescentes nos Estados Unidos, muitas jovens se identificarão com as músicas e com a jovem Danielle, e isso é bom para ela, vai formando uma base boa de fãs, para quando lançar um disco no qual tenha a sua identidade, manter esses fãs e conquistar muitos outros.
COLOCO NO REPEAT: Wild Boy, I Will Never Forget You, The Heart of Dixie, Never Like This, Daughter of a Workin’ Man e My Day.
RETIRO DO PLAYLIST: Dance Hall, Yellin’ From the Rooftop, Endless Summer.
Danielle Bradbery foi lançado nos Estados Unidos no dia 25 de Novembro, e possui uma versão Deluxe com as músicas que a cantora se apresentou no The Voice, Jesus, Take the Wheel, Born to Fly, Maybe It Was Memphis e Who I Am. Por enquanto não se tem notícias da data de lançamento no Brasil, ou se será lançado por aqui, mas a copia digital já se encontra disponível no Itunes.