Crítica de Álbum | Lana Del Rey – Ultraviolence

Anderson Vidal

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11 de julho de 2014

Após um estrondoso sucesso com Born to Die, Lana Del Rey está de volta, em uma magnífica forma com o fantástico Ultraviolence.

Não acompanho a carreia de Lana e só ouvi uma música ou outra de seus trabalhos anteriores, por isso, aqui convidei alguns amigos para me ajudar a fazer jus a este trabalho. Mas conferindo este álbum, baixei toda a discografia de Lana. Ultraviolence me convenceu muito no potencial da cantora. A sua voz aveludada e a melancolia que o álbum possui é muito bom de ouvir. Fúnebre em alguns momentos, mas viciante.

Vamos conferir as músicas:

1 – Cruel World – A música abre o álbum de uma forma calma e ao longo do tempo, com o efeito pull-off a guitarra executa um riff inicial bem trabalhado. Lana começa cantando “Compartilhei meu corpo e minha mente com você / Está tudo acabado agora…”. Uma música muito boa.

2 – Ultraviolence – Posso dizer que essa música é uma das melhores do álbum. Os violinos no início dão um ar elegante na música. Sua voz está doce e relaxada. A letra trata de uma mulher que gosta de apanhar “Ele me bateu e eu senti como um beijo…”. Com Ultraviolence, Lana nos mostra a alma do disco e aguça nossos ouvidos para continuar na viagem musical de seu novo álbum.

3 – Shades of Cool – Somente uma palavra para descrever essa música: apaixonante!  Nesta música a guitarra desenha escalas com a voz da cantora, feitos por um dedilhado base e suave da guitarra, com acordes em meio batida e pequenas elevações em delay da voz da Lana. Sua voz é a junção perfeita com a melodia. No final, o instrumental fica bem carregado enquanto ela geme e canta frases imperceptíveis. Muito boa de se ouvir.

4 – Brooklyn Baby – Um caso de amor com um homem mais velho. Lana sempre adorou abordar esse tema principalmente em seus clipes. Uma canção que consegue fazer qualquer um relaxar com seu ar descolado e despreocupado. A bateria também em toda a faixa é ouvida de maneira suave e harmoniosa.

5 – West Coast – Aqui temos uma canção sedutora, Lana está com sua voz e atitude sedutoras, junto a guitarra utiliza de efeitos em “ecco”, feitos por acodes soltos e bem compassados personificam a faixa. Uma das melhores.

6 – Sad Girl – Tristeza já descrita no nome da música. Bem melódica e bela. No refrão a voz da Lana é reproduzida por um efeito delay denotando o preenchimento da música acompanhado de um violão bem delineado e dedilhado em base. Sad Girl acaba com nossos sentimentos.

7 – Pretty When You Cry – A letra de Pretty When You Cry toca no fundo da alma. O dedilhado da guitarra marca e preenche o início desta canção com a base do brilhante vocal da Lana, que de maneira suave e doce, traça com um tom melódico e fúnebre toda a condução da música, caracterizando-se em uma faixa lenta e sutil.

8 – Money Power Glory – Quem não deseja Dinheiro, Poder e Glória? É isso que uma diva sempre deseja. É o hino do álbum.

9 – Fucked My Way Up To The Top – Lana alfinetando alguma cantora que a plagiou. Ela solta “elogios” como: “eu sou um dragão e você uma puta”. O refrão é bem pegajoso, você grava na cabeça facilmente. Junto ao piano em base que acompanha a introdução e boa parte da música com o vocal depressivo e fúnebre característicos da voz da Lana nesta canção.

10 – Old Money – Lana canta casos passadas, vividas intensamente. O melódico é bem mais suave e plausivelmente trabalhado, tanto na voz quanto na base do piano e nos violinos ao fundo, trazendo uma vida a harmonia e melodia da música.

11 – The Other Woman – De maneira fúnebre e depressiva, Lana parece se emocionar ao interpretar esta canção que recebe uma roupagem orquestral e clássica do início ao fim. A sensação ao ouvir essa música é de estar num bar decadente e uma linda mulher cantando com a alma. Uma das melhores e mais produzidas canções.

12 – Black Beauty – Novamente a guitarra retorna nesta faixa demarcando em base e acordes soltos, dando uma impressão de como se fosse um sino tocando no início da musica sob o solo ardiloso e bem articulado dos vocais da Lana, sendo possível perceber sua respiração e doçura melódica a todo o momento. É uma música que não sai da sua cabeça. Deliciosa de se ouvir.

13 – Guns And Roses – Uma das mais ‘fracas’ do álbum, Guns And Roses passa despercebida por mim. Talvez ela poderia ter dado crédito a outras que foram descartadas.

14 – Florida Kilos – Como era de se esperar, Lana finaliza com esta musica atípica ao ritmo fúnebre trabalhado em todo o disco. Esta faixa traz uma inovação pop e eletrônica nos efeitos instrumentais e vocais, possibilitando uma nova releitura do álbum. Uma das preferidas.

Lana acerta em permanecer no seu gênero que a fez alcançar o topo e uma legião de fãs. Ela pega todo o trabalho que fez e só aprimora, sendo um álbum extremamente bem produzido. É possível perceber a enorme riqueza que este trabalho traz em sua produção artística e instrumental que por meio dos arranjos, oferece um cenário vasto e rico projetivos pelos vocais fúnebre e clássicos, além da participação melódica e melancólica característicos da voz e intérprete de Lara Del Rey.

Conseguimos sentir a voz dela se sobressaindo em diversos momentos e se distanciando do mercado musical que está saturado de um pop chiclete vazio.

UltraviolenceÉ um álbum para se deliciar e apreciar em sua totalidade. Cada música tem sua história e sua essência, nos fazendo viajar durante toda a sua duração. Com Ultraviolence, Lana nos leva a sentir a beleza da tristeza. Mergulhamos no seu mundo obscuro, misterioso e alternativo. Sua sonoridade por vezes psicodélica e caótica nos remete a algo que chamaria de “violento”. Com o som de guitarra muito presente, ela seduz nossos ouvidos com sussurros, gemidos e uma voz angelical. Ponto para Lana!

Ultraviolence foi lançado no dia 13 de junho e já se provou ser um sucesso, alcançando o topo do iTunes em vários países e provando que Lana Del Rey está apenas começando, e que se continuar assim, terá uma grande e poderosa carreira.

>> Um obrigadíssimo aos amigos Roosevelt Rocha, Nicolas Mota e Juliana Ribeiro que ajudaram nas opiniões deste álbum.

Anderson Vidal

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