Crítica de Exposição: Obsessão Infinita
Larissa Barros
A comemoração dos 24 anos do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro conta com uma vasta e diversificada programação. Entre as quais vi – e recomendo a qualquer cidadão que goste de artes plásticas – duas exposições que certamente vão instigar e intrigar sua imaginação e senso crítico.
Começo por Obsessão Infinita, da japonesa Yayoi Kusama. O trabalho da artista traz 110 obras, criadas entre 1949 e 2012. Adepta do minimalismo e surrealismo, seu trabalho carrega um alto teor de psicodelia, luzes coloridas e bolinhas. Sim, bolinhas. Eis aí a infinita obsessão de Kusama. Em toda a sua trajetória podemos encontrar um considerável número de bolinhas de diferentes cores e tamanhos, espalhadas por todos os cantos. Isso dá ao espectador uma sensação de infinito, criando uma interação com o público.
Na sala escura, objeto clássico nas exposições do CCBB, a entrada é restrita à maiores de 18 anos. Nela é exibido um vídeo que contém imagens chocantes, fazendo com que algumas pessoas saiam antes do fim da exibição.
Luzes coloridas penduradas por fios, bolinhas misturadas a rostos e pontos. Cores e traços fortes. A sala dos espelhos infinitos é perturbadora e encantadora ao mesmo tempo, impossível passar pela exposição sem visitá-la. Toda essa obsessão da artista por bolinhas, é proveniente de alucinações sofridas pela mesma desde a infância. Sua obra é resultado de sua intensa experiência de despersonalização e desmaterialização, que a própria denomina de “obliteração”.
Yayoi Kusama já trabalhou ao lado de grandes artistas, entre eles, o renomado artista do estilo PopArt, Andy Warhol. Atualmente, com mais de 80 anos de idade, ela ainda produz e suas obras possuem valores inestimáveis. A exposição ocupa os 1° e 2° andares, tem entrada franca e fica em cartaz até o dia 20 de janeiro de 2014.
>> Veja a crítica de “Virei Viral”, a outra exposição que assisti.