Crítica de Filme: As Aventuras de Peabody e Sherman

Anderson Vidal

O propósito de uma animação é agradar as crianças e entreter os adultos, para que ela seja aceita por ambos os públicos, e com isso, virar um sucesso. Correto? Talvez, mas em algumas vezes isso não é cumprido, e é o que acontece aqui com As Aventuras de Peabody e Sherman.

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Mr. Peabody é um cão extremamente inteligente, e com isso, não consegue ser adotado por nenhum humano. Ele cresce, e com sua inteligência é “aceito” na sociedade e até ganha um Nobel. E ao encontrar em uma caixa uma criança abandonada, resolve a adotar e oferecer aquilo que ele nunca teve. E com isso, constroem uma máquina “Volta Atrás” para viajarem no tempo.

O longa possui bons momentos e até uma ótima mensagem. Mas toda a inteligência de Peabody é cansativa. Dificilmente alguma criança conseguirá entender tudo o que o personagem diz ou explica, porque é com muito cientifico, muito cálculo. Peabody explica tudo de forma extremamente cansativa, nos fazendo ignora-lo completamente e tentar entender com o desenrolar das cenas, e afastando as crianças.

E essa inteligência é utilizada em algumas cenas onde mostra Peabody calculando o espaço e como as coisas acontecerão para que eles saiam de algum problema, daí então, eis que acontece tudo o que ele havia calculado e nos foi mostrado, ou seja, sem nenhuma surpresa, tudo previsível. Tudo chato.

O frustrante de As Aventuras de Peabody e Sherman são suas viagens, é prometido ser a maior aventura da história, até por viajar em fatos históricos como Grécia antiga, Revolução francesa, a renascença, Egito. Mas não tem grandes aventuras. Em todos os lugares possui muitos diálogos, muita embolação e pouca animação, pouca aventura de verdade. É legal como a animação explica a pintura O sorriso de Mona Lisa, e ao mesmo tempo, é cansativa a história do Egito, que foi prolongada apenas para fortalecer a amizade de Sherman e Penny (uma menina chata que “gosta” do Sherman devido a máquina do tempo), que poderiam ter deixado apenas a cena da Italia, por exemplo, onde essa amizade foi fortalecida e apresentada de uma forma muito mais divertida.

MR. PEABODY & SHERMAN

Em todas as viagens não possui um clímax, um grande evento ou uma grande cena, é tudo muito prometido e que foi cumprido apenas no final, com uma grande cena de aventura, mas até chegar ao final, passamos por poucas aventuras.

O que me agradou de verdade foi o incrível carisma de Sherman que foi bem aproveitado em todas as suas cenas. Ele é um personagem que possui medo de algumas coisas porque o seu “pai” o adverte, como não saber pilotar. E ao ir contra isso não o torna chato ou irritante como na maioria dos filmes, o personagem permanece tímido e carismático até quando se solta e cresce na animação. Me conquistou de verdade. Mas apenas um personagem não é o suficiente para nos fazer envolver na história e nos aventurar numa animação fraca, que promete muita aventura.

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A mensagem do desenho foi outro ponto que me agradou bastante, quase me fazendo esquecer a pouca aventura ao longo da animação. Mr. Peabody é extremamente carinhoso e protetor com Sherman, e isso foi exporto de uma forma muito bonita. Pelo fato de Peabody não ter tido nenhum carinho de algum dono, ele oferece todo esse carinho para quem deveria ser o seu dono – um humano. E é retribuído por isso. É a situação inversa da maneira certa. Uma relação muito delicada e bela que apresentaram entre os personagens.

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Com estreia para a próxima sexta (28), As Aventuras de Peabody e Sherman é apenas mais um desenho para passar o tempo, daqueles de tarde de domingo para se assistir em família. Sem nenhum grande destaque ou muito sucesso.

BEM NA FITA: A relação entre Peabody e Sherman. As ótimas cenas da Itália, a melhor viagem.

QUEIMOU O FILME: Piadas fracas. Nenhuma realmente faz rir, nenhuma piada original. 3D mediano, não acrescentado em nada a sensação de três dimensões.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Rob Minkoff

Elenco: Ty Burrell, Max Charles, Ariel Winter, Stephen Colbert, Allison Janney, Leslie Mann, Patrick Warburton.

Produção: Jason Clark e Denise Nolan Cascino

Roteiro: Craig Wright, Rob Minkoff e Jason Clark

Ano: 2014

País: Estados Unidos

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Anderson Vidal

NAN