Crítica de Filme | Boa noite, mamãe

Rafael Mendonca

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25 de outubro de 2015

”Boa noite, mamãe” (nome que não ficou bacana em português, convenhamos) é possivelmente um dos filmes mais divulgados atualmente, no sentido de propaganda, pois seu trailer vem criando uma expectativa imensa, sendo citado como algo ”absurdamente assustador” e outros adjetivos tão intensos quanto. E o trailer é sim tudo isso, mas o filme não.

Vítima do próprio marketing e da manipulação, ”Boa noite, mamãe” não consegue surpreender.

Digo manipulação devido a própia montagem (escolha da ordem das cenas) do trailer, e sim, trailer é algo exclusivamente para nos chamar a atenção e vender o filme, mas o mesmo nos desrespeita montando uma cena que literalmente não existe dentro do longa, resumindo, a junção de duas pequenas partes do filme resultam à uma perturbadora, mas que não consta na história com o mesmo contexto criado pelo trailer.

Sua ideia é corajosa: Uma pequena família composta por uma mãe (Susanne Wuest) e dois filhos gêmeos, Lukas e Elias Schwarz, tendo o mesmo nome no filme, e sendo irmãos na vida real, moram isolados num lugar cercado por árvores. Depois de uma cirurgia, a mãe volta para casa e seus filhos acreditam que quem voltou não é a mesma pessoa. Diante dessa dúvida o filme progide.

A falta de uma música nas cenas elabora melhor a ideia de isolamento já dito, e os objetos diante da produção conversa com o filme, isso porque em certos cômodos da casa há quadros de uma mulher que você não enxerga quem é, ofuscada pela própia imagem, um recurso interessante de metáfora.

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Mas sua atmosfera tensa não é criada ao longo da passagem dos atos, ele pode até causar suspense à certas pessoas, mas apenas se estas não conseguirem enxergar as ‘mensagens escondidas’ que o filme expõe, uma vez que ele já nos primeiros cinco minutos, exibe a resolução, ”plot twist”, ou seja, todo aquele pilar do qual a obra cinematográfica irá se apoiar em sua quase duas horas de duração.

Em síntese: Uma ótima ideia, com elementos bem usados (direção, fotografia etc) mas que no fundo usa artifícios de enredo já sabidos pelo grande público que consome diversos filmes, podendo ser apreciado por uns, e causando descontentamento em outros. ”Boa noite, mamãe”, repetindo, foi vítima de sí mesmo.

FICHA TÉCNICA

Gênero: Terror.

Direção: Veronika Franz, Severin Fiala.

Nacionalidade: Áustria.

Elenco: Susanne Wuest, Lukas Schwartz, Elias Schwartz.

Rafael Mendonca

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