Crítica de Filme | Caminhos da Floresta

Leandro Stenlånd

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28 de janeiro de 2015

Musicais… Ah, musicais! Uma forma tão doce de sentir um filme no impeto da alma, felizmente, sabendo que contos de fadas são mais irônicos que a nossa própria vida, a Disney anda buscando inverter alguns conceitos destas histórias populares em vista do público atual. E que maneira melhor de fazer isso do que adaptando uma peça teatral que já realizava este feito desde a década de 80 e ainda contando com o apoio de um diretor renomado?

Bom, esta película uniforme, que intensifica mais e mais uma forma cômica e honesta dos mais doces contos da Disney, é dirigida por Rob Marshall (de “Chicago” e “Nine”). Caminhos da Floresta (Into the Woods, no original) é o novo musical da Disney adaptado da peça da Broadway, de Stephen Sondheim, vencedora do Tony Awards. Rob Marshall é o conhecido coreografo, realizador e também vencedor de um Oscar, em 2002, com “Chicago”. A história é passada no mundo de contos de fadas dos Irmãos Grimm, onde alguns dos seus contos se cruzam com a trama principal da história que envolve um casal sem filhos, amaldiçoado por uma bruxa vingativa.

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De cara, por possuir ninguém menos que Johnny Depp, o Caminhos da Floresta atenta para um lúdico ainda mais divertido. Ainda que tenha cara de blockbuster, o filme é quase totalmente fiel à peça, o que deve alegrar aqueles que já conheciam o musical. Intocável no quesito humor e também fiel, o estúdio e o diretor se mantiveram à visão que é dada pelo musical, às personagens populares como Cinderela (Anna Kendrick), Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford), Rapunzel (Mackenzie Mauzi) e a história de um padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt) amaldiçoados por uma bruxa (Meryl Streep). E claro que se há Chapeuzinho Vermelho, tem que ter o Lobo (Johnny Depp). Mas, Chris Pine, é um dos meus favoritos neste longa e como Principe Encantado, consegue roubar o protagonismo em todas as suas cenas, numa performance bastante divertida. O ator realmente acaba se destacando mais até mesmo que Johnny Depp, alguém com mais renome no mercado cinematográfico, estranho, não?

O mundo de fantasias gera uma genialidade e comoção no público fã do gênero, no formato musical lembra até mesmo “O Mágico de Oz”. Esse mundo de fantasias é extasiante e divertido, especialmente quando a cúpula é mestra em atuação, afinal, todos se saem muito bem. Cenário e até mesmo figurinos se encaixam perfeitamente para desenhar uma atmosfera de magia e comédia com um toque de drama. Marshall é bem-sucedido em suas escolhas visuais, assim como na escolha de seu elenco. Corden e Blunt possuem uma ótima química juntos e com o resto do elenco, dão o tom certo aos seus personagens, conduzem o filme com facilidade, não erram no momento de cantar e são muito engraçados, como são.

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Na amplitude de todos os aspectos sejam técnicos ou não, nada há a apontar. Cenários, guarda roupa, caracterização e cinematografia, direção, produção, atuação, enfim, um musical digno das indicações ao Oscar. Visualmente, muito luminoso e ao mesmo tempo sombrio, transparece aquilo que a “Floresta” faz a todos que por ela passam. O que tem de bonito, também tem de mau e por demais sombrio.

Nesta efêmera película, com um tom sarcástico e bem mais realista que os contos de fadas, não se receia expor ao ridículo príncipes encantados, nem trocar o rumo das histórias que todos conhecem como normal e até mesmo fatídico nos dias de hoje, afinal, a história do príncipe encantado é a mais fajuta de todas. Está bem na moda fazer adaptações, reinventando histórias bem conhecidas do público, com finais alternativos, diferentes daquilo que estaríamos à espera. Talvez seja por esta razão que este longa tem tudo para ser uma das mais belas adaptações e formas ‘obtusas’ de se chegar a um formato mais intenso de cada história contada. O final não usual neste tipo de história será capaz de agradar a muitos, como agradou ao crítico, afinal, essa imprevisibilidade – principalmente para quem não conhece, de todo, o texto que dá origem ao filme – é um dos pontos mais fortes de Caminhos da Floresta.

BEM NA FITA: O filme é brilhante e impecável, uma linda e cômica adaptação dos mais conhecidos contos de fadas da Walt Disney.

QUEIMOU O FILME: Não há nada!

FICHA TÉCNICA:

Título Original: Into the Woods
Gênero: Musical
Direção: Rob Marshall
Roteiro: James Lapine
Elenco: Anna Kendrick, Annette Crosbie, Ashley Martin, Barrie Martin, Billy Magnussen, Chris Pine, Christine Baranski, Daniel Huttlestone, Emily Blunt, Frances de la Tour, Gioacchino Jim Cuffaro, James Corden, Joanna Riding, Johnny Depp, Lilla Crawford, Lucy Punch, Mackenzie Mauzy, Meryl Streep, Richard Glover, Simon Russell Beale, Tammy Blanchard, Tracey Ullman
Produção: Callum McDougall, John DeLuca, Marc Platt, Rob Marshall
Fotografia: Dion Beebe
Montador: Wyatt Smith
Duração: 124 min.
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 29/01/2015 (Brasil)
Distribuidora: Disney
Estúdio: Walt Disney Pictures
Classificação: 12 anos
Informação complementar: Adaptado do musical da Broadway.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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