Crítica de Filme | Casamento Grego 2

Anderson Vidal

|

23 de março de 2016

Quando Casamento Grego estreou em 2002, eu lembro do grande sucesso que foi e da boa recepção que o longa teve pelo público, agora, 14 anos depois, devo dizer que a sua sequência tem tudo para ser tão bem-sucedida quanto o antecessor.

Apesar de um início confuso e bagunçado, com uma narração perdida de Toula que não dura durante todo o filme, e um amontoado de família grega retornando de uma só vez, Casamento Grego 2 segue como uma excelente sequência, acertando o tom em praticamente todos os 94 minutos de filme.

A trama se passa 17 anos após o fim do primeiro longa, Toula e Ian já estão com a sua filha adolescente Paris, que está prestes a entrar para a faculdade e é obrigada a ouvir tudo o que sua mãe ouvia (Já está na hora de namorar, deve encontrar um namorado grego, você usa maquiagem demais e blabla), portanto, o seu grande sonho é fazer faculdade em Nova York, longe das loucuras da família grega, e não na faculdade de Chicago, onde todos querem para poder ficar próxima.

Casamento-Grego-2-YouTube-Reproduo

Apesar de parecer que esse enredo que carregará o longa durante toda a sua projeção, Casamento Grego 2 nos surpreende por trazer três tramas que fazem o andamento do filme ser muito bom e coerente. De início temos a trama de Paris e a família – um ponto positivíssimo que eu achei foi a personalidade da jovem, em momento algum ela foi aquelas adolescentes chatas que não suportam os pais e quer sair de casa a qualquer custo e do nada percebe que a família é o maior tesouro de sua vida, nada disso. Ela ama a sua família, porém ela é Americana, não tem o costume dos Gregos e se sente sufocada pela grande proximidade dos familiares, começando com todos eles sendo vizinhos um dos outros, e por se intrometerem em tudo, namorado, escola, faculdade. Então Paris só quer ter a sua privacidade e sua vida sem a família grega.

A segunda trama é o casamento de Toula e Ian, que parece que gira e torno dos problemas da filha e em ajudar a família grega, não tendo momentos para o casal. Uma frase que define muito bem e foi dita pela engraçadíssima Voula é: Antes de você ser mãe, você era namorada. Nessa parte, senti por alguns minutos um clima estranho entre o casal, parecia que estavam divorciados ou algo parecido, não tendo muito contato um com o outro, talvez pra reforçar o lado de que eles davam mais atenção a filha e a família de Toula do que o próprio casamento, mas ficou estranho no primeiro momento, depois, é claro, o casal se envolve melhor e a química cresce.

landscape-1447270370-my-big-fat-greek-wedding-2-trailer

E a terceira trama, que surge na metade do longa e movimenta até o seu término, é o casamento dos pais de Toula. Gus na procura de saber se é descendente direto de Alexandre, o grande – inclusive foi muito engraçado todos os momentos em que o personagem insiste em falar que tudo vem da Grécia/Grego, descobre que a sua certidão de casamento com Maria não foi assinado pelo padre, ou seja, eles não são casados. Então, em meio a brigas, Maria agindo como não-casada e ao pedido de casamento descente, o segundo casamento grego movimenta o longa.

Casamento Grego 2 é um acerto em sequências de filmes do gênero que não são boas. Destaco muito todos os momentos da Mana Yia-Yia, que só teve uma fala durante todo o filme, mas foi a responsável por muitas gargalhadas. Todo o elenco funciona perfeitamente bem, tanto o elenco antigo como os novos membros da família, sem piadas forçadas ou semi prontas, nos incluindo as loucuras da família Portokalos, mais uma vez, e nos divertindo, de verdade. A trama corre de uma forma suave e e os três acontecimentos mencionados a cima se cruzam na maior naturalidade. Talvez só lamento pelo período de seu lançamento, que baterá de frente com grandes filmes em cartazes e com a estreia de Batman V Superman. Porém acredito que terá o seu reconhecimento merecido.

FICHA TÉCNICA:

Título Original: My Big Fat Greek Wedding 2
Gênero: Comédia
Direção: Kirk Jones
Roteiro: Nia Vardalos
Elenco: Nia Vardalos, John Corbett, Michael Constantine, Lainie Kazan, Andrea Martin, Louis Mandylor, Elena Kampouris, John Stamos, Rita Wilson.
Produção: Gary Goetzman, Tom Hanks e Rita Wilson
Trilha Sonora: Christopher Lennertz
Fotografia: Jim Denault
País: Estados Unidos
Estreia: 24/03/2016 (Brasil)
Distribuição: Universal Pictures

Anderson Vidal

O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman