Crítica de filme | Cobain: Montage of Heck

Leandro Stenlånd

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1 de junho de 2015

“With the lights out its less dangerous Here we are now entertain us I feel stupid, and contagious Here we are now entertain us” 

-Smells Like Teen Spirit, do Nirvana

Kurt Donald Cobain foi o fundador e vocalista da banda grunge Nirvana, tendo atingido grande sucesso a partir do final da década de 80. Um de seus principais álbuns foi Nevermind (lançado em 1991), sendo a música Smell Like Teen Spirit uma das mais reproduzidas e lembradas. Em 1994, Cobain foi encontrado morto (a versão oficial é de suicídio, mas há quem conteste e afirme ter sido um homicídio cometido por sua companheira na época, Courtney Love). Desde então, ele e sua banda já venderam mais de 90 milhões de álbuns, cultivando milhões de fãs mundo afora.

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O documentário Cobain: Montage of Heck, dirigido por Brett Morgen e produzido pela HBO, é uma versão autorizada pelos familiares acerca dessa polêmica figura. Apresenta uma série de cenas que retratam a pessoa por trás do artista, ilustrando a vida do cantor, desde sua infância conturbada na cidade de Aberdeen, Washington, em 1967- em que sentiu rejeição dos pais- passando por sua adolescência rebelde, até a fase adulta, com o ápice do sucesso e todas as consequências negativas da fama.

Primeiramente, faz-se necessário destacar um aspecto negativo do documentário: sua longa duração. Com mais de 2 horas e 15 minutos, o diretor preenche o tempo com muitas sequências de filmagens caseiras, fotos, gravações, desenhos e textos de autoria de Cobain, mostrando bem sua alucinada vida íntima, mas que logo se tornam cansativas.

Kurt Cobain of Nirvana (Photo by Kevin Mazur/WireImage)

Com isso, o filme mostra-se previsível, pois tais cenas se repetem, e o longa basicamente se resume a elas (há, inclusive, sequências de animação, mostrando um Cobain jovem, mas que parecem sem propósito , destoando do realismo das demais cenas e desviando do objetivo principal, que é oferecer uma visão realista e íntima de sua intimidade).

Teria sido mais eficaz construir um fio condutor da trama, que possibilitasse um entendimento mais completo sobre o vocalista. Se no início isso parecia acontecer, com depoimentos da mãe, pai e madrasta de Cobain, logo o recurso é abandonado.

Assim sendo, parece-me que o documentário será mais bem apreciado por fãs de Kurt Cobain, que poderão compartilhar de sua intimidade, vendo cenas antes não-divulgadas de sua infância, juventude e até do carinho para com sua filha recém-nascida, Francis, fruto de seu relacionamento com Courtney Love.

Para quem não é fã, vale a pena conhecer um pouco mais sobre essa polêmica figura, ainda que seja, por vezes, exageradamente repetitiva e longa.

FICHA TÉCNICA

Título original: Cobain: Montage of Heck
Direção: Brett Morgen
Elenco: Don Cobain, Jenny Cobain, Kim Cobain, Kurt Cobain, Courtney Love, Tracey Marander, Krist Novoselic, Wendy O’Connor
Roteiro: Brett Morgen
Trilha sonora: Jeff Danna
Duração: 145 min .
País:’Estados Unidos
Gênero: Documentário

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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