Crítica de filme: “Django Livre”

Colaboração

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25 de janeiro de 2013

*** Crítica escrita pelo colaborador Ton Gadioli ***

Se eu tivesse de escolher os cinco maiores diretores de faroeste de todos os tempos, o problema não seria escolher cinco, mas descobrir quantos faroestes um diretor tem de fazer para ser considerado um diretor de faroeste. Um filme basta? Posso considerar Marlon Brando, já que “A Face Oculta” é um dos meus cinco faroestes favoritos? Que tal Phillip Kaufman? Posso, em sã consciência, coloca-lo na lista? Junto com King Vidor, Henry Hathway e Sam Peckinpah, pela força de “Sem Lei e Sem Esperança” (O melhor desses filmes de Jesse James, Com Robert Durvall, o mais assustador e mais psicótico Jesse do Cinema).

O dilema se resolveu quando cheguei ontem ao cinema e assisti a Django Livre (vulgo Django Unchained).

Definitivamente, não tem jeito nenhum de Tarantino não estar na lista. E não me importa se ele só fez um filme de western spaghetti: Django Livre, entra para um dos melhores filmes de faroeste de todos os tempos.

O que dizer de Django? (Com D mudo, claro)

Fabuloso, esplêndido, …. hum…. Surpreendente, fantástico.

Duas horas e quarenta e cinto minutos mais bem gastos da minha vida! Se em Pulp Fiction eu fiquei extasiado, embora tenha dormido durante a fuga de Butch Coolidge (Bruce Willis) – depois eu re-assisti, risos – em Django Livre, eu fiquei aficionado em todos os seus 154 minutos. O filme é simplesmente alucinante, trouxe novas cores a um gênero tão consolidado como o faroeste. Isso graças ao cineasta que já é ícone de uma nova geração há muuuito tempo. Lembro-me eu assistindo, junto com meu pai, “Django de Sergio Corbucci” (1966), um clássico! Franco Nero no papel de Django, rápido no gatilho, áspero nas palavras e completamente entusiasmante. Django de Tarantino é um redesenho, mantendo um pouco da essência – tem as referências, claro -, mas completamente eloquente quanto a readaptação. Criando uma espécie de Ronin do velho oeste, o Dr. King Schultz interpretado pelo maravilhoso ator Christoph Waltz e o Django, Jamie Foxx, na sua essência de 1966.

A mistura de escravidão com velho oeste, numa busca implacável de um ex-escravo a sua esposa na fazenda do cruel Calvin J. Candie (Leoandro Dicaprio), faz jus ao prêmio de melhor argumento no Globo de Ouro 2013.

A trilha sonora é show à parte. Em Django, reúne a batuta talentosa do italiano Ennio Morriconne – que escreveu algumas das trilhas sonoras mais conhecidas dos western spaghetti do cineasta Sergio Leone – com temas de Richard Wagner embalando as cenas de matança. E segue, do rock ao rap. Confesso que quase chorei ao ouvir Tupac cantando enquanto Jamie Foxx matava os capangas do DiCaprio.

Já viu? Então corra pro cinema! Mas se você é um daqueles que reclama quando o filme “demora” a acabar, vá ver Malhação!

BEM NA FITA:

Mistura de escravidão com velho oeste; trilha sonora; elenco.

QUEIMOU O FILME:

Nada.

FICHA TÉCNICA:

Nome: Django Livre (Django Unchained)

Direção: Quentin Tarantino

Elenco: Jamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Christoph Waltz, Samuel L. Jackson, Jonah Hill, Kerry Washington.

Produção: Reginald Hudlin, Stacy Sher, Pilar Savone.

Roteiro: Quentin Tarantino

Colaboração

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