Crítica de Filme | Enquanto Somos Jovens
Stenlånd Leandro
Enquanto Somos Jovens é o mais recente filme do diretor e produtor de cinema Noah Baumbach (A Lua e a Baleia, Greenberg, Frances Ha), onde as relações entre adultos nesta sociedade dita moderna são postas à prova da forma mais cativante. A narrativa desta película que é bastante inteligente e honesta mostra que, apesar da forma como nos relacionamos uns com os outros tenha mudado ao longo dos tempos graças aos novos avanços da tecnologia, o mundo continua bem igual no que se relaciona a sentimentos, manias e vontades do ser humano.
Apesar de não ser cultuador do formato drama com breves pitadas de tons de humor, a forma como o filme se desenvolve ao mostrar o peso da idade chegar é muito intuitiva. Cansados da maneira conservadora como vivem, tudo muda quando passam a admirar a jovialidade do casal Jamie e Darby. O casal em plenos 40, Josh (Ben Stiller) e Cornelia (Naomi Watts) vivem em Nova Iorque numa doce vida pacata. Apesar de Josh ser realizador de documentários e Cornelia produtora cinematográfica o dia-a-dia acaba sempre por não ter muita ação.
A vida a dois é sempre uma faca de dois gumes. Para sustentar uma relação por muitos anos é necessário o minimo de maturidade. Não importa o quanto de amor ou sexo é utilizado numa relação a dois. Algum dia tudo há de cair na mesmice e é ai que o tom do filme agrada até os mais céticos quanto ao gênero. “Enquanto Somos Jovens” acaba entoando um retrato de diferentes gerações e suas contradições no mundo atual. Ao mesmo tempo em que os mais velhos estão plugados nas novidades tecnológicas e procuram as facilidades da modernidade, os mais jovens se voltam para uma vida mais cult e totalmente vintage, vestindo achados de brechós e assistido a filmes em fitas VHS. É assim até com os mais jovens. Alguns cultuam videogames antigos, clássicos dos anos 70, filmes em VHS, discos de Vinil. Contudo, duas coisas perpassam as três gerações apresentadas na trama: a ambição e a busca pelo sucesso. É ai onde a química entre os quatro atores principais funciona muito bem e é notória. Baumbach que é o destaque do filme (e não os atores) faz um interessante contraste entre as diferentes faixas etárias, analisando comportamentos das diferentes personagens, fazendo com que aquele que assiste ao filme, tirar as próprias conclusões sobre cada um, várias vezes ao longo dos 97 minutos de duração deste filme.

Apesar de todos passarem pela famosa crise dos 40 anos, A descoberta de que o tempo passa – e, pior, de que não temos consciência disso, jorra em abundância na película e acaba sendo mais que um tema para outras gerações que está por vir. Acredite que nenhum outro filme capturou melhor a lógica distorcida e estranha dos urbanos sofisticados: os mais velhos abraçam seus iPads e a Netflix enquanto os mais jovens desejam discos de vinil e fitas VHS vintage. Pode soar muito confuso, mas acaba sendo a mais torrencial verdade neste cativante filme equilibrado de Noah Baumbach.
Vale lembrar os personagens mais cativantes e mais bem desenvolvidos de todo o filme estão entregues aos dois “novatos” da história: Adam Driver e Amanda Seyfried, que há muito tempo nao tinha um papel em que pudesse mostrar verdadeiramente o seu talento. Mas eis que, apesar de o filme não ser cotado como um blockbuster, ela conseguiu tirar de letra todo seu talento que dormia em seu interior.
FICHA TÉCNICA
Elenco: Ben Stiller, Naomi Watts, Adam Driver, Amanda Seyfried
Direção: Noah Baumbach
Gênero: Comédia dramática
Duração: 97 min.
Distribuidora: Mares Filmes
Orçamento: US$ 10 milhões
Estreia: 18 de Junho de 2015
Stenlånd Leandro
Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!















































