Crítica de Filme: “A Fuga”
Natalia Loff
Você pode fugir do que você quiser, mas não pode fugir do seu passado, este vive com você, dorme com você, se alimenta de você e alimenta você.
Em uma cidade fria perto da divisa entre os EUA e Canadá, os irmãos Addison (Eric Bana) e Liza (Olivia Wilde) estão em uma estrada fugindo de um assalto que acabaram de fazer em um cassino. Ao mesmo tempo um ex-boxeador, Jay (Charlie Hunnam), acaba de sair da cadeia e vai acertar contas com quem o colocou lá injustamente. Antes, liga para seus pais com medo de que eles não queiram o receber para o jantar de ação de graças, que acontecerá no dia seguinte.
Addison mata um policial no meio da estrada em tem que se separar da irmã Liza, para a proteção de ambos. Liza volta para a beira e é encontrada por Jay, que está a caminho da casa dos pais. Ao parar em um bar Jay e Liza descobrem que uma nevasca está começando e que eles terão que passar a noite juntos. Ambos com passados sujos e com a esperanças tiradas a força, encontram um no outro um momento de paz e de cumplicidade. A química e a atração é instantânea, fica muito clara que ambos estavam em busca de algo que não tinham ideia do que era e que encontraram um no outro o que precisavam.
Enquanto os dois começam um relacionamento e um sentimento leve e verdadeiro, Addison entra na floresta para fugir e toda a polícia está atrás dele pelas matas. Muitas cenas de violência e luta por sobrevivência, por honra, vingança e justiça. Há algumas trocas de sentimento de quem seria o mocinho e o vilão, já que em muitas cenas é possível ver o lado humano dos personagens dos criminosos, assim como podemos ver o ódio de um policial, claro que com menos intensidade, afinal estamos falando de um filme americano. Todos sempre muito bem armados, os policiais se arriscam e muitos perdem a vida tentando capturar Addison, que tem um ato de piedade e defende uma mãe com duas crianças do marido bêbado que está abusando das mesmas.
Na segunda parte de A Fuga, quando as novas relações estão bem colocadas, podemos perceber que o filme por trás da cenas de tensão, dos tiros, dos corpos caídos, policiais, acidentes de carro, o que todos querem é poder voltar para casa e jantar em um lugar chamado lar com pessoas que possamos chamar de família. A relação conturbada de Liza e Addison, irmãos que lutaram e fugiram muito para sobreviver. Jay, ex-presidiário tentando a aceitação do pai ex – xerife. E o atual Xerife, amigo da família de Jay, que não deixa a filha, também policial, participar das operações pois quer a segurança dela, que por sua vez se sente rejeitada pelo pai.
Tudo entra em um desequilíbrio quando Addison entra na casa de June (mãe de Jay) e resolve fazê-la de refém e com ela todos os que chegam na casa para o jantar de ação de graças, Crag (pai), Jay, Liza e a filha do xerife, que é amiga da família. Nesse momento, os movimentos são muito planejados, de todas as partes, mas a ação e a tensão ficam muito maiores do que nas cenas de fuga e ação.
O filme retrata a fuga e o reencontro do lar, da família. Onde é a sua casa? Às vezes fica difícil de responder…
BEM NA FITA: Boas cenas de ação e muita tensão
QUEIMOU O FILME: Não deixa respostas e há inversão de valores sobre quem é o mocinho ou o vilão
FICHA TÉCNICA:
Nome: A Fuga (Deadfall)
Diretor: Stefan Ruzowitzky
Elenco: Eric Bana, Olivia Wilde, Charlie Hunnam, Sissy Spacek, Kris Kristofferson, Kate Mara, Treat Williams, Allison Graham, Jason Cavalier, Patrick Kerton, David Goff, Sarah Hansen, Benoit Priest