Crítica de Filme: A Grande Vitória

Bernardo Moura

Hai (sim no idioma japonês), o filme A Grande Vitória é aquele filme que muita gente vai assistir para se incentivar. A história do mineiro Max Trombini (Caio Castro), uma história real que foi tirada da autobiografia “Aprendiz de Samurai – uma história real”, lançada em 2010, entra tranquilamente para a lista daqueles filmes que assistimos para nos inspirar quando estamos prestes a passar por uma prova árdua em nossas vidas. Esta prova pode ser no trabalho, na escola, em casa, no relacionamento, na vizinhança, enfim, há um leque variado de situações que podemos ter este filme como “milagreiro”.

Max é um garoto do interior de Minas que se envolve em muitas confusões na época da escola. Com a ausência do pai (Domingos Montagner) que fugiu assim que nascera, ele tem o seu avô Benedito (Moacyr Franco) um modelo de figura masculina dentro de casa. Sendo assim, o avô lhe ensina truques de boxe, que o jovem garoto acaba praticando nas brigas que arranja com os colegas da escola. Com isso, após inúmeras advertências da diretora, a mãe (Suzana Pires) o põe na escolinha de judô dentro da própria escola onde Max estuda.

Uma vez na escola, o garoto começa a desbravar o mundo do judô, graças à ajuda de seu professor e sensei (Tato Gabus Mendes). Os ensinamentos e as disciplinas orientais vão formando este rapaz até a sua fase adulta quando ele deseja competir as eliminatórias do estado para conquistar seu lugar nos jogos olímpicos.

O judô como pano de fundo de uma história inspiradora (Foto: Divulgação)

O judô como pano de fundo de uma história inspiradora (Foto: Divulgação)

Como pratiquei judô por quase quatro anos na minha infância e o larguei porque perdi um campeonato, o longa foi de total identificação comigo. Durante os 128 minutos, pude reviver este mundo que há muito tempo nem me passava pela cabeça, a não ser em época de Olimpíadas. Lutas, tatame, quimonos, ensinamentos, disciplinas, treinos banham a tela. Através do olhar do diretor estreante no cinema Stefano Capuzzi, pude acompanhar e vibrar a cada passo da conquista (ou derrota) de Max.

O filme é bem fluido, o roteiro é bem dinâmico e bem sensível, além da fotografia excelente, que te faz viajar na história. Caio e Tato dão um show de atuação. E olha que é a estreia do primeiro na grande tela. Sem esquecer dos pais do rapaz e a diretora da escola (Rosi Campos). A única peça destoante do tabuleiro é Sabrina Sato. Ela interpreta a namorada de Max já adulto. Por ela não ser atriz, e, sim, apresentadora, o papel de Sato aparece mais como uma ponta. A atuação dela é tão brilhante e intensa (ela tem poucas falas) que parece que ela aprendeu a atuar no bar da Dona Jura com Zeca Pagodinho comendo pastel no famoso bairro de São Cristóvão, no Rio. A meu ver, Stefano cometeu um Tê-Gataná (mão usada como espada).

Com isso, a edição que vinha primorosa na maior parte do filme, recebe um Tantôo (punhal) no percurso, fazendo com que o coração do espectador dê alguns Kiai (grito) já no finalzinho.

Mas mesmo assim, A Grande Vitória pode vir a inspirar muitas mentes pelo Brasil afora. Afinal, o longa já pode ser considerado como o primeiro passo, na cultura, dos preparativos do nosso país para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Desligue os celulares e boa diversão! Rei-Hô!

BEM NA FITA: A história.

QUEIMOU O FILME: Sabrina Sato e a edição.

FICHA TÉCNICA:

Diretor: Stefano Capuzzi
Elenco: Caio castro, Moacyr Franco, Sabrina Sato, Tato Gabus Mendes, Rosi Campos, Suzana Pires, Ênio Gonçalves, Domingos Montagner.
Produção: Fernando Meirelles
Roteiro: Stefano Capuzzi
Distribuidor brasileiro: Downtown Filmes
Ano: 2013
Gênero:Drama/Esporte
Duração: 128 minutos

ASSISTA:

Bernardo Moura

NAN