Crítica de Filme | Invencível [VISÕES ANTAGÔNICAS]

Blah Cultural

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14 de janeiro de 2015

Invencível chega aos cinemas nesta quinta-feira (15/01) cheio de expectativas. O segundo filme dirigido por Angelina Jolie homenageia um dos maiores esportistas norte-americanos do século XX. Louis Zamperini foi um prisioneiro de guerra da Segunda Guerra Mundial, orador e atleta olímpico. Baseado no livro Unbroken: A World War II Story of Survival, de Laura Hillenbrand, lançado em 2010, o longa estrelado por Jack O’Connell vem dividindo a crítica especializada.

Por isso, aqui no BLAH CULTURAL, dois de nossos críticos assistiram a Invencível. Um deles achou fraco e outro apenas mediano. Sinal que Angelina Jolie ainda deve evoluir bastante como diretora.

Vamos às críticas?

“CAUTELOSO E PREVISÍVEL”por Leandro Stenlånd

Não se sabe até onde o mito pode ser vencido. Ser Invencível costuma ser algo inverossímil nos dias de hoje, mas e se Usain Bolt tivesse Louis “Louie” Zamperini como ídolo e fosse alguém que ele se espelhou muito para hoje ser quem é? Bom, quanto a isso, não se sabe.

Todos sabemos que a 2° Guerra Mundial tem sido um tema bastante explorado nos dias de hoje e mesmo 70 anos do seu fim, pode-se afirmar com certeza absoluta que todos os seus pontos de vista foram transformados em filmes, sejam eles quaisquer motivações para um livro, biografia, vindo de perdedores, vencedores ou até as famosas adaptações onde margens fictícias são desenvolvidas.

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Zamperini foi um filho de imigrantes italianos que cresceu em uma pequena cidade dos Estados Unidos e, apesar da infância atribulada, se tornou um campeão olímpico de atletismo. Engajado à força aérea americana, viu seu avião cair no oceano Pacífico, onde passou 47 dias junto com dois outros companheiros. Resgatado pelos inimigos japoneses, foi feito prisioneiro e passou anos em campos de trabalhos forçados, sendo continuamente agredido verbal e fisicamente.

Invencível é o segundo filme de Angelina Jolie na direção de longas onde sua estreia foi em 2011 com o medíocre “Na Terra de Amor e Ódio”, e infelizmente não nos traz algo consistente em sua nova direção. Uma película inteiramente elusiva, peca por não ser capaz de entregar à audiência o nível de intensidade que era requerido à altura da cinebiografia de Zamperini, com um argumento que consegue ser bastante fraco.

A parte mais interessante do filme acaba sendo quando Zamperini é preso no campo de concentração Japonês Omori. O vilão japonês Takamasa Ishihara (Miyavi), é talentoso, e ainda não sabemos por que Jolie escalou um astro popstar japonês, cantor de músicas e também bastante caricato, a todo momento querendo mostrar que representa o lado “mau” da história. Lutando contra um comandante japonês bem cruel, a esperança passa a ser uma ilusão perdida dentro dos pensamentos do protagonista.

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Invencível é um filme razoável e narra a trajetória de um grande herói humano com excessiva reverência, fazendo deste um pecado dentre muitos outros longas do gênero. O exagero de Angelina Jolie, transformou o protagonista em um personagem unidimensional, inalcançável, inatingível, um semi-deus. Como ressaltado anteriormente, o excessivo detalhamento dos eventos ocorridos na parte principal da narrativa, tornam a película longa demais – mais de duas horas de duração, e bem desnecessárias. Sim, um melodrama arrastado na maioria das situações, repleto de clichês e com uma trilha sonora irritante, vaga e que se torna resquícios da guerra.

A película não é de todo ruim, a parte com efeitos especiais especificamente na abertura do longa e durante dão um clima interessante e a fotografia em algumas partes também. É acima de tudo um filme cauteloso e previsível, não arriscando muito quando tinha tudo para ser um filmeInvencível na luta pelo troféu (Oscar 2016?). Um detalhe, Zamperini nos deixou em julho de 2014 e infelizmente não é um marco à sua memória e pode ser que o mesmo esteja se revirando no túmulo de insatisfação.

BEM NA FITA: Efeitos especiais e a atuação do astro japonês Takamasa Ishihara.

QUEIMOU O FILME: A atuação de Jack O’Connell deixa a desejar. Roteiro lento e tétrico.

Após uma carreira de atriz de sucesso , onde a própria diz estar chegando ao fim , Angelina Jolie se entrega de vez a direção , em seu segundo longa ” Invencível ” ela tenta firmar seu nome em Hollywood para quem sabe um dia se tornar a primeira grande diretora Americana , no longa é notável a qualidade dela para dirigir com toda a receita Hollywodiana sobre como fazer um filme  sendo seguida a risca

TRAILER:

“FALTOU CORAGEM”, por Gabriel Meira

Invencível narra a história real do  militar e atleta olímpico Louis Zamperini, onde passou dias lutando pela sobrevivência  em alto mar e alguns anos como refém dos japoneses na Segunda Guerra Mundial.

O nome do longa leva a dualidade entre o atleta Louis e o militar Zamperini. Ao mesmo tempo em que vivia numa época onde “invencível” no atletismo, ao ser capturado pelos japoneses, aguentou diversos tipos de tortura físicas e psicológicas, algumas destas feitas unicamente com ele, já que um tenente rival o usa como exemplo para os outros ao pegar implicância com o esportista, principalmente pelo mesmo se manter quieto e soberano toda vez em que é ferido.

O roteiro de Invencível tenta misturar o arco da narrativa com a jornada do herói, porém sem conseguir o efeito buscado. A película é uma biografia, mas, por muitas vezes, nos esquecemos disto pela falta de um ponto de vista do personagem. A Segunda Guerra Mundial é apenas o pano de fundo, no entanto muitas vezes assuntos importantes são tocados aleatoriamente somente para reforçar a ideia do heroísmo americano que está sendo praticado por Louis. Os diálogos por muitas vezes são arrastados, mesmo quando são em sua maioria curtos. O excesso de silêncio em cenas em que ele seria dispensável torna muitos momentos massantes. A fotografia no filme age como elemento narrativo. O nublado das cores ajuda a externar o sentimento dos personagens e a trazer para o espectador o sufoco coletivo sofrido pelos militares americanos. A trilha sonora sempre marca as viradas dramáticas, por vezes até exageradamente. Não é preciso afirmar o que está sendo visto pelo som, apenas ajudar a somar de forma natural.

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Mas o ponto forte do filme são as atuações. Angelina Jolie traz toda a sua experiência e sensibilidade para dirigir os atores. A existência de uma unidade nas interpretações é clara, porém sem perder a individualidade de cada um, conseguindo trazer pelos personagens a atmosfera do filme.

A diretora faz um longa responsável, mas faltou coragem. Talvez não apenas na direção, mas desde a escolha do projeto. Temos em Invencível mais uma mostra do heroísmo americano, mas não vemos em primeiro plano o humano” invencível” que foi Louis e sim o patriota Louis Zamperini. A premissa do filme só é firmada pela história real, pois no longa ela fica quase perdida. Como um todo é um bom filme, com a diretora fazendo o suficiente para o que o filme pedia. Mas, se tratando de Angelina Jolie com todo seu pensamento ideológico, esperaríamos que ela fizesse mais do que o necessário e mostrasse que veio para escrever seu nome na historia do cinema por trás das câmeras. Cineastas praticam uma arte industrial. O intuito é criar algo e não apenas fazem cada vez mais o que já existe. Vamos esperar que o próximo filme de Jolie nos surpreenda e que tenha a mesma coragem ao escolher seus filmes que teve ao se entregar à direção.

BEM NA FITA: Unidade nas atuações; boa direção dos atores de Angelina.

QUEIMOU O FILME: Excesso de silêncio em momentos desnecessários.

FICHA TÉCNICA:

Título Unbroken (Original)
Ano produção 2014
Dirigido por Angelina Jolie
Estreia 15 de Janeiro de 2015 ( Brasil )
Duração 137 minutos
Gênero Biografia Drama Esporte
País Estados Unidos da América

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