Crítica de Filme | Invocação do Mal

Leandro Stenlånd

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13 de setembro de 2013

Amigos leitores do BLAH CULTURAL, antes de sequer ousarem assistir ao longa Invocação do Mal, algumas perguntas surgem em minha cabeça: O que mais o assusta em filmes de terror? Relógios parando? Trovões? Portas se abrindo ou fechando sem ninguém por perto? Ou quem sabe zumbis caminhando por ai à la “Walking Dead”? Ah! Lembrei! Quem sabe o Chucky o assustava quando mais jovem? Perguntas pra lá de complexas para serem respondidas.

O fato é que este ano tivemos algumas ‘’ decepções” quanto a filmes de possessão demoníaca, afinal, ter lido no pôster do longa “A Morte do Demônio” que este seria o filme mais assustador de todos os tempos fez com que eu desse risadas após o filme, apesar de ter sido muito bom.

"INT PERRON HOUSE - CELLAR Carolyn flips upside down and shoots up to the ceiling John Brotherton (Brad), Vera Farmiga (Lorraine), Patrick Wilson (Ed), Ron Livingston (Roger)"

“INT PERRON HOUSE – CELLAR Carolyn flips upside down and shoots up to the ceiling John Brotherton (Brad), Vera Farmiga (Lorraine), Patrick Wilson (Ed), Ron Livingston (Roger)”

Às vezes é tão complexo tentar ao menos entender os motivos de uma possessão, que ao ter assistido ao filme –Maldição– (An American Haunting), notei que nem sempre é por ‘’maldade’’ que espíritos tenham a audácia de possuir uma pessoa, especialmente crianças que é algo pra lá de clichê. Um filme orçado em 20 milhões de dólares que alcançou quase 270 milhões em bilheteria mundial, tem algo de especial.

E então eis que a maldade por si só não tem fronteiras, canalizando sua fúria através de objetos, fazendo com que o mencionado boneco Chucky torne-se um mero brinquedinho de criança – mesmo se compararmos em como Anabelle – assusta só de fixar seu olhar no dela.

Não é apenas assustar para forçar com que você pule da cadeira ou faça você ter insônia ao imaginar que tudo aquilo vá acontecer com você esta noite. Filmes de terror têm sido previsíveis, mas Invocação do Mal assusta, e assusta com o máximo que assisti até hoje em um produção de possessão… isso mesmo… nem ouse mencionar Exorcista como exemplo, pois o demônio Pazuzu que possuiu a inocente Regan parece um mero soldadinho do exército de Lúcifer enquanto o demônio em Invocação do Mal parece ser o real diabo. Não é à toa que o longa simplesmente tem obtido quase cinco vezes mais em bilheteria de seu custo de desenvolvimento.

Indo direto ao filme – especialmente ao início – Carolyn e Roger (Lili Taylor e Ron Livingston) mudam-se para uma casa antiga, longe de tudo e de todos (clichê?), com seus cinco filhos, e então, eis que naquela papagaiada toda de casa nova = felicidade, algo mais clichê ainda acontece em longas do gênero em questão: a família encontra um porão lotado de bugigangas, infestadas de pura poeira e ‘ressentimentos’ do passado.

O diretor James Wan é covarde, pois um filme assim é passível de oferecer ao espectador um ataque cardíaco ou morte súbita, já que em Invocação do Mal, respirar ofegante é o que há e quem sabe o que nos resta. Momentos de desespero total quando aparições, vultos e outros propósitos dão as caras no longa. Relembrar de “Atividade Paranormal” é mero acaso. E se quando a cena onde o espirito arrasta a jovem pela casa puxando o cabelo da mesma, lembrar de uma cena similar em “Maldição” é simples coincidência.

O fato é que tudo isso já ocorre quando Vera Farmiga e Patrick Wilson estão na casa tentando ajudar a família que estava a ser assombrada pela entidade. O casal mencionado é ninguém menos que Ed e Lorraine Warren na vida real: demonologistas profissionais.

Depois de alguns acontecimentos na residência, Carolyn convenceu o casal Warren a ir à sua casa de forma rápida. A psíquica Lorraine, de cara, já vê que o que acontece ali não é nenhuma brincadeira. Assim, os diálogos no filme são próximos de se tornarem efetivos a ponto de sabermos de antemão que tudo que a ‘vidente’ diz é sobre as ‘forças sombrias’.

E então eis que os Warrens e seu time levam até a casa câmeras e microfones para tentar captar algo mais obscuro do que se imagina. Você já logo pensa: “Ah, os espectros vão se revelar e tudo vai ser desvendado”… Que nada! Em Invocação do Mal tudo é contido a uma única frase: “ASSUSTAR CONVINCENTEMENTE”.

Com o tempo você vai desvendando o mistério da casa, mas é comicamente anticlimático. Um conto antigo sobre uma mãe possuída, e quando Lorraine menciona as revelações do passado, não dá pra saber se quer realmente dizer algo ou se temos aqui uma sinopse de “MAMA”.

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Algumas cenas eu repudio, como a dos corvos rondando a casa. Qual é! Insetos são muito mais clichê, né? Acho que já passou da hora de pararem de utilizar insetos ou aves em filmes de terror…

De volta a tudo que alucinou, posso dizer que coerentemente o ato final foi muito bem filmado! Lili Taylor agindo de forma intensa, o contraste das cores, saturação e tudo mais que tornaram cada cena parecer realmente linda.

Se tudo isso na sua opinião é pouco, tem de haver uma maldita caixinha de música nas mãos de uma criança, o que consequentemente é uma fusão nada saudável e aterrorizante ao olhar no espelho e imaginar que, quando você remover o rosto da direção do mesmo, irá ver algo horripilante? Não sei dizer, viu?

Ah, vamos lá: diga-me que você não se sentiu tentado a assistir Invocação do Mal. Diga-me que você tem esperança que realmente este é o filme mais assustador de todos os tempos… Lembre-se: o mesmo alcançou o primeiro lugar de todos os tempos para um filme de terror, chegando a altíssimos 265 milhões de dólares em bilheteria mundial, sem contar que o longa ainda tem estreia marcada no Japão, China, Brasil e Coreia do Sul (nesta sexta feira 13).

Alguém sabe dizer por um acaso por que este longa fez tanto sucesso e continua fazendo? Pois eu irei dizer:

• A maior abertura para um filme de terror – história original;

• A maior abertura em três dias de um filme de terror da Warner Bros.;

• A maior abertura do diretor James Wan, criador da franquia “Jogos Mortais”.

Num resumo você há de perguntar: “O que tudo isso quer dizer sobre Invocação do Mal?

Simplesmente desafio você a assistir ao longa na madrugada – de preferência num sítio isolado da sociedade – e esteja preparado (a) para o que der e vier, pois qualquer coisa pode acontecer…

BEM NA FITA: O roteiro e caracterização dos personagens.

QUEIMOU O FILME: Cenas chatas como de corvos rondando a casa, acho que hoje em dia são desnecessárias.

FICHA TÉCNICA:

Nome: Invocação do Mal (The Conjuring)
Gênero: Terror
Direção: James Wan
Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes
Elenco: Amy Tipton, Arnell Powell, Ashley White, Cabrenna H. Burks, Christopher Cozort, Christy Johnson, Courtney Lakin, Darrell Rackley, Desi Domo, Grace Layden, Hayley McFarland, Jamie Broadnax, Joe Montanti, Joey King, John Brotherton, Justin A. Thuesen, Karen Malina, Kyla Deaver, Lili Taylor, Mackenzie Foy, Marion Guyot, Matthew Pabo, Melllie Boozer, Meredith Jackson, Millie Wannamaker, Morganna Bridgers, Nate Seman, Patrick Wilson, Paul Shaplin, Ron Livingston, Rose Bachtel, Sarah Maykish, Shanley Caswell, Shannon Kook, Shawn Collins, Sterling Jerins, Steve Coulter, Tiyana Blue, Tony Moore, Vera Farmiga, Zach Pappas, Zachary Steffey
Produção: Peter Safran, Rob Cowan, Tony DeRosa-Grund
Fotografia: John R. Leonetti
Montador: Kirk M. Morri
Trilha Sonora: Joseph Bishara
Duração: 112 min.
Ano: 2013
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 13/09/2013 (Brasil)
Distribuidora: Warner Bros
Estúdio: Evergreen Media Group / New Line Cinema / The Safran Company

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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