Crítica de Filme | Little Boy

Rafael Mendonca

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23 de outubro de 2015

Durante a Segunda Guerra Mundial, um garotinho fica devastado quando seu pai é obrigado a deixar a família e partir para a guerra. Acreditando ter poderes especiais, ele desenvolve um plano para trazer o seu pai de volta ao lar.

Com este simples parágrafo, o diretor Alejandro Monteverde (Bella – 2009) nos entrega ”Little Boy”, um obra melodramática excepcional.

Beleza é a palavra que o define de todas as formas possíveis: o roteiro é digno de um bom melodrama, sendo este, subgênero do drama do qual uma tragédia afeta o protagonista devido a forças das quais ele não domina, podendo ser da natureza, do destino ou quaisquer outras, sendo assim o ‘sentimento de culpa’ é nulo à ele, sendo apontado muito mais como vítima das situações, um dos objetivos deste tão famoso subgênero é ensinar a moral, recompensando o bem e punindo o mal. E o filme se sustenta em todos esses príncipios, não se tornando extremamente piegas ou ”água com açucar” como muitos gostam de taxar informalmente.

Ainda sobre a beleza, ela esta presente em toda a composição da cena, as cores escolhidas, incluindo sua tonalidade, o modo que a câmera esta sobreposta, o cuidado e visível carinho ao se fazer o filme. É fácil por exemplo, pausar o filme e admira-lo, não poucas cenas a câmera esta fixa e centralizada, e o que vemos em nossa frente é algo que beira uma pintura Impressionista, algo parecido com o trabalho do nosso querido Wes Anderson, mas tendo ainda sim sua própia identidade.

little post

O que também merece a nossa atenção é a atuação do nosso pequenino (ou seja, ”Little Boy”), Jakob Salvati, mostrando que não é sempre os grandes que comandam em tela, palmas à sua facilidade em conseguir passear entre emoções tão naturalmente durante suas cenas. Outros atores estão presentes, como: Kevin James (amigo da família), Emily Watson (mãe de Pepper, o pequeno), David Henrie (irmão de Pepper), e Michael Rapaport e Cary-Hiroyuki Tagawa (pai de Pepper e morador de sua cidade, respectivamente), mas o filme é roubado por Jakob em todos os momentos.

Sua trilha sonora (composta por Peter Barbee e Mark Pontius) é longe de ser descartável, mas a imersão que o longa te provoca (por partes por causa dela) faz com que a mesma não seja muito percebida individualmente, você a ‘consome’ junto à toda a obra, assim como todas as suas características, e isso é algo vantajoso.

Taxado erroneamente de uma obra manipuladora por evocar sentimentos em demasia ao telespectador, deixo a pergunta à você: o que mais um melodrama se propõe a não ser o ensino da moral e o ‘escancarar’ dos sentimentos mais profundos? ”Críticos”…

Finalizando: ”Little Boy” é um filme que sabe o que oferece, seu tema de fundo (Seguda Guerra) não é seu foco, pelo contrário, são exatos cem minutos de boas mensagens e ótimas vibrações, não se tornando barato, pois junto a isso a história e as relações das personagens também se desenvolve.

Recomendado aos corações de pedra.


Gênero: Drama.
Direção: Alejandro Monteverd.
Duração: 1h40 min.
Elenco: Jakob Salvati, Kevin James, Emily Watson, David Henrie, Michael Rapaport, Cary-Hiroyuki Tagawa.
Nacionalidade: EUA, México.

Rafael Mendonca

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