Crítica de Filme | Magia ao Luar

Vanesca Soares

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15 de agosto de 2014

Woody Allen é um dos diretores que se pode reconhecer facilmente o trabalho. Em um mundo cinematográfico cheio de efeitos especiais e edições rápidas, ele continua seguindo sua fórmula de sucesso: roteiros com histórias interessantes de verdade; andamento natural da história, sem toda essa velocidade de edição de hoje; trilha sonora onde o jazz predomina; reviravoltas no texto; diálogos grandes e cheios de detalhes; abertura do filme com tela preta onde aparece apenas os nomes dos envolvidos… Tudo isso é Woody Allen e muito mais.

Cartaz magia ao luar

Magia ao Luar (Magic in the Moonlight), o novo filme do diretor nova-iorquino, claro, também segue esta fórmula. Ele se passa no fim dos anos 1920 e mostra o ilusionista Stanley (Colin Firth), que faz diversas apresentações pela Europa como um mágico chinês chamado Wei Ling Soo. Ele é famoso por desmascarar pessoas que se dizem médiuns e que fazem contato com o além. E também por ser cético e arrogante.

Stanley é levado por seu amigo Howard (Simon McBurney) – o personagem que encarna sua aparência e atitudes, já que ele próprio não aparece como ator do filme – à mansão de uma família milionária, no sul da França, onde uma jovem americana, Sophie Baker (Emma Stone), se diz com poderes mediúnicos e tem impressionado a todos. Ela inclusive conquistou o coração do jovem milionário Brice (Hamish Linklater). Howard, que também é mágico e trabalha desmascarando falsos médiuns, diz a Stanley que até ele acredita na moça.

Colin Firth

Ao chegar na mansão, Stanley já começa a observar os atos de Sophie, uma moça bonita, pobre, educada e sensível. Mesmo com essas qualidades, ele desconfia da moça e começa a tratá-la com frieza, deixando claro que não acredita nela. Mas com o tempo, o ceticismo de Stanley vai se esfacelando e ele começa a acreditar e se apaixonar por Sophie.

Magia ao Luar é bastante divertido para quem gosta do estilo do Sr. Allen. Embora seja um romance, também trata de fé, esperança e otimismo. Stanley é um homem deprimido, que se esconde atrás do seu ceticismo e da arrogância. E Sophie mostra um outro mundo para ele. Stanley é um tipo de alterego do próprio diretor, assim como o seu amigo Howard. E é interessante ver um homem tão certo de suas convicções vê-las sendo derrubadas uma a uma, independente de que rumo a história possa tomar.

Emma Stone

O filme tem muitos méritos, como o roteiro, a cenografia, o figurino e o elenco. É muito bom ver um filme que não feito com um monte de imagens jogadas em velocidade na tela. Magia ao Luar envolve a audiência e faz pensar. Mais um bom filme de Woody Allen.

BEM NA FITA: o clima tranqüilo do filme, a trilha sonora e o visual anos 1920, coisa rara nos filmes de hoje.

QUEIMOU O FILME: Nada. Afinal é um filme de Woody Allen!

FICHA TÉCNICA:

Título original: Magic in the Moonlight
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Distribuidor: Imagem filmes
Ano de produção: 2014
Língua: Inglês
Elenco: Colin Firth, Emma Stone, Simon McBurney, Catherine McCormack, Eileen Atkins, Erica Leerhsen, Jeremy Shamos, Hamish Linklater, Marcia Gay Harden, Jacki Weaver.
97 minutos

Vanesca Soares

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