Crítica de Filme: Mulheres ao Ataque

Bernardo Moura

Cameron Diaz está de volta, minha gente! A engraçadinha Mary, do filme que levou-a ao estrelato repentino, “Quem Vai Ficar Com Mary?” (1998) volta às telonas mais gostosa, mais bonita, mais plastificada e mais boa atriz (por quê não?). No filme Mulheres ao Ataque (The Other Woman), ela volta ao gênero comédia-romântica-meio-inteligente, gênero lançado por ela e que muitas outras loirinhas e ruivas e morenas seguiram/seguem até hoje na indústria cinematográfica. E antes que surjam reações, sei que Cameron fez alguns filmes na comédia. Mas considero-os tão chinfrins que somente aquele lá e este aqui entram para a lista da relevância de sua carreira.
A fita começa com esta beleza de mulher beijando um carinha. Logo você se dá conta que os dois são namorados e têm uma relação já há um tempo. Presentes, conversas, carinhos, olhares…tudo isso já faz parte do longa logo de cara. O filme mais parece um cinema-mudo, apenas com estas cenas passando diante de seus olhos. Carly, a personagem de Diaz é “namorada” de Mark (Nikolaj Coster-Waldau). Até aí tudo vai bem. O castelo da moça desmorona quando ela descobre que o que ela esperava não era tudo aquilo o que ela imaginava (volta aqui àquela frase de Facebook: “Crie plantas, animais, mas não crie expectativas”).

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O casal feliz até a segunda página (Foto:Divulgação)

Mark, na verdade, é casado com Kate (Leslie Mann), e possui caso também com uma outra mulher Amber (a modelo Kate Upton). Kate, casada há tantos anos com Mark, dona de casa preocupada com decoração se alia à sua em tese “rival” para boicotar o marido. E essas duas também quando descobrem a terceira fazem a mesma coisa. Este é o motivo principal do filme de Nick Cassavetes. Por que motivo as mulheres do passado e do presente de um homem não podem se respeitar e se dar bem (e vice-versa)? Ele brinca dizendo que as três viram melhores amigas e quem sai perdendo é o homem.

Nesta brincadeira toda, há situações muito engraçadas (Atenção para a cena da cerca viva!) e situações que fazem pensar. Mas, como aqui estamos analisando as questões técnicas do filme, vamos à elas. O longa de 109 minutos aponta alguns exageros. Por exemplo, a atuação de Leslie Mann. Em muitas cenas e diálogos, a atriz fica destoando do tom do filme. Portanto, ela fica over demais e acaba comprometendo em alguns lances a história.
Outro ponto também é que entendemos que o diretor quis dar uma agilizada no roteiro para não ficar aquela história à la Manoel Carlos. Mas, pô, em uma cena de alguns minutos as rivais já se tornarem Best Friend Forever com muito bebida alcóolica, foi um tremendo exagero. Um insulto ao limite de veracidade da ficção. Outro ponto também a enxurrada de clichês que atacam a tela. Meu Deus, parece que o roteiro foi escrito à base de todos eles existentes no mundo. Detalhe: em certa altura do filme, a personagem de Leslie até ironiza os benditos clichês. Vomitar na bolsa, namorar o irmão da rival, cachorro defecando no chão são alguns só para você ter uma ideia.
No mais, um brinde à nossa diversão e à volta de Cameron aos bons roteiros. Boa diversão!
BEM NA FITA: Cameron Diaz.
QUEIMOU O FILME: Atuação um pouco irritante de Leslie Mann.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Nick Cassavetes
Elenco: Cameron Diaz, Leslie Mann, Nikolaj Coster-Waldau, Don Johnson, Kate Upton, Taylor Kinney, Nicki Minaj.
Roteiro: Melissa Stack
Produção: Julie Yorn
Distribuidor brasileiro: Fox Filmes
Gênero: Comédia/Romance
Duração: 109 min.
Ano: 2014
Assista:

Bernardo Moura

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