Crítica de filme: “O Acordo”
Colaboração
*** Colaboração de Bruno Sosa ***
“Johnson e John Mattews (Dwayne Johnson), um homem de negócios que foi abatido fortemente quando seu filho foi pego por erro numa armadilha anti-drogas e é ameaçado com passar de 10 a 30 anos numa prisão federal. Um desesperado Mattews faz um trato com a ambiciosa fiscal (Susan Sarandon) e se infiltra numa violenta e perigosa operação com o chefão do droga(Michael K. Williams) com a ajuda de um ex presidiário (Jon Bernthal). Quando a sua inexperiência como traíra o coloca como uma importante figura no Cartel Mexicano com (Benjamin Bratt), as regras mudam e o que já era perigoso agora fica mortal”.
Talvez a melhor sequência do filme, que faça com que ele se diferencie dos outros do gênero ação, acontece dentro de uma loja de armas: o protagonista se sente desorientado perante a massiva oferta espalhada nas paredes. O tom do longa vai entre a frieza à superproteção, onde o personagem fica longe de se comparar a outro como a do “shoot-them-up”, onde ele já praticamente nasce com a arma na mão.
Longe de outros projetos de “The Rock”, O Acordo tem o risco e os personagens necessários pra sentir algo totalmente real, a violência também se apresenta como um mal necessário, que os heróis se veem obrigados a usar. Jhon Mattews é um pai de família comum, sem um currículo passado nas “ex-forças militares” ou mestre de artes marciais que o façam “o homem certo para o trabalho”.
Um dos principais acertos do filme foi convencer ao público que, por baixo dessa pilha de músculos, tem alguém normal e vulnerável, tanto física como mentalmente. Isso a gente vê quando ele é abatido a golpes sem poder se defender – claro que nada disso seria possível se o Dwayne Jhonson não tivesse guradado sua face de “The Rock” e ter dado a gente uma performance sofisticada e emotiva. Possivelmente a melhor até o momento.
Mas ele não está só: Jhon Berthal mostra pra gente que o que ele fez no seriado “The Walking Dead” como Shane, um anti-herói que ganhou o coração dos fãs (não foi casualidade). Com a mesma força emocional, ele faz o papel de Daniel, um ex-presidiário que tenta fazer de vez a coisa certa pra família dele. Não é o ajudante que se conecta diretamente com o protagonista, mas sim alguém que, em varias ocasiões, o confronta por interesses em comum.
O interesse se unifica ao cuidado de pai a filho; O personagem de Jhonson faz o que puder para salvar a vida do filho e o do Berthal faz o justo pra se manter na linha e proteger a família dele. Até “El Topo”, chefão do narcotráfico mexicano é humanizado, se apresentando como um pai responsável antes que como um vilão desalmado.
Mas o principal antagonista aqui não é ele e sim o sistema legal estadunidense. O filme se apresenta em forma de denúncia contra as penas exageradas impostas a muitos jovens que (como a do filho do herói em questão) arriscam a passar a vida deles em prisão se não acusarem outros de distribuição de drogas.
A ação – quanto a tiroteios e perseguições – é pequena, mas o drama e a tensão são tão eficientes que nos afundamos junto com o personagem do perigoso espiral. Isso e o grão de perigo que a trama vai construindo (tem menos barulho, mas ficamos muito mais sensibilizados do que em qualquer outro filme de Dwayne Johnson).
BEM NA FITA: A boa narrativa sobre a relação de pais separados, filho rebelde e a união da família que sempre vence ante qualquer circunstância; o uso justificado da violência pra fazer justiça; demonstrar sutil, mas diretamente, como o abuso do poder pode manipular meios e pessoas pra conseguir o que quer.
QUEIMOU O FILME: A conjunção de cenas da metade pra cima do filme dá a impressão de que o desenrolo da história quer ser contada logo pra já acabar comparando a diferença das cenas anteriores (as do início), que leva o tempo necessário pra ir contando a introdução e o enrolo da historia.
FICHA TÉCNICA:
Nome: O Acordo (Snitch)
Diretor: Ric Roman Waugh
Elenco: Dwayne Johnson, Nadine Velazquez, Jon Bernthal, Susan Sarandon, J.D. Pardo, Harold Perrineau, Michael Kenneth Williams, Benjamin Bratt, Barry Pepper, James Allen McCune, Melina Kanakaredes, Kym Jackson, Judd Lormand, Rafi Gavron, Richard Cabral, Jason Douglas, Lela Loren, Doris Morgado, Edrick Browne, Dane Rhodes, Sam Medina, Emilia Graves, Kerry Cahill, Ashlynn Ross, Jay Amor, Carrie Lazar, Tim J. Smith, Benjamin Blankenship, Carl Bailey, Jayson Floyd, Jaime Medeles, Kidus Henok, Elgin Cahill, Shun Hagins, Fernandez Osvaldo, Rick LaCour, Darnell Trotter, Kyara Campos, Jesus Lazaro Diaz, Timothy Hoffman, Jason Welden
Produção: Tobin Armbrust, Alexander Yves Brunner, Guy East, David Fanning, Dany Garcia, Matt Jackson, Dwayne Johnson, Jonathan King, Nigel Sinclair
Roteiro: Ric Roman Waugh, Justin Haythe
Fotografia: Dana Gonzales
Trilha Sonora: Antonio Pinto
Duração: 112 min.
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: PlayArte
Estúdio: Exclusive Media Group / Imagenation Abu Dhabi FZ / Participant Media / Spitfire Pictures
Classificação: 14 anos