Crítica de Filme | O Juiz

Wilson Spiler

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16 de outubro de 2014

O Juiz, filme que estreia nesta quinta-feira (16/10), já tem em seu próprio cartaz uma tradução do que é seu enredo: Pai e filho sentados, um de costas para o outro em uma sala de tribunal. Ambos estão do mesmo lado, mas o verdadeiro embate está nessa relação familiar.

Na trama, um advogado de sucesso (Robert Downey Jr.) precisa retornar à pacata cidadezinha onde nasceu quando recebe a notícia da morte de sua mãe. Lá, porém, terá que enfrentar seu pai (Robert Duvall), o juiz da cidade e um bastião moral local, depois de décadas de um difícil rompimento familiar. Mas a situação se transforma, quando o patriarca se vê no centro de uma acusação de assassinato – e precisa do filho cheio de recursos para defendê-lo.

Feito com pretensões de indicação ao Oscar, O Juiz é um bom filme, mas pouco ousado. O longa tenta resgatar o prestígio do “filme de tribunal”, subgênero que já cativou Hollywood no passado, mas que hoje é decadente e, com isso, acaba sendo uma obra arrastada e sem grande impacto.

Atuações são o ponto alto do filme

Atuações são o ponto alto do filme

No entanto, o filme tem suas qualidades. Ele consegue balancear bem as doses de drama e humor e traz um Robert Downey Jr. em uma versão, digamos, mais humana e contida de seu Tony Stark. Esse humor é bem explorado pelo ator e dá vida e brilho ao seu personagem.

Robert Duvall, no entanto, talvez seja o ponto alto da película. A interpretação do respeitado ator, ganhador do Oscar por “A Força do Carinho” (1983) é estupenda. Ele protagoniza cenas memoráveis, sendo as mais sinceras e tocantes do longa.

O Juiz, porém como dito acima, não ousa e acaba sendo um pouco previsível. Seu desenrolar é tudo dentro do esperado, tudo extremamente calculado. É um filme que pode agradar, mas está longe dos clássicos de tribunal e promete ser esquecível dentro de pouco tempo. Vale pelas atuações. Robert Downey Jr. e Robert Duvall devem garantir ao menos indicações ao maior prêmio do cinema de Hollywood. Se era mesmo essa a intenção, então o que dizer? Dever cumprido.

BEM NA FITA: Atuações impecáveis.

QUEIMOU O FILME: Previsível, arrastado e pouco ousado.

FICHA TÉCNICA:

Nome original: The Judge
Gênero: Drama
Direção: David Dobkin
Roteiro: Bill Dubuque, David Seidler, Nick Schenk
Elenco: Balthazar Getty, Billy Bob Thornton, Carol S. Austin, Catherine Cummings, David Krumholtz, Dax Shepard, Denis O’Hare, Emma Tremblay, Grace Zabriskie, Ian Nelson, Jeremy Holm, Jeremy Strong, Ken Howard, Leighton Meester, Lonnie Farmer, Mark Kiely, Matt Riedy, Paul-Emile Cendron, Robert Downey Jr., Robert Duvall, Sarah Lancaster, Tamara Hickey, Vera Farmiga, Vincent D’Onofrio
Produção: Jeff Kleeman, Robert Downey Jr., Susan Downey
Fotografia: Janusz Kaminski
Montador: Mark Livolsi
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 141 min.
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 16/10/2014 (Brasil)
Distribuidora: Warner Bros
Estúdio: Big Kid Pictures / Team Downey / Warner Bros

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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