Crítica de Filme: “Oblivion”

Bernardo Sardinha

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11 de abril de 2013

Oblivion, é um thriller de ficção cientifica do diretor Joseph Kosinski (Tron – O Legado) cheio de ambição e reviravoltas no enredo. Com a estreia marcada para este dia 12 o filme conta com a participação de Tom Cruise, Morgam Freeman e Jaime Lannister Nikolaj Coster-Waldau.

Oblivion foi escrito por Kosinski, há oito anos durante a greve dos roteiristas de 2007. A ideia original era fazer uma graphic novel, que infelizmente nunca viu a luz do dia, mas, a arte conceitual criada para o projeto ajudou na hora de vender o filme para os estúdios. Só para se ter uma ideia: quando Tom Cruise entrou no projeto, o roteiro só tinha 18 páginas, mas, em compensação, tinha mais de 40 desenhos da arte conceitual.

Junto com seu diretor de fotografia de longa data, Claudio Miranda (que alias ganhou o oscar por “A vida de Pi”), Kosinski conseguiu criar belíssimos cenários de uma Terra pós-apocalipse devastada por tsunamis e enchentes. Há algo de melancólico em ver nosso planeta destruído, mas ao mesmo tempo, as imagens são tão evocativas e tão cheias de detalhes que as torna belas, contribuindo em muito com o tom do filme.

Momento relax de Jack Harper (Tom Cruise)

Momento relax de Jack Harper (Tom Cruise)

Apesar de o resultado final ser bem diferente do pequeno filme indie de ficção cientifica que o diretor tinha em mente, é bastante claro que ele tentou manter a estória focada no personagem e no mundo ao seu redor a todo custo.

O protagonista é Jack Harper (Tom Cruise), um técnico que, junto com sua oficial de comunicação Vicka (Andrea Riseborough) tem a missão de consertar as máquinas que protegem outras máquinas maiores ainda dos Scavenger remanescentes. Os Scavenger são alienígenas responsáveis por destruir a nossa Lua, e, os poucos que sobraram da guerra contra a humanidade, tentam sabotar a nossa ida para uma Lua de Saturno. A história é narrada do ponto de vista de Jack, que no prólogo inicial, ainda revela seus estranhos sonhos, onde imagens de um passado distante, porém familiar, o perturbam.

Vicky e o maior Ipad do mundo em Oblivion

Tom Cruise, além de correr, faz o que sabe fazer melhor: interpretar um homem médio, que é curioso, aberto, inteligente, lúcido e bonito! Qualidades essenciais – com exceção do bonito – para a plateia simpatizar com um personagem que busca a verdade. Ou seja, é um papel bastante confortável para o ator. Já Andrea Riseborough tem uma interpretação mais sútil (podemos dizer tri-dimensional até), como a oficial de comunicação Vicky, apesar de a personagem ser um pouco estereotipada.

Quanto a Morgan Freeman e Jaime Lannister Nikolaj Coster-Waldau também estão no filme, mas o tempo de tela deles é tão ínfimo que por pouco não passa de um cameo.

Morgan Freeman e Jaime Lannister vestiram o preto

Morgan Freeman e Jaime Lannister vestem as cores dos homens da Night’s Watch!
(juro que essa é a minha última referencia ao Game of Thrones)

O enredo é interessante, mas, apesar de o diretor e os roteiristas tentarem esconder o jogo, as reviravoltas que eles apresentam não são nada demais e algumas vezes são até previsíveis. Roteiro também passa batido, sem mais nem menos, de questões moralmente delicadas, perdendo a chance de aprofundar em temas mais controversos.

Oblivion mostra, além do amadurecimento e refinamento do diretor Joseph Kosinski, que, fechar a história mais nos personagens, nas intrigas e reviravoltas, do que nos efeitos especiais tem seu valor. Enfim, não é uma obra prima da ficção cientifica, mas tem seu valor.

BEM NA FITA: Premissa interessante que prende a atenção; Mundo criado com detalhes e beleza;

QUEIMOU O FILME: Reviravoltas previsiveis.

FICHA TÉCNICA:

Nome: Oblivion (Oblivion)
Diretor: Joseph Kosinski
Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Nikolaj Coster-Waldau, Olga Kurylenko, Nikolaj Coster-Waldau, Zoe Bell, Melissa Leo, Andrea Riseborough, James Rawlings, Catherine Kim Poon, Lindsay Clift, John L. Armijo, Jaylen Moore, Andrew Breland, Jordan Sudduth, Efraiem Hanna, Jeremy Sande, Z. Dieterich, Julie Hardin, Philip Odango, Paul Gunawan, Fileena Bahris, Joanne Bahris, Ryan Chase Lee, Booch O’Connell, Jay Oliver, Jason Stanly
Produção: Peter Chernin, Dylan Clark, Duncan Henderson, Joseph Kosinski, Barry Levine
Roteiro: Joseph Kosinski, William Monahan
Fotografia: Claudio Miranda
Trilha Sonora: M.8.3, Daft Punk
Duração: 124 min.
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Ficção Científica
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Chernin Entertainment / Universal Pictures / Radical Pictures / Ironhead Studios
Classificação: 10 anos

Bernardo Sardinha

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