Crítica de filme: Remar É
Bernardo Sardinha
Estreia nesta quinta-feira (08/05), no simpático Cine Joia, em Copacabana, o documentário Remar É, produzido, escrito e dirigido por Valério Fonseca. Com um título que remete ao álbum de figurinhas ”Amar é”, o filme é um ode de amor ao esporte, sua história e seus atletas amadores e profissionais.
Remar É é bastante imersivo, graças a sutileza em que câmera se posiciona permitindo ao espectador que não conhece o esporte, atingir um nível quase de intimidade, graças as imagens do dia a dia do remo nos clubes de regatas. São atletas carregando seus equipamentos, barcos, se preparando, as brincadeiras e claro o esporte em si.
Outra coisa importante, para essa imersão, foram as entrevistas rápidas (algumas são meras anedotas), que uma a uma, contribuem paulatinamente para tornar o documentário mais humano. O longa joga uma luz sobre o passado do esporte, visitando grandes agremiações do passado as quais passam hoje em dia por certas dificuldades. Fora a nostalgia, é triste ver tanta histórias de conquistas que já foram esquecidas, muito bem representadas pelo acervo de páginas amareladas e comidas por traças.
Por ser um filme de amor ao remo, não podia faltar os denúncias. Obras incompletas, arbitrariedades feitas por autoridades, uso suspeito de dinheiro público, o estado lamentável que se encontra a Baia de Guanabara e claro a mortandade de peixes na lagoa.
Remar É acerta no quesito humano, mas rapidamente sua estrutura fica evidente tornando o filme bastante previsível. A cada entrevista, vamos ter um momento paisagem ou cotidiano do esporte, que mesmo que belos, fazem com que o filme dure mais do que deveria.
DJ Marco assina a trilha sonora que mistura bossa nova com hip hop. Os momentos bossa nova da trilha casam bem com as imagens da Lagoa Rodrigo de Freitas e dá pontuando bem o humor do filme. Já os momentos onde o hip hop aparece…
Remar É é interessante por conseguir inserir muito bem o espectador no mundo do remo mas, peca no ritmo estranho e lento da narrativa. Quem rema vai gostar, quem não rema vai sair do Cine Joia se sentindo íntimo do esporte.
BEM NA FITA: Quem não sabe muito sobre remo vai sair do cinema íntimo do esporte e quem pratica vai gostar do filme. Belas paisagens ao longo da produção, documentário que valoriza o lado humano
QUEIMOU O FILME: Ritmo estranho, lento e previsível da narrativa. Filme dura mais do que deveria. Momentos Hip Hop no documentário
FICHA TÉCNICA
Roteiro/Direção/Produção: Valério Fonseca
Pesquisa: Cesar Schwenck e Valério Fonseca
Fotografia: Pedro Kuperman e Valério Fonseca
Câmeras adicionais: Felipe Bibian , Vinicius Cesar ,Tony Mariano e Valério Sanches
Música original :Dj Marco
Direção musical: Cesar Schwenck Som direto – Caio Cesar Loures
Montagem e mixagem: Valério Fonseca
Still: Geovani Alves e Letícia Santos
Ilustrações: Tio Chico
Narração: Otto Jr.
Tradução: Julia Rebuzzi e Vera Arias
Design gráfico: Hugo Rafael e Carolina Bosco
Produção executiva: Cesar Schwenck , Pedro Kuperman , Saulo Moretzsohn e Valério Fonseca
Gênero : Documentário
Duração : 74′
Ano : 2013