Crítica de Série: Black Sails (1ª Temporada)

Stenlånd Leandro

Set Sail Pirates! E assim diria um dos mais destemidos piratas dos sete mares. Capitão Flint é o nome dele.
Sempre aprendemos que piratas devem ser temidos, piratas precisam ser respeitados, mas então, o que dizer de Billy Bones, que perpetuará o dilema do pirata que não quer ser malvado? Caos é a palavra chave para Black Sails, a começar pelo próprio capitão. Cada detalhe, cada liderança, a própria ilha, são representações do incontrolável, mesmo onde existem leis.
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A famosa ilha de New Providence, foi muito bem produzida , o que eu temia era uma super produção que fugisse um pouco a realidade do local, que pertenceu a Inglaterra, mas que agora estava nas mãos dos piratas. O poder exercido por cada pirata na ilha é tão volumoso que ver que aquele era um palácio de sujeira, desorganização e negócios escusos, coisa do além para o local em questão mas que no fundo existiria uma imersão naquele mundo tão bizarro. Afinal, qual mudo de pirata não é tão bizarro assim?
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Os ataques brutais e os saques cometidos pelos marujos quase provocam a sua extinção, e Flint procura refúgio na ilha de New Providence, uma espécie de paraíso pirata definido tanto por seus ideais iluministas quanto pela assombrosa brutalidade. Em sua jornada, o Capitão acaba ganhando um jovem e falante agregado para sua equipe: um certo John Silver (Luke Arnold).
O mais divertido de uma série sobre o universo do contrabando no século XVIII é a realidade com que vão representando cada passo de tudo que possa vir numa série de Michael Bay e claro, a importância que darão ao espírito de liberdade que os piratas estavam atrás ao abandonarem suas vidas e serem expulsos pela coroa.
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Então espere ver de um modo desprovido de pudor cenas de sexo, lutas sangrentas, prostitutas e muito palavrão, ou desejaria um filme de destemidos dos mares falando como um príncipe? Pra quem for assistir… O que posso gerar como referência é que é tão simples ser intenso que o lesbianismo já comeu solto. Outro ponto, é a magnitude dos navios. imagino que grande parte deles são apenas placas de cenário ou computação gráfica, mas são notáveis e bem pomposos. Assim, tirem as crianças da sala pois as cenas de sexo são muito comuns.

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Indo de encontro ao que melhor a série pode oferecer, o cenário num geral é dominado pela jovem e bela Eleanor Guthrie (Hannah New), que garante a segurança da ilha em troca do lucro na venda legalizada dos saques feitos pelos navios piratas. Entre as figuras mais conhecidas do local está claro, o imponente Capitão Flint (Toby Stephens), um homem que teve sua cabeça colocada a prêmio pela Inglaterra e se tornou inimigo das grandes nações europeias.
O objetivo do pirata – de transformar Providência em uma terra próspera – se funde com o da Srta. Guthrie, ao passo que eles descobrem a possibilidade de saquear o Galeão espanhol Urca de Lima, carregado com uma imensa quantidade de ouro. Logo, a caçada pelo tesouro tem início e se faz este, ao menos para uma primeira temporada o maior embate de todos os tempos.
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No primeiro episódio conhecemos os personagens principais e a sombra do enredo, temos lá muitos nomes do livro como Capitão Flint, John Silver e o Capitão Charles Vane. O enredo desenvolveu-se pouco e pelo visto a série vai ser cheia de surpresas na próxima temporada.
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Black Sails ainda guarda qualidades efêmeras e que sei que vão realizar uma das maiores vontades do leitor e fã de épicos, valendo a premissa de que um Jack Sparrow seria apenas uma forma cômica de ver como Capitão Flint era importante para a Europa. Entre tantos protagonistas simpáticos e únicos, motivações ocultas, tramas paralelas e surpresas constantes, é difícil não se deixar seduzir por algum desses pontos em geral, e assim a série evolui a cada momento, fazendo com que o mais cético dos leitores se faça crente quanto à sensatez usada em apenas 8 episódios de uma linda e rígida temporada. Recomendo.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN