Crítica de Série: The Crazy Ones
Anderson Vidal
The Crazy Ones é uma nova série de Sitcom do canal CBS, criada por David E. Kelly (responsável por Boston Legal e Harry’s Law), e traz Robin Williams de volta a telinha (sua última série como protagonista foi Mork & Mindy, em 1978), e Sarah Michelle Gellar (a eterna Buffy).
Situada em Chicago, a série apresenta a agência de publicidade Roberts & Roberts, liderada por Simon Roberts (Robin Williams), um imprevisível, genial e bem sucedido publicitário, e sua filha Sydney Roberts (Sarah Michelle Gellar), que é mais racional que seu pai.
Neste primeiro episódio, a agência Roberts & Roberts segue um rumor de que serão demitidos pelo seu maior cliente, responsável por 60% do lucro da agência: McDonald’s. Daí, com uma apresentação louca de Simon, ele reverte a situação e apresenta um anuncio da McDonald’s de 1972, com o objetivo de resgatar o slogan “You deserve a break today”,dizendo que comida é bom, mas um momento com a família é tudo, conexão humana, propondo refazer a campanha nos dias de hoje. Porém, na campanha original uma bela voz cantava o jingle, e o que o cliente (vivida por Gail O’Grady) sugere? Que Simon ache a voz pro comercial.
A série utiliza os personagens clichês que sempre nos deparamos em séries do gênero: o cara gostosão que utiliza seu charme como arma (Zach, vivido por James Wolk), a menina burra que está ali pra proporcionar algumas risadas (Lauren, Amanda Setton) e o nerd (Andrew, pelo ótimo Hamish Linklater). Em momento algum The Crazy Ones nos oferece alguma novidade, mas isso não faz da série ruim, apenas igual às outras. Algo que me agradou foi a dinâmica dos personagens, todos eles interagiram bem uns com os outros, por mais que em certos momentos a edição do piloto fosse um pouco bagunçada ou corrida demais, mas os personagens se completaram e convenceram como amigos/colegas de trabalho.
As atuações dos personagens, em especial de Robin Williams e da Sarah Michelle estão ótimas, muito convincentes, porém a personagem da Sarah me causou um pequeno desconforto. De início não simpatizei com Sydney, veja bem, ela trabalha com o pai que é um veterano no mundo da publicidade, a ponto de ter o McDonald’s como principal cliente, e a todo momento ela tenta regular o pai, como se ela fosse a mãe e o pai fosse o filho dela. Em determinados momentos, principalmente no início do episódio, ela trata o pai como um doido. Entendo que isso seja pra definir a personalidade de ambos os personagens, mas acredito que se os roteiristas pensassem um pouco mais, achariam outra forma de passar essas personalidades.
Simon tanto não é doido, que conseguiu um contato com Kelly Clarkson (fazendo uma ótima participação no episódio), é claro que ele “estragou” esse contato e Sydney teve que resolver, mas foi ele quem conseguiu o primeiro contato com ela, se não fosse por ele, Sydney também não teria conseguido convencer a Kelly.
The Crazy Ones não é uma série que nos faz morrer de rir, mas temos bons momentos nesse episódio. Destaque para as cenas em que Simon e Zach estão conversando com Kelly e começam a cantar uma música sobre comida sexy, e na que Kelly faz com que Sydney a convença a gravar a música não jingle. São boas cenas.
Não é uma série que merece grande destaque, mas certamente continuarei acompanhando por ser uma série despretensiosa. Se for bem trabalhada, tem potencial pra ótimos spots, e de acordo com a audiência [3.9/11] 15.52 milhões, a série pode ir longe.
Curiosidade: Já no primeiro episódio, a série explica o seu nome The Crazy Ones, que o motivo de Sydney querer virar publicitária, além do pai que já era na época, foi o comercial da Apple de 1987, no qual Gandhi, John Lennon, Martin Luther King Jr e Picasso, no comercial, quando a Apple criou, eles não tinham um produto para vender, estavam apenas promovendo uma ideia.