Crítica de série | Nikita (3ª temporada)

Stenlånd Leandro

Impossível encontrar alguém que não conheça a história de La Femme Nikita, seja pelo filme de Luc Besson, seja pela série produzida na década de 1990 – estrelada por Peta Wilson – e que chegou a passar nas telinhas pela emissora do ”plim plim”. Era a esperada hora de a “CW” investir num remake, tentando, com isso, sair do público teen (“The Vampire Diaries”, “The Secret Circle”) e tentar arrebanhar os adultos. Com um final de grandes reviravoltas na segunda temporada, a série volta com indicativos de que será mesmo um reboot da citada acima, exibida de 1997 a 2001 na televisão norte americana. O episódio de estreia tem como título 3.0, nada sugestivo para um terceiro ano, né?

A nova versão é totalmente diferente de tudo o que o canal produz atualmente e se você abomina o estilo adolescente, como mencionei acima, pode até gostar dessa trama de espionagem, que é um dos temas mais explorados do momento. (“Agents of S.H.I.E.L.D.”, que vem por aí, também seguirá esse formato de espionagem).

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Cena do último episódio da terceira temporada

Sinceramente, me pergunto como poderia o presidente da CW decidir dar um final digno a Nikita (o quarto ano que está por vir terá apenas seis episódios – isso mesmo SEIS) quando o capítulo final dessa temporada, para mim, seria o melhor de todos se estendido por mais uns vinte minutos? Lembro-me como se fosse ontem: na véspera do anúncio da renovação da série, o dono da emissora utilizou as seguintes palavras para definir o futuro da atração: “Nikita is all but dead”, ou seja, ele quis dizer, em sentido figurado, que  Nikita é tudo, menos uma série a ser cancelada. Entretanto, vemos que bons seriados têm de cair enquanto porcarias (na minha opinião) como Smallville teriam de continuar por longos 10 anos.

Posso dizer que poucas séries conseguem render boas histórias como a season premiere da mesma, que não decepcionou nadinha. Todas as características que fizeram de Nikita uma das melhores séries da atualidade estavam presentes e distribuídas de uma forma única no primeiro episódio da terceira temporada, que, curiosamente, passaram de inimigos da famosa Division a se tornarem a própria.

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Nikita em ação

A temporada mostrou diversos acontecimentos, alguns previsíveis, outros inesperados (o final dessa temporada então nem se fala… fiquei com o coração apertado). Porém, o interessante é que o foco da série nunca mudou, apenas o desenvolvimento e a construção dos personagens. O objetivo sempre fora o mesmo: derrubar a Division. E ao final, não conseguimos enxergar isso como algo que ocorreu, apesar da organização, como aprendemos nesta última temporada, não existir mais – ou será que ainda existiria?

Alguns atores tiveram seus personagens promovidos ao elenco regular da série tais como Noah Bean que dará mais espaço ao seu personagem Ryan Fletcher assim como Davon Sawa, o Owen Elliot (Que já foi vilão e acabou virando bonzinho). Ambos recorrentes desde a primeira temporada. O ator Jeffrey Pierce fez uma participação como vilão na estreia da temporada.

O seriado, apesar de não ser extremamente complexo e conter algumas falhas, possui um roteiro bem interessante e uma boa dose de ação, entretendo de forma adequada. O jogo de espionagem e contra-espionagem é estilo “Xeque-Mate”, e Maggie Q como Nikita é uma atração à parte, sendo elegante, sexy, com um humor sarcástico e o que não poderia faltar: uma avalanche nas cenas de ação.

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O interessante em Nikita é como criaram uma mulher que é um exército de um homem só sem ser caricata. Usando inteligência, manipulação e, ocasionalmente, força bruta, ela consegue que seus planos deem certo, tendo merecido ser o “monstro do armário” da Divisão, uma lenda entre os novatos, temida pelos agentes sêniores e por Amanda (que sempre faz de tudo para acabar com os planos da Justiceira).

Depois de nos mostrar o que aconteceu com os personagens (em duas temporadas e meia), tendo em vista alianças de Birkoff, o próprio Michel que uma vez pertenceu a Division, Owen e outros mais, finalmente o episódio caminhou para seu ápice. Na certa vai deixar quem curte a série (especialmente fãs do sexo feminino) com o coração apertadinho pela cena final da temporada. No fim de tudo, o roteiro nos mostrou um final infeliz, isso considerando que continuar vivo nem sempre seja realmente um final feliz como é esperado.

O que posso concluir sobre essa temporada é que Nikita é mais uma série que me agradou, mas que está chegando ao seu fim, infelizmente, como tantas outras (“Stargate Universe”, “Human Target”, “The Tudors” etc). Um seriado explosivo, tenso, dramático e belo.

A quarta e última temporada de Nikita vai ao ar, provavelmente, no inicio de 2014.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN