Crítica de Série: Salem (Episódio Piloto)
Stenlånd Leandro
Como é nostálgico e relevante saber que Salem é uma das séries mais aguardadas da temporada americana es em perder o foco, John Alden (Shane West (Nikita)) está de volta à uma série.
Uma história cativante, onde o poder paranormal de bruxas e possessões demoníacas ressurge, indagando o poderio das trevas, que levaram aos julgamentos de Salem, uma história de ”bruxas reais”, ambientada no espaço que mais evoca, no imaginário popular, ambientado exatamente onde deva estar.
A trama que se inicia em 1685, exatamente em 21 de Setembro, na pequena Salem, cidade regida a mão de ferro por religiosos puritanos religião puritana que estão sempre prontos para punir os “pecadores”. É um lugar perigoso para se viver, e para Mary (Janet Montgomery), o perigo é exponencialmente corrosivo, uma jovem que vê seu amado John Alden (Shane West) ir à guerra deixando um bebê em sua barriga. Desesperada, ela vê uma alternativa, mas a um custo alto, que é onde gera um desespero total para a narrativa da série.
Na verdade, nesta série as bruxas ainda não andavam soltas pelo povoado, mas já habitavam o imaginário popular. A luxúria era exemplarmente punida em praça pública e é assim que se inicia a série, já com chibatadas torrenciais, e um ferrinho quente na testa do sacana, embora a hipocrisia não o fosse interessante, para isto foi-se possível ver, como era cruel a forma de punição para a época. Dessa forma ofereciam-se sacrifícios a Deus (um Deus em específico para eles), fincando o pecado através da expiação coletiva, efetivamente praticada por aqueles que, em um momento de descuido ou de consciência culpada, tivessem se deixado apanhar.
Mas se você acha que para por ai, engana-se.
Outra coisa interessante é o fato de os criadores (Brannon Braga (Star Trek, 24 Horas) e Adam Simon) terem adicionado personagens reais da época, como Tituba (Ashley Madekwe), Cotton Mather (Seth Gabel) e Giles Corey, que teve um breve aparecimento na série, antes de ser esmagado por pedras no final do episódio. Essa cena, inclusive, foi real.
No decorrer do episódio percebemos o quanto Mary Sibley pode ser traiçoeira, posso até dizer que Salem já arranjou sua “bitch”, ou melhor, suas “bitches”. Não podemos esquecer Tituba, a mulher que, aparentemente, apresentou o mundo da bruxaria à Mary.
A série com um bom elenco, contendo Shane West (ER e Nikita),Seth Gabel (Fringe) e Janet Montgomery (Entourage), promete muita ação e terror com uma pitada de romance, contando a história de Mary Sibley, uma jovem casada com um homem rico e poderoso da cidade de Salem. Mary deixou o amor de lado quando sua antiga paixão John Alden a deixou para lutar na guerra, anos após John retorna para Salem e descobre que a cidade deixou de ser pacata para uma louca perseguição a mulheres que demonstrassem qualquer tipo de anormalidade, as queimando e enforcando para prevenir possessões. Quando John Alden retorna a Salem, sete anos depois de deixá-la, ela está diferente.
Apesar de ser fã de cenas de possessão, a série perde incontáveis pontos por mostrar cenas de “terror” ensandecidas, que mais parecem um remendo , algumas com criaturas bizarras mal feitas, que não conseguem nem ser engraçadas, e sim, muito ridículas ao ponto de serem integralmente descartáveis.
A fotografia da série é demais e claro, apesar dos tilts e erros, ao menos posso salientar também que a caracterização é maravilhosa, tanto dos cenários, quanto dos personagens. As imagens remetem à um tempo antigo, os figurinos são lindos e bem produzidos, é uma série de encher os olhos. Mas nem tudo são rosas. Até onde é possível notar, haverá um embate e ao mesmo tempo um romance entre Shane West e Janet Montgomery, mas a atuação dos protagonistas (especialmente Shane West) não me convenceu muito não e o roteiro está ainda imaturo.
Salem possuí suas qualidades e defeitos, mas o seu principal desafio será conseguir se destacar das demais séries com temáticas parecidas. A série atingiu uma imensa audiência de estreia, quase 2 milhões e meio de telespectadores, uma série que segue a linha de American Horror Story: Coven, Witches of East End. Para conseguir se estabelecer, o roteiro do restante da trama precisará melhorar e com isso